Nos acompanhe

Paraíba

Participação do HUAC em pesquisa internacional vai beneficiar paraibanos com raquitismo

Publicado

em

“Me chamavam de anã, perna torta. Sofri muito quando era criança e adolescente e não quero que meu filho passe por isso”. O relato é da fisioterapeuta Aline Rejane Martins, 38 anos, portadora de Raquitismo Hipofosfatêmico ligado ao Cromossomo X, uma forma rara e hereditária de raquitismo.

Mãe de Heitor, que também tem a doença, ela e o filho vão receber tratamento no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC-UFCG), da Universidade Federal de Campina Grande e vinculada à Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), com um novo medicamento que promete melhorar a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com a patologia.

Segundo a geneticista Paula Frassinetti Vasconcelos de Medeiros (professora de Genética Médica do curso de Medicina da UFCG), o HUAC foi selecionado com mais três instituições no Brasil para participar de um estudo internacional multicêntrico que utiliza o medicamento burosumabe, testado com sucesso em ensaios clínicos. Na semana passada, ela ministrou palestra para pacientes (de diferentes regiões da Paraíba) e equipe médica envolvida na pesquisa. Pelo menos 10 pacientes do HUAC devem participar do estudo.

A geneticista acrescentou que o raquitismo de causa genética mais frequente é o Hipofosfatêmico ligado ao X, afetando 1 em cada 20.000 indivíduos, devendo haver muitos pacientes sem diagnóstico na Paraíba. “O diagnóstico e o tratamento de novos pacientes com raquitismo são disponibilizados na Genética Médica do HUAC”, ressaltou.

O burosumabe é o primeiro remédio aprovado pela Agência de Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, para tratamento da causa do Raquitismo Hipofosfatêmico ligado ao X, tanto para adultos quanto para crianças com mais de um ano de idade. Atualmente, o medicamento é usado por centenas de pacientes, incluindo 600 nos Estados Unidos e 11 na Argentina.

“O tratamento foi aprovado pelo FDA, nos Estados Unidos, e naturalmente, o laboratório que desenvolveu o medicamento tem grande interesse de saber como é que os pacientes vão evoluir. Ao longo de dez anos, os pacientes vão ser observados em todo o mundo”, explicou Paula Frassinetti Vasconcelos. Informações mais detalhadas sobre a pesquisa não podem ser fornecidas, devido a um contrato de confidencialidade assinado pelo HUAC.

Como a pesquisa com o burosomabe no Hospital Universitário Alcides Carneiro só vai começar, de fato, no início do segundo semestre (dadas as exigências burocráticas), os pacientes atendidos pelo HUAC vão, a partir de agora, entrar na Justiça para obter a medicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para que possam ter acesso ao medicamento com antecedência. O processo de judicialização será feito por meio do Instituto de Doenças Graves, Raras e Crônicas Patrick Dorneles (IDG-PD), sediado em Campina Grande.

A fisioterapeuta Aline Martins está ansiosa para que o estudo inicie, principalmente por causa do filho Heitor, que é acompanhado pela geneticista Paula Frassinetti. “Ela disse que estava surgindo um novo tratamento e me deu muita esperança. Meus pais lutaram muito comigo quando eu era criança, pois raquitismo só era tratado como deficiência de cálcio. Fiz cirurgias para corrigir as pernas arqueadas, ficaram retinhas, mas o crescimento não teve como”, relata.

Aline Martins tem 1,44 metro de altura e acredita que o medicamento burosomabe pode ajudar muito o filho. “Quando ele tinha 3 anos, comecei a perceber que, além de ser pequenininho, ele tinha uma marcha diferente. O tratamento dele à base de solução vem dando certo e esse novo tratamento me dá uma esperança maior ainda”, disse.

SUGESTÃO DE COORDENADA: O QUE É RAQUITISMO LIGADO AO X

Raquitismo é uma alteração no metabolismo ósseo em relação ao fósforo e cálcio. Existem diversos tipos e, geralmente, a população imagina que tem a ver apenas com desnutrição (quando a criança tem baixa nutricional), mas há muitas variedades que possuem causas genéticas, como é o caso dos pacientes que estão sendo tratados no Hospital Universitário Alcides Carneiro.

“Existem vários tipos de Raquitismo Hipofosfatêmico (quando o fósforo é baixo). O que a gente está tratando aqui no HU é o ligado ao X; ou seja, é transmitido pelo cromossomo X. Então as mães que têm esse cromossomo, passam tanto para filhos homens como para a filha mulher. De forma simples, eu poderia dizer que é um defeito genético em que as pessoas perdem fósforo pela urina. A doença, em geral, só se manifesta em torno de 2 anos de idade”, afirmou a médica Paula Frassinetti Vasconcelos de Medeiros.

Os primeiros sintomas são baixa estatura, deformações e dores ósseas, arqueamento das pernas. Fraturas e anomalias dentárias severas também podem ser observadas. Em adultos, as manifestações clínicas e complicações do raquitismo durante a infância são: altura reduzida; anormalidade no jeito de caminhar (marcha); deformidade da extremidade inferior; e osteoartrite como consequência de sustentação de peso a longo prazo em articulações desalinhadas.

