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Paraíba

Vereadores debatem execução das emendas impositivas com sociedade civil

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Os vereadores Leo Bezerra (PSB), Bruno Farias (PPS) e Marcos Henriques (PT) promoveram um debate, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), sobre a execução das Emendas Impositivas, ou Emendas Cidadãs, como ficaram conhecidas. O assunto foi discutido durante audiência pública, realizada na tarde desta quarta-feira (4), que contou com a presença de representantes de vários bairros da Capital, movimentos estudantis e guardas municipais.

O autor da propositura, Leo Bezerra, declarou que “a falta de dialogo com a Prefeitura os levou a realizar esse debate”. O parlamentar lamentou a ausência do prefeito Luciano Cartaxo (PV) e dos secretários municipais na audiência, e acrescentou que as emendas são uma conquista de todos os 27 vereadores. “A Prefeitura não teve compromisso e sequer mandou um representante”, declarou.

O vereador socialista criticou o gestor municipal por não querer dialogar com a bancada de oposição, nem com a Casa, para tentar resolver a questão das emendas. Entretanto, Leo Bezerra fez elogios à atitude do vice-prefeito Manoel Júnior de defender, em solenidade realizada no bairro Porta do Sol, a importância da execução das emendas. “As emendas são de todos nós”, afirmou o parlamentar, destacando algumas de suas iniciativas para reformas de Unidades de Saúde da Família, hospitais e calçamento de ruas.

O vereador Marcos Henriques afirmou que a Prefeitura está tratando essa questão como se fosse uma “quebra de braço”. “O prefeito sabe que está errado e, mesmo assim, não dá o braço a torcer”, observou. O petista avaliou que os R$ 84 milhões que o prefeito Cartaxo alega que vai gastar, em quatro anos, com as emendas impositivas dos parlamentares são pouco, dentro de um orçamento, no mesmo período, de quase R$ 11 bilhões.

“Mais de 40% das emendas são colocadas na própria gestão. Para se ter uma ideia, eu coloquei R$ 140 mil de emendas para o Centro de Referência dos Idosos, compra de medicamentos para os postos de saúde do Geisel e Costa e Silva”, contou Henriques. O parlamentou fez questão de enaltecer, na ocasião, a atitude de um senhor que estava no plenário com um cartaz pedindo, através de mensagens, que as emendas fossem executadas. “A oposição não vai se calar até que isso seja resolvido”, avisou.

Já o vereador Bruno Farias ressaltou que esperava “que o dialogo da Prefeitura em relação às emendas não fosse travado apenas com a bancada de oposição, mas com todo o Poder Legislativo Municipal”. O parlamentar afirmou que a ausência de secretários do governo não impede nenhum tipo de debate e nem de luta em favor da população. “As emendas impositivas são uma conquista da cidadania, assim como os orçamentos democrático e participativo”, destacou.

Segundo ele, é uma praxe de parlamentos do mundo inteiro e do Congresso Nacional colocarem em prática propostas como essa. Bruno farias leu, na íntegra, a emenda à Lei Orgânica do Município nº 29, de maio de 2017, que acrescenta o artigo 127-A para tornar obrigatória a execução da programação orçamentária. “O não cumprimento dessa emenda acarreta crime de responsabilidade e o prefeito cometeu esse crime”, concluiu.

O deputado Cabo Gilberto (PSL) também participou da audiência, representando a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Ele elogiou a inciativa da Câmara, falou da importância da execução das emendas e lembrou que o Poder Legislativo Estadual está debatendo essa mesma pauta.

Servidores da CMJP destacam aspectos legais e técnicos

Os servidores da Casa, Willemberg Harley, consultor de planejamento e finanças, e Ricardo César, procurador jurídico, também participaram da audiência. Eles falaram sobre os aspectos técnicos e legais das emendas impositivas.

