O Governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB) oficializou o pedido de exoneração da secretária de administração do Estado, Livânia Farias, no Diário Oficial do Estado (DOE) da segunda-feira (18), divulgado nesta terça-feira (19). Livânia Farias pediu exoneração do cargo após ser presa na noite do sábado (16), em investigação na Operação Calvário. Ela é acusada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Corrupção (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba (MPPB), de receber propinas pagas pela Cruz Vermelha Brasileira filial Rio Grande do Sul.
A carta de renúncia foi encaminhada ao governador João Azevêdo ainda na noite do sábado. Na carta, Livânia afirma ser inocente e diz que precisa se dedicar à sua defesa. “Provarei minha inocência e a verdade será restabelecida”, afirma. Livânia Farias foi presa em João Pessoa, quando retornava de Belo Horizonte, destaca reportagem do G1 Paraíba.
Nesta segunda-feira, a secretária passou por audiência de custódia e permanece presa na 6ª Companhia de Polícia Militar, em Cabedelo, na Grande João Pessoa. O juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, responsável por manter a prisão preventiva, também cumpriu um segundo mandado de prisão expedido pelo juiz Ricardo Vital. Desta forma, Livânia Farias segue presa sob força de dois mandados de prisão preventivas.
Além da prisão preventiva, autorizada pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, o mandado também inclui o sequestro de dois bens da secretária, que seria um carro de luxo e uma casa no valor de R$400 mil, localizada na cidade de Sousa.
Conforme decisão decorrente da audiência de custódia, Livânia Farias está proibida de receber visitas, com exceção de parentes de 1° e 2°, além dos advogados. Desta forma, o juiz Adilson Fabrícia proibiu visitas de autoridades e de membros das polícias, para evitar que haja influência política no andamento do processo.
Operação Calvário
A secretária e o marido dela, Elvis Farias, além de familiares, servidores públicos e dirigentes do Hospital de Trauma de João Pessoa, são alvos da terceira etapa da Operação Calvário, desencadeada nesta quinta-feira (14). As informações têm como base depoimento do ex-assessor da pasta, Leandro Nunes de Azevedo, preso na segunda etapa da operação.
A operação investiga uma organização criminosa responsável por desvios de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, por meio de contratos firmados juntos às unidades de saúde da Paraíba, na ordem de R$ 1,1 bilhão.
Em nota, o Governo do Estado declarou que “causa estranheza que tenham cerceado a liberdade da secretária apesar dela possuir domicílio certo, ter se colocado publicamente à disposição da Justiça ou de quaisquer órgãos de investigação e, principalmente, sem que tenha sido facultada uma única palavra de defesa ao longo de todo o processo investigatório, não obstante a execração pública antecipada”.