O setor de serviços do Brasil se contraiu inesperadamente em setembro e fechou o terceiro trimestre com perdas, destacando a dificuldade de retomada mesmo diante da inflação baixa e da melhora do mercado de trabalho.
Segundo informações da Reuters, publicadas pelo Globo, o volume de serviços recuou 0,3% em setembro em relação a agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de avanço de 0,3%.
O resultado marcou a terceira contração mensal e assim o setor terminou o terceiro trimestre com recuo de 0,6% sobre o período anterior, devolvendo o ganho de 0,2% registrado no segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2016, perda foi de 3%.
— A reação dos serviços depende de um ritmo mais forte da economia, de uma demanda maior da indústria, do comércio e dos governos (regionais), que enfrentam dificuldades fiscais — explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha.
Na comparação com setembro de 2016, o setor recuou 3,2% no volume, bem pior do que a expectativa de queda de 2,4% na pesquisa Reuters. A série histórica do IBGE foi iniciada em 2012.
Os dados das categorias analisadas mostram que a queda de 1,8% no serviços de informação e comunicação teve importante peso para o resultado mensal, uma vez que vem sendo afetado pela redução da demanda, principalmente da indústria, segundo Saldanha.
Também recuaram os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,2%) e Outros Serviços (-0,1%).
Somente Serviços prestados às famílias (5,9%) e Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,3%) subiram no mês.
A inflação e os juros baixos no país aliados à melhora do emprego incentivam o consumo e vêm ajudando a recuperação econômica, mais ainda de maneira irregular e gradual.
Em outubro, a confiança do setor de serviços medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou melhora pela quarta vez seguida, chegando ao nível mais alto em três anos.