Durante a sessão ordinária desta terça-feira (02), da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), os deputados ocuparam a tribuna do plenário da Casa discutir sobre o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, determinado pela Organização das Nações Unidas para o dia 2 de abril. Na ocasião, o deputado Raniery Paulino (MDB) chamou atenção sobre a situação de ingresso dos alunos com autismo nas escolas públicas e privadas da Paraíba, além da importância de uma metodologia, de fato, inclusiva.
“A inclusão dos autistas vem sendo reclamada pelos pais frequentemente e a metodologia, que muitas vezes exclui em vez de incluir, são fatores que vêm preocupando a todos. Sabe-se que, muitas vezes, os professores não possuem treinamento adequado sobre o assunto, o que vem provocando uma sobrecarga de estresse na prática pedagógica”, ressaltou o deputado. Segundo ele, é imprescindível aprofundar as discussões sobre o assunto para que os autistas possam, de fato, conviver em sociedade de maneira igualitária.
Na sequência, o deputado Júnior Araújo (Avante) fez questão de reafirmar a importância da participação de todas as pessoas com autismo e garantir o apoio para que elas possam exercer seus direitos fundamentais. “De acordo com a ONU, o transtorno atinge mais de 80 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são 2 milhões, sendo maior incidência no sexo masculino. A previsão de especialistas é que, entre 2030 e 2040, de dois ou três bebês nascidos, um terá uma gradação do Transtorno do Espectro Autista. Na Paraíba, estima-se que existam entre 30 e 40 mil crianças com autismo”, informou.
As falas dos deputados reforçam o crescimento da discussão sobre o assunto e a importância de ações que possibilitem uma vida inclusiva para as pessoas com autismo. Em 2015, por exemplo, entrou em vigor a lei 10.555, que proíbe a cobrança de valores adicionais/sobretaxas para matrículas ou mensalidades de estudantes portadores de autismo. Em parceria com a Rede Unificada Nacional e Internacional em Defesa dos Autistas (REUNIDA), a Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência pretende ampliar o espaço ocupado pelos autistas no Estado, promovendo ações e políticas voltadas à inclusão social efetiva.
Serviço
O TEA (Transtorno de Espectro Autista) é um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social e geralmente aparece até os três anos de vida. O desconhecimento sobre o autismo é o principal motivo pelo qual a condição ainda sofre preconceitos e que faz com que pais de crianças diagnosticadas com autismo tenham receio pelos filhos.
Na Paraíba, a Funad é referência na desmistificação do TEA e no atendimento de pessoas com autismo. Em 2011, eram nove pessoas atendidas. Hoje, com a criação do serviço especializado, são mais de 400. A instituição oferece vários serviços para ajudar no processo de reabilitação e conta com equipe multidisciplinar. O objetivo é promover terapias e práticas específicas, com foco na inclusão social.
As pessoas que precisarem dos serviços da Funad devem procurar a instituição para realizar a triagem, o diagnóstico e a avaliação por meio da equipe multidisciplinar. Com todo o processo completo, a Funad entrará em contato com o responsável para iniciar a terapia.