A Cia Soluar retorna com a circulação do espetáculo “A nóia”. O espetáculo “A nóia” será apresentado nesta quinta-feira (17/01), às 20h, no anfiteatro da Praça da Paz, no bairro dos Bancários, João pessoa/PB. O espetáculo é resultado de um processo de pesquisa cênica a partir da temática “CRACK”. O tema é abordado com a linguagem lúdica e direta, transitando entre o real e a ficção, causando confusão na platéia. Com a proposta de reproduzir o ciclo de envolvimento do jovem no mundo das drogas, que segue mostrando a realidade desde início até a dependência total e suas conseqüências. Além de mostrar a importância dos amigos, família, escola e comunidade na prevenção do uso das drogas. O público observa, discute, emociona-se e reflete durante a apresentação. Cada apresentação é uma troca de energia diferente com os telespectadores.
O espetáculo volta a ser apresentado na capital com uma nova roupagem. A principal alteração está no figurino, que hoje conta com um visual mais contemporâneo, voltado para arte de rua. O texto também ganhou um olhar mais político, trazendo o público para a reflexão. O espetáculo está com o elenco reduzido. Segundo o diretor da peça, Edilson Alves, a “Noia” é um espetáculo que deve ser visto pela humanidade. O grupo Soluar observa e questiona um problema social universal “o consumo das drogas ilícitas”.
Esse espetáculo se deu especialmente devido ao aumento demasiado de usuário de crack em nosso Estado. Atualmente a Paraíba tem em torno de 35 mil usuários de crack, e o que mais preocupa é que 62% dos dependentes desta droga são crianças e adolescentes com idade entre 10 e 18 anos. Isto significa que 21,7 mil jovens paraibanos já estiveram em contato com o crack, sendo que 8,7 mil desses usuários têm entre 10 e 14 anos de idade e outros 13 mil estão na faixa etária dos 14 aos 18 anos. Além disso, 80% dos crimes violentos ocorridos no estado é uma consequência do uso da droga. Os dados são do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrid). Desta forma utilizamos o teatro como estratégia de comunicação e interação com a população em especial aos jovens, para informá-los e alertá-los sobre o ciclo e os males do consumo do crack.
O espetáculo “A nóia” é um texto de construção coletiva e direção geral de Edilson Alves, que tem como base o desejo de dois jovens, Marina e Augusto, que estão determinados em trilhar uma aventura bastante contagiante. Então, eles decidem conhecer a pedra intitulada como a mais forte do que a “Kryptonita”, que é mais do que Super Homem (personagem de história em quadrinho que é admirado por sua força). A grande diferença é que no espetáculo a pedra é o (CRACK) que tem um efeito contrário a da pedra do Super Homem, mas com um potencial estimulante, levando esses dois jovens a passarem vários momentos decisivos nas suas vidas. Apesar de ser um espetáculo teatral, a proposta é aproximar-se ao máximo realidade, para que tocar o coração e mente do público em geral, trazendo-o para a reflexão acerca de todo o processo de um dependente químico passa.
A peça recebeu duas premiações importantes. Uma como melhor direção e a outra como melhor espetáculo teatral, ambas na II Mostra de Teatro, Escola e Diversidade 2014, realizada pelo SESC/PB. A “A nóia” foi selecionada para participar da XI Mostra Sesc Ariús de Teatro de Rua Aldeia Palco Giratório, que aconteceu na cidade de Campina Grande-PB, em 2018. Em 2013 o espetáculo “A nóia” foi convidado para participar do III Festival da Juventude Paraibana, que aconteceu na cidade de Cabeceiras – PB.
Ficha Técnica
Direção: Edilson Alves.
Texto: Criação Coletiva.
Elenco: Aluisio Souza, Gorette Araújo, Jô Carvalho, Jamil Richene, Miguel Reberth, Neide Melo e Robert Sodré.
Figurinos e adereços: Geostenes Melo
Arte Visual: Masinho Cardoso
Fotos: Gilberlane Soares.
Preparação Musical: João Paulo Silva
Orientação de estudo: Cizia Romeu
Coordenação Geral: Jamil Richene
Realização: Cia de Teatro Soluar.