A geneticista do HUAC também explicou que a qualidade de vida das pessoas com Raquitismo Hipofosfatêmico ligado ao Cromossomo X pode melhorar tanto com tratamento medicamentoso como com correções ortopédicas das deformações ósseas. “Antigamente, o tratamento para o raquitismo ligado ao cromossomo X era uma solução manipulada de fosfato + vitamina D, e o paciente teria que tomar quatro vezes ao dia. Então, a aderência ao tratamento era muito ruim e os resultados também”, esclareceu Paula Frassinetti Vasconcelos.

Com o novo medicamento aprovado no FDA e que já está disponível no Brasil, o tratamento é feito com uma injeção subcutânea a cada 15 dias (como se fosse uma aplicação de insulina), e os resultados são muito promissores. Em adultos, a medicação reduz dores musculares, perda muscular e problemas dentários. No caso de crianças, também há possibilidade de aumento da estatura.

Continue Lendo

Paraíba

Em Brasília, governadores se reúnem com Lewandowisk e debatem sobre PEC da Segurança Pública

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

O governador João Azevêdo (PSB) participou, na quinta-feira (28/11), no Palácio do Buriti, em Brasília, do 10º Fórum Nacional de Governadores. O encontro contou com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, oportunidade em que foi debatida a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.

Durante a reunião, o ministro afirmou que o governo federal está à disposição para receber propostas dos governadores à PEC e destacou a importância do intercâmbio de informações com os gestores estaduais.

Um novo encontro com os governadores foi marcado para o início de dezembro, com a apresentação de novas sugestões, com o objetivo de fortalecer o combate ao crime organizado no país.

Dentre os pontos previstos na PEC estão a constitucionalização do Fundo Nacional de Segurança Pública e da Política Penitenciária e a criação de um Conselho Nacional de Segurança Pública, com a presença de estados e municípios.

Continue Lendo

Paraíba

Projeto-piloto para promoção da paz nas escolas é implantado em Campina Grande

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

O Centro Judiciário de Justiça Restaurativa de Campina Grande (Cejure-CG) e a Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Educação, se uniram para implantar um projeto-piloto que levará ações às escolas no sentido de promover a cultura da paz entre a comunidade escolar. O projeto deve ser iniciado em fevereiro de 2025 e será voltado aos alunos do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental I e do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II.

As definições aconteceram na segunda-feira (25), durante reunião entre a coordenadora do Cejure, juíza Ivna Mozart, o secretário de Educação de Campina Grande, Raimundo Asfora Neto, e a gerente de projetos da prefeitura, Fabíola Alessandra Gomes Gaudêncio, na sede do Centro. A magistrada informou que durante o encontro já foi iniciado o planejamento para logística da operacionalização das ações.

“A escola, como ambiência comunitária primeira de crianças e jovens, mostra-se como um terreno fértil para o desenvolvimento da cultura da não violência. Oferecer práticas restaurativas no ambiente escolar é, sobretudo, realizar um investimento no futuro e no presente. Investimento este que, certamente, impactará positivamente na redução de situações conflitivas remetidas para o Poder Judiciário”, ressaltou a juíza Ivna Mozart.

Durante a reunião, foi apresentado o Projeto: ‘Práticas Restaurativas nas escolas: um olhar coletivo em prol da promoção da cultura de paz e cidadania’, idealizado pelas mediadoras de conflitos, facilitadoras de círculos de construção de paz e advogadas, Joselma Lacerda, Lúcia Queiroz e Tatianne Lacerda. Elas também estavam presentes na reunião, com a servidora do Cejure, Giselda Vidal de Lima.

O projeto consiste na implementação de um programa de práticas restaurativas nas escolas por meio de diagnóstico preliminar do ambiente escolar, realizado através de visitas in loco para identificação dos gargalos mais conflituosos no aparelho educacional, realização de oficinas entre a comunidade escolar e aplicação de um Ciclo de Círculos de Construção de Paz com o intuito de prevenir e resolver conflitos, fortalecer as relações interpessoais e promover um ambiente de respeito mútuo e inclusão.

“Entendendo o conflito como uma condição inerente à condição humana e que precisa ser visto como forma de aprendizagem e transformação, e sendo o ambiente escolar um espaço de convivência social e formação cidadã, o presente projeto pretende, através das práticas restaurativas, promover um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor como forma de prevenção e redução das formas de violência”, ressaltou Joselma Lacerda.

Ela explicou, ainda, que, o projeto se coaduna com o que já estabelecem os incisos IX e X art. 12  da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), quando apontam que os estabelecimentos de ensino devem promover ações destinadas à cultura de paz e medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, em especial o bullying.

Continue Lendo

Paraíba

8ª edição do Fórum Paraibano de Gestão Pública debate governança digital e inovação no setor

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

O Conselho Regional de Administração da Paraíba (CRA-PB), promoveu, nesta quinta-feira (28/11), a 8ª edição do Fórum Paraibano de Gestão Pública que teve como tema “Governança Digital na Gestão Pública”.

O evento, reconhecido como o maior de gestão pública da Paraíba, reuniu especialistas e autoridades para trocar experiências e fortalecer as administrações municipais, promovendo inovação e eficiência.

Destacando os avanços e desafios da transformação digital no setor público, o secretário de Administração do Estado, Tibério Limeira, deu detalhes da implantação de novas tecnologias na administração pública que beneficia população e gestão.

Confira:

Continue Lendo