A Paraíba é o segundo estado do Nordeste com a maior proporção de médicos por habitantes. De acordo com dados da pesquisa Demografia Médica 2018, realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Estado tem 6.753 médicos, o que equivale a uma média de 1,68 profissionais por mil habitantes. A média nacional é de 2,18 médicos por mil habitantes. No Nordeste, este índice é de 1,41, sendo Pernambuco o esteado da região com a maior quantidade de profissionais: 1,73 por mil habitantes. Hoje, 18 de outubro, é o Dia do Médico e o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) está promovendo ao longo da semana uma série de atividades em alusão à data.
“Resolvemos fazer uma programação ampla e variada que contemple o profissional médico como um ser humano integral. Também queremos contar com a participação dos estudantes de Medicina, ao debatermos temas de interesses deles, como as pressões da vida acadêmica e as perspectivas pós faculdade”, destacou o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano de Morais.
Nesta sexta-feira (18), data em que se comemora o Dia do Médico, a programação começará às 20h, com apresentação do Coral do Unipê e homenagens a médicos paraibanos. A obstetra e ginecologista Maria Celli Souto de Carvalho irá receber a Comenda Lucas pelos seus 50 anos de formação em Medicina. Já os médicos José Paulo Gomes, Manoel Jaime Filho e Ricardo Antônio Rosado receberão a Comenda Genival Montenegro Guerra, por seus relevantes serviços prestados à comunidade.
Após as homenagens, haverá o lançamento de dois livros de médicos paraibanos. Klécius Leite irá lançar a obra “Sementes de Mostarda: Oncologia de qualidade com humanidade (Humanidades Médicas)” e Orniudo Fernandes lançará “História da Sociedade Infectologia da Paraíba”.
Já no sábado (19), será realizado o I Fórum de Segurança do Paciente – Uma visão transversal da segurança do paciente. Este evento é uma parceria do CRM-PB com o Ministério Público da Paraíba. Das 8h30 às 16h serão discutidos diversos temas como a responsabilidade dos gestores hospitalares, responsabilidade do diretor técnico, estratégias para uma assistência segura nas unidades hospitalares, dentre outros. Durante o Fórum também acontecerá a posse da Câmara Técnica de Segurança do Paciente.
A programação alusiva ao Dia do Médico teve início na última terça-feira (15), com abertura da exposição Arte Eficiente da Associação Ame Down e apresentações dos alunos da Escola Especial de Música Juarez Johnson e da Escola de Dança LeoAires.
Ontem, quinta-feira (17), o evento promoveu três mesas redondas sobre os temas: Por que escolhi Medicina; Sonho x Realidade (As pressões da vida acadêmica); e Perspectivas pós faculdade; “Ser Médico e suas implicações em três dimensões – somática, psicológica e espiritual”; e “O ser humano integral e sua identidade sexual”, no qual foi discutido o ato médico frente às novas demandas da identidade de gênero.
Dados da Demografia Médica – Segundo o levantamento, dos 6.753 profissionais paraibanos, 58,9% são médicos especialistas, contra 41,1% de generalistas, o que dá uma razão de 1,43 especialistas para cada generalista. Os homens são 52,5% dos profissionais e as mulheres, 47,5%. A idade média dos profissionais é de 46,2 anos, com um tempo médio de formação de 20 anos.
No Estado, a pediatria concentra o maio número de especialistas (658), seguida pela clínica médica (652), ginecologia e obstetrícia (519), cirurgia geral (477) e anestesiologia (423). As especialidades com menor número de especialistas são medicina esportiva (2), genética médica (4), nutrologia (4), radioterapia (7), cirurgia de mão (10) e cirurgia oncológica (10).
Em João Pessoa, capital paraibana, moram 4.107 médicos, que atendem 811 mil pessoenses, o que dá uma razão de 5,06 profissionais por mil habitantes e um percentual de 60,8% médicos morando na capital. Desses profissionais, 51,1% são mulheres e 48,9%, homens. Os especialistas são 63,7% e os generalistas, 36,3% dos médicos que atendem na capital da Paraíba.
Dados nacionais – Para uma população de 207,7 milhões de pessoas, o Brasil tem hoje 452,8 mil médicos, o que corresponde a 2,18 médicos por mil habitantes. Os homens são maioria nessa profissão, 55,1%, enquanto as mulheres são 44,9%. Em 2010, data de realização da primeira demografia médica, as mulheres eram 41% do conjunto de profissionais.
Enquanto a média nacional é de 2,18 médicos por mil habitantes, na Região Norte ela é de 1,16. Para uma população de 17,9 milhões de habitantes, o que corresponde a 8,6% de brasileiros, trabalham nessa região, 20.884 médicos, o que dá 4,6% dos médicos brasileiros. O estado nortista com melhor proporção de médicos é o Tocantins, com 1,67 médicos por mil habitantes, já o menor é o Pará, com 0,97.
Em seguida como pior distribuição de médicos está a região Nordeste, com 1,41 médicos por mil habitantes. Moram na região 80.623 médicos (17,8% do total de profissionais), para atender 57,2 milhões de nordestinos (27,6% da população). O estado nordestino com melhor proporção de médicos é Pernambuco (1,73) e o menor é Maranhão (0,87).
A região Sul vem em seguida, com 2,31 médicos por mil habitantes. São 68.430 médicos (15,2%) para uma população de 29,6 milhões (14,3%). Não há muita diferença entre a melhor e a pior distribuição: a melhor distribuição é o Rio Grande do Sul, com 2,56, e o pior é o Paraná, com 2,09.
Puxado pelo Distrito Federal, que tem 4,35 médicos por mil habitantes, o Centro-Oeste é a segunda região com melhor distribuição: 2,36. Nessa região, moram 15,8 milhões de habitantes (7,6% da população), que são atendidos por 37.536 médicos (8,3% desses profissionais). A pior distribuição é em Mato Grosso, que tem 1,63 médicos por mil habitantes.
O Sudeste, que responde por 41,9% da população brasileira, com 86,9 milhões de habitantes, também concentra o número de médicos: são 244.304 profissionais, que representam 54,1% da comunidade médica, o que dá uma proporção de 2,81 médicos por habitantes. O melhor percentual é no Rio de Janeiro, 3,55, e o pior em Minas Gerais, 2,30.