O consultor de planejamento e finanças, Willemberg Harley, explicou que “quando se institui uma emenda impositiva é para corroborar e aperfeiçoar o que determina o Estatuto das Cidades”. De acordo com ele, a lei das emendas impositivas fortalece a democracia no processo de elaboração do orçamento. Willemberg explicou que a Lei Orgânica do Município (LOM) deixa muito claro que o Poder Executivo Municipal, após publicação do orçamento com as emendas, terá até 120 dias para comunicar à Câmara a justificativa do impedimento de executar tais iniciativas.

“O maior penalizado, com isso, é o cidadão, que está na ponta dos serviços essenciais”, lamentou o consultor, reforçando que a Câmara tem um papel importante no planejamento do orçamento público.

O procurador jurídico da Casa, Ricardo César, garantiu que a apreciação e votação em plenário da lei que instituiu as emendas impositivas seguiu todos ritos legais, sendo lida pela Mesa Diretora seis vezes e votada em dois turnos.

Conforme o procurador, as regras jurídicas para a criação de uma Lei Orgânica ou uma emenda à Lei Orgânica são diferentes. Ele esclareceu que enquanto a primeira deve ser criada e aprovada na votação em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, a segunda tem que ser instituída em votação de dois turnos, dentro do prazo de dez dias. Após a explanação dos membros da mesa, foi aberto o microfone da tribuna para alguns representantes da Guarda Municipal, dos bairros Colinas do Sul, Cristo e Alto do Mateus.

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R$ 38 mi: Governo Federal descentraliza verba para retomada imediata da Operação Carro-Pipa na PB

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O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) informa que descentralizou nesta terça-feira (26/11) o valor de R$ 38.096.775,00 para o Exército Brasileiro, para realização dos pagamentos da Operação Carro-Pipa, que leva água potável para municípios localizados na região semiárida do Nordeste.

Com isso, o programa poderá ser retomado imediatamente.

Criada em setembro de 2012, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, a Operação Carro Pipa atende atualmente 344 municípios na região do semiárido nordestino em situação de emergência ou calamidade pública com reconhecimento da Defesa Civil Nacional.

Com um papel crucial na vida de milhões de brasileiros que vivem na região do semiárido, a OCP é uma ação emergencial coordenada pelo MIDR e pelo Exército com o objetivo de garantir o acesso à água potável em municípios que sofrem com a escassez hídrica, um problema recorrente nessa região do País.

De 2023 a 2024, mais de 500 municípios foram atendidos. Atualmente, a operação abastece cerca de 34 mil cisternas coletivas, proporcionando acesso à água potável mensalmente para mais de 1,5 milhão de pessoas.

De janeiro a agosto deste ano, o Governo Federal investiu aproximadamente R$ 500 milhões para garantir a execução da OCP. No mesmo período, foram transportados 12 milhões de litros de água para essas comunidades, reforçando o papel da operação na mitigação dos efeitos da seca.

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Por aclamação: Adriano Galdino é reeleito presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba

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O deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) foi reeleito, por aclamação, para o cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na manhã desta terça-feira (26/11), e irá comandar a Casa Legislativa durante o biênio 2025-2026.

A nova eleição ocorreu após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa.

A mudança do Regimento aconteceu depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada de Galdino como presidente da Casa Legislativa fosse oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, à época, a antecipação da dita eleição feriu “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

Na nova votação realizada nesta terça-feira, o único parlamentar ausente por motivos pessoais foi o deputado Wallber Virgolino (PL). Os outros 35 se fizeram presentes e votaram na reeleição de Galdino.

Além de Galdino (presidente), são componentes da nova Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão (1º vice-presidente), Cida Ramos (2ª vice-presidente) e Taciano Diniz (3º vice-presidente), Caio Roberto (4º vice-presidente), Tovar Correia Lima (1º secretário), Eduardo Carneiro (2º secretário), Anderson Monteiro (3º secretário), Jane Panta (4ª secretária), Sargento Neto (1º suplente), Galego de Sousa (2º suplente), Eduardo Brito (3º suplente) e Júnior Araújo (4º suplente), Wallber Virgolino (corregedor parlamentar), Branco Mendes (1º corregedor), Jutay Meneses (2º corregedor) e George Morais (4º corregedor).

