O jornalista Marcos Alfredo, coordenador de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande, postou texto nas redes sociais, no qual censura a ação de guerrilha digital que vem produzindo notícias falsas contra a gestão municipal, tirando vantagem nesse tipo de propagação das fake news de dois tipos de propagadores das informações sem procedência: um grupo formado por internautas incautos e que não usam filtros para checar ou questionar os conteúdos, e a manjada participação de blogs e sites alinhados à oposição, que se esforçam para dar caráter jornalístico a material malicioso.
O caso mais recente que Marcos Alfredo chama a atenção diz respeito a um suposto áudio de um prestador de serviços da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), que teria emitido uma opinião pessoal e infeliz sobre a entrega das chaves aos moradores do Conjunto Aluízio Campos. Por encanto, o servidor contratado passa a ser alçado à condição de “assessor do prefeito Romero Rodrigues”.
Veja o texto, na íntegra:
De guerrilhas virtuais e incautos úteis
Típico desses tempos de redes sociais férteis em babaquices, ilações e fake news, vem sendo disseminada nos whats apps da vida aqui pelas bandas de Campina Grande uma nova postagem, que é uma verdadeira “pérola”. Como sempre, só ganha contornos de “fato” por haver almas dispostas a consumir esse tipo de conteúdo absurdo, não apenas dando guarida à informação contaminada, mas até mesmo propagar, sem critério.
Estou me referindo à divulgação de um áudio, atribuído a Adriano Magno, um prestador de serviços da Prefeitura, com lotação na Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), no qual ele faz observações inapropriadas sobre a entrega do Aluízio Campos: critica a impaciência dos futuros mutuários em relação ao recebimentos das chaves e opina que o prefeito Romero Rodrigues deveria mesmo era entregar a obra no próximo ano.
As supostas declarações de Adriano, por si só, mereceriam censura, crítica e reprovação dos internautas, mas naturalmente entram em ação as almas sebosas que vislumbram no arquivo de áudio uma chance de fazer contorcionismo político a partir de qualquer deslize alheio e de responsabilidade pessoal e intransferível: espalham a informação de que o prestador de serviços, na verdade, seria um “assessor” de Romero, mesmo não exercendo naturalmente cargo de confiança.
Tudo bem. Partindo desse pressuposto, deduz-se que todo prestador de serviços do Município agora é, automaticamente, “assessor do prefeito”. Seja ele gari, vigilante, enfermeiro, professor ou qualquer outro profissional contratado para qualquer área da gestão. E qualquer um desses que fizer uso de sua liberdade de expressão, por conta e risco, exposto às sanções da opinião pública ou ao braço da lei, transforma-se por encanto em um qualificado “porta-voz” da administração.
É o que disse, acima: esse tipo de baboseira misturada com ilação política só ganha vida e atenção porque, infelizmente, boa parte da massa internauta consumidora não exerce o direito básico de questionar, duvidar ou mesmo dissecar o que é apresentado como conteúdo aparentemente bombástico, escandaloso. Resultado: torna-se vítima fácil e incauta de espertalhões e bandidos digitais.
O que considero escandaloso mesmo é a disposição de sites e blogs, alinhados à oposição, de fazer uso desse tipo de material contaminado pela falácia. Optam por manter a postura de usar lixo como informação, relegando o jornalismo, ironicamente, à lata de lixo.
Felizmente, isso tem limite. No bom senso, na capacidade crítica de análise daqueles que integram o outro grupo mais antenado e vigilante das redes sociais e do universo web. E, naturalmente, se esvai na própria fragilidade das coisas que são falsas, mascaradas, montadas. Que prevaleça a verdade e seja desovado na lixeira da indiferença a produção subterrânea da guerrilha digital inescrupulosa.
Marcos Alfredo
Coordenador de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande