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Temer condiciona reforma ministerial à Reforma da Previdência

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O presidente Michel Temer decidiu condicionar a nova distribuição de cadeiras nos ministérios aos votos dados pelos partidos aliados para a reforma da Previdência. Empenhado em aprovar na Câmara mudanças no regime de aposentadoria até meados de dezembro, Temer quer deixar as trocas na equipe acertadas, mas só entregar efetivamente cargos para o Centrão ou outras siglas após conferir o painel de votação, revela reportagem de Vera Rosa, Tânia Monteiro e Igor Gadelha, do Estadão.

O governo aposta suas fichas na aprovação da proposta, mesmo que seja modificada. Considerada por setores econômicos a mudança estrutural mais importante, a reforma da Previdência enfrenta forte resistência no Congresso. O texto inicial, mais ambicioso, precisou ser desidratado. Atualmente, a negociação se concentra em fixar idade mínima para a aposentadoria e unificar as regras do funcionalismo público com as da iniciativa privada.

A saída do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), abriu caminho para o presidente acelerar a reforma ministerial. Araújo pediu demissão nesta segunda-feira, 13, em meio ao racha do PSDB, que tende a desembarcar do governo. Os tucanos controlam outras três pastas (Secretaria de Governo, Relações Exteriores e Direitos Humanos), mas todos os ministros deverão deixar a equipe.

A estratégia do “toma lá dá cá” foi definida para evitar surpresas de última hora. O Palácio do Planalto avalia que, se a Câmara não aprovar a reforma da Previdência até dezembro – deixando para o Senado votar em fevereiro –, nada mais passará em 2018, ano eleitoral. Por se tratar de uma emenda constitucional, o texto terá de ser aprovado – em duas votações – por, pelo menos, 308 deputados.

Com orçamento de R$ 10,1 bilhões, o Ministério das Cidades é cobiçado não apenas pelo PP, mas também pelo PMDB, PSD e DEM, que já começaram a brigar pelo espaço. O mais cotado para comandar Cidades é o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, indicado pelo PP.

Temer, porém, avalia dividir o controle das secretarias de Saneamento e Habitação entre o PP e o PMDB. Pela negociação, não haverá “porteira fechada”, termo que, no jargão político, significa distribuir todos os cargos de um ministério a uma só sigla.

Há oito dias, o PP deu um ultimato ao Planalto e ameaçou paralisar as votações na Câmara se os tucanos não saíssem do governo e se o espaço do partido não fosse ampliado. O presidente concorda em entregar Cidades para o PP, mas quer ver se a sigla cumpre a promessa de votar a favor da reforma da Previdência.

Candidatos. Líderes de bancadas aliadas criticaram nesta terça-feira, 14, a intenção de Temer de antecipar para dezembro a substituição dos ministros que serão candidatos. Pela lei, quem vai disputar as eleições deve se desincompatibilizar até abril de 2018.

Se levada adiante pelo presidente, a decisão prejudicará ministros que não possuem mandatos, entre eles Gilberto Kassab (Ciência e Comunicações) e Marcos Pereira (Indústria). Fora do primeiro escalão, eles também ficam sem foro privilegiado e, caso sejam denunciados, terão de ser julgados na 1.ª instância. Ambos são citados por delatores da J&F.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a intenção de Temer, dizendo que pode atrapalhar a recuperação econômica do País e até mesmo o ambiente político. “Olhando de longe, acho que vai parar o governo. Trocar todos os ministros no final do ano, momento em que as ações mais importantes estão em andamento, vai dar um freio na execução de bons projetos”, avaliou Maia, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

A opinião é compartilhada pelo líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB). “Será uma quebra de rito desnecessária e prejudicial, no momento em que estamos colhendo os frutos de uma agenda em desenvolvimento”, argumentou Efraim.

Presidente licenciado do PSD, Kassab afirmou que respeitará qualquer decisão de Temer para tirar seus ministros antes do prazo, mas acha que não deve ser atingido pela reforma ministerial. Ele ainda não assumiu ser candidato. Em conversas reservadas, porém, tem demonstrado intenção de concorrer ao Senado. “Estou aguardando definição do senador José Serra (PSDB-SP) para analisar que rumo tomarei”, disse Kassab, que conversou nesta terça-feira com Temer.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), disputará a reeleição ao Senado e deve sair da equipe em dezembro. Já o tucano Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) quer concorrer a mais um mandato de deputado federal ou ao Senado, mas, neste caso, teria de migrar para o PMDB.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o “espólio dos tucanos” será dividido. “O PMDB, como o maior partido da base, seguramente deve ter mais espaço nessa recomposição”, afirmou. O PMDB quer que Padilha acumule sua função com a Secretaria de Governo até a votação da reforma da Previdência.

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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