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Justiça da PB dá prazo e Prefeituras terão que demitir servidores irregulares até o próximo sábado

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O Juízo da 2ª Vara Mista da Comarca de Itaporanga deferiu em parte as tutelas de urgência pedidas pelo Ministério Público da Paraíba e determinou que os Municípios de Boa Ventura e Serra Grande adotem medidas para corrigir irregularidades constatadas na contratação de servidores. Uma das providências que deverá ser adotada, até o próximo sábado (30/11), é a rescisão dos contratos temporários.

A decisão judicial também determina que os gestores deixem de prorrogar e/ou firmar novos contratos em relação a todos os contratados admitidos há mais de 24 meses, no caso de Boa Ventura, e há mais de um ano, no caso de Serra Grande. Além disso, os Municípios deverão se abster de firmar novos contratos temporários por excepcional interesse público com prazos que ultrapassem um ano, incluída a prorrogação.

Também deverão reduzir a quantidade de servidores contratados temporariamente de forma gradual, preservando a continuidade do serviço público. Até o próximo dia 30, o número de contratados por excepcional interesse público deverá ser reduzido em 50% e, até 31 de dezembro, em 75%. Em caso de descumprimento de cada uma dessas medidas, será aplicada multa diária de R$ 1 mil até o montante de R$ 100 mil.

Os pedidos liminares foram feitos pelo promotor de Justiça de Itaporanga, Charles Duanne Casimiro de Oliveira, nas ações civis públicas 0803957-91.2024.8.15.0211 e 0804010-72.2024.8.15.0211, propostas em face dos Municípios de Boa Ventura e Serra Grande, respectivamente.

Além dessas providências, o MPPB também requereu que os Municípios sejam obrigados a realizarem concurso público para provimento de cargos efetivos de necessidade permanente. Esse pedido não foi deferido pelo juiz João Lucas Souto Gil Messias, que entendeu ser necessária dilação probatória para saber sobre questões orçamentária e de respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal para que não haja quebra da independência entre os poderes.

Investigação

As ações são desdobramentos dos inquéritos civis públicos 047.2023.000573  e 001.2022.061814, instaurados na Promotoria de Justiça de Itaporanga para investigar irregularidades nas contratações por excepcional interesse público em Boa Ventura e Serra Grande.

Conforme explicou o promotor de Justiça, foram identificados diversos vínculos contratuais temporários nos dois municípios, por período significativo de tempo  (alguns há mais de cinco anos), em desacordo com o ordenamento jurídico. “O acervo documental revela a prática contumaz e intencional de efetuar contratações precárias de pessoal, em desacordo com as Constituições Federal e Estadual”, disse.

Segundo ele, os dois Municípios violam a regra da obrigatoriedade de aprovação em concurso público para ingresso no serviço público, pois admitiram pessoal para o exercício de serviços não temporários, mas permanentes, afetos às finalidades próprias e à rotina da administração pública municipal.

Contratados x efetivos 

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o número de contratados supera e muito o número de servidores efetivos, o que levou o TCE a emitir alertas para que os Municípios corrigissem a ilegalidade.

Até abril deste ano, Boa Ventura possuía 152 servidores municipais contratados por excepcional interesse público e o Município de Serra Grande aumentou em 62,5% o número de contratados por excepcional interesse público, possuindo, até o final de 2023, 39 contratados. Conforme destacou o promotor de Justiça, essa situação afronta a ordem constitucional e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Foi constatado ainda que leis municipais que versam sobre as contratações temporárias de excepcional interesse público também estão eivadas de inconstitucionalidade, pois não atendem ao prazo de um ano estabelecido pelo STF (ADI 3.649-DF).

O promotor de Justiça destacou ainda que os Municípios não atenderam à recomendação ministerial expedida sobre a matéria, nem demonstraram interesse em celebrar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para resolver o problema, não restando outra alternativa ao MPPB a não ser a propositura das ações civis públicas, cujo mérito ainda será julgado.

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