Após quase 60 dias de instaurada, sindicância do Ministério Público da Paraíba, para investigação acerca do teor de denúncia encaminhada pela Controladoria Geral da União, que aponta supostas irregularidades na gestão do Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, continua sem desfecho. A investigação, tombada sob número 0012019004700, foi instaurada em 11 de abril de 2019.
A denúncia aponta ausência constante de medicamentos, contratos firmados com conflito de interesse, a exemplo da terceirização do setor de serviços de diagnóstico por imagem, celebrado entre o referido hospital e a clínica Azuil Arruda Ltda., dentre outras irregularidades que já estão sendo objeto de investigação num outro procedimento, tombado sob número 0022017017715.
Para subsidiar as investigações, o Conselho Regional de Medicina enviou ao Ministério Público da Paraíba relatório (Notícia fato 0022019018618) em que aponta a “insuficiência na prestação de serviços de saúde em oncologia por falta de insumos quimioterápicos, falta de medicamentos em geral, equipamentos danificados, além de indícios de gestão temerária”.
A servidora da Corregedoria Geral do Ministério Público da Paraíba, Karla Karolina Cadête da Nóbrega Cruz, foi nomeada como secretária da sindicância.
Raio-X do Laureano
Faltam medicamentos, insumos, equipamentos, estrutura adequada e profissionais contratados e escalados para trabalhar nos principais hospitais públicos da Paraíba informa dossiê do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).
A fiscalização do CRM constatou que a unidade sofre com falta de medicamentos orais e intravenosos para quimioterapia, antibióticos, além de insumos como luvas e soro fisiológico. Além disso, uma das três máquinas da radioterapia está quebrada desde o dia 6 de fevereiro, acumulando cerca de 500 pacientes à espera desse tipo de tratamento no hospital.
Ainda segundo levantou a fiscalização do CRM-PB, médicos que são prestadores de serviços estavam com o pagamento atrasado há seis meses. O CRM-PB fez denúncia ao Ministério Público Federal para que sejam tomadas providências e o hospital não vá à falência.
No dia da fiscalização, faltavam 17 medicamentos orais quimioterápicos, além de seis tipos de antibióticos. Mais de 70 pacientes com câncer de próstata estavam na lista de espera por algum desses medicamentos. Também faltavam os cateteres das bombas de infusão usadas na quimioterapia, o que prejudica o tratamento.
No centro cirúrgico, médicos têm que administrar o uso de antibióticos após os procedimentos, pois é comum faltarem esses medicamentos, além de luvas e soro fisiológico. Funcionários da farmácia disseram que há mais de seis meses enfrentam o problema da falta de estoque de remédios.