O Sindicato dos Médicos da Paraíba denunciou na noite do sábado (15), que as escalas médicas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, estão desfalcadas e por isso, plantões estão acontecendo com a presença de apenas um profissional médico. Segundo a entidade, a unidade hospitalar atende a uma demanda diária de aproximadamente 300 pacientes.
O Simed declarou, em nota, que “no plantão diurno deste sábado, apenas um médico clínico prestou serviços, além dos pediatras e no plantão noturno também só há o mesmo médico clínico e não há médico pediatra no plantão. Ou seja, há apenas um único médico em toda UPA.”. A entidade atribuiu a ausência de médicos a de falta de acordo entre o Governo da Paraíba e os profissionais médicos.
Além dos problemas nas escalas médicas, o Simed também disse em nota que não recebeu os salários dos meses de março e parte de abril do ano passado, além do pagamento de janeiro deste ano, destaca reportagem do Jornal da Paraíba.
O diretor do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Alberto Pessoa, disse à TV Cabo Branco que caso esta situação seja confirmada, a posição do órgão é não permitir que os médicos trabalhem desta forma, pois gera um risco para o profissional e principalmente para a população. O representante do CRM-PB ainda afirmou que se existir escala intercalada, o médico não pode se ausentar e nessas circunstâncias, o órgão vai intervir e retirar a equipe médica da unidade hospitalar.
A UPA de Santa Rita é uma das unidades que, após o encerramento dos contratos entre o Estado e as Organizações Sociais, teve a sua administração entregue à Secretaria de Estado da Saúde. As UPAs de outras cidades como Guarabira e Princesa Isabel também estão sendo geridas pelo Governo da Paraíba. Cajazeiras é a única que já fazia parte da administração direta.
O que diz a SES?
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclareceu os pontos que são levantados pelo Sindicato dos Médicos.
A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que, desde que foi encerrado o contrato com a Organização Social Acqua (31 de janeiro de 2020), e passou a fazer parte da gestão direta da Secretaria, está aguardando autorização legal para realizar o pagamento dos servidores médicos.
A medida visa evitar o ocorrido com a Organização Social ABBC, que geriu a unidade de saúde, até fevereiro de 2019, quando foi feito o pagamento direto a OS que não fez o repasse para os servidores.
Sobre os valores, referentes aos plantões de 24h, a Secretaria informa que são os mesmos de outras unidades, com perfil e volume de atendimento semelhantes, como por exemplo, a UPA de Guarabira.