Aliados avisaram nesta quinta-feira ao presidente Michel Temer que é melhor mexer “o menos possível” nos ministérios para não criar mais problemas. A principal reivindicação é a saída de Antonio Imbassahy (PSDB) da Secretaria de Governo. Nos bastidores, também já há reação entre aliados à hipótese do PP ficar com o Ministério das Cidades, vago desde a saída de Bruno Araújo (PSDB-PE).
O líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), disse que Temer precisa ter cuidado para não piorar ainda mais a situação na base ao dar espaço demais a um partido, revela reportagem de Cristaine Jungblut, de O Globo.
— Garantir espaço demais para uma bancada pode gerar repercussão nas outras. A melhor forma agora de não criar arestas é mexer pouco — afirmou Efraim.
Na mesma linha, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), defendeu que inicialmente sejam feitas mudanças “pontuais”. Ele defendeu que o presidente Temer espere a votação da reforma da Previdência, caso o governo realmente coloque a proposta em votação. Nas conversas com Temer, ele e outros aliados disseram o necessário agora é retirar Imbassahy da articulação política.
— Defendo que haja uma mudança pontual, defendo que se vote primeira a reforma da Previdência para depois fazer as mudanças — disse Beto Mansur.
Segundo interlocutores de Temer, Imbassahy virou da cota pessoal do presidente e deverá ser remanejado para outro ministério. O novo articulador político deve ser alguém ligado ao PMDB, em especial ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). O tucano Aloysio Nunes Ferreira também deverá ficar no Ministério das Relações Exteriores. A avaliação é que ele não quer sair e se trata de um cargo de difícil substituição.
No caso da articulação política, o PMDB quer retomar o posto, mas desta vez com alguém ligado a Padilha.
— Quem vai pilotar é o Padilha — disse um interlocutor de Temer.