O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) lamentou a aprovação de um Projeto de Resolução (350/2018) que permite, por meio de uma emenda apresentada pelo PT, que os líderes transformem funções comissionadas (que é só para servidor) em cargos comissionados, de livre indicação dos políticos na Câmara dos Deputados. Durante a votação, o parlamentar fez um apelo aos colegas para retirar a emenda, evitando a criação de cargos na Casa.
“Faço um apelo pela retirada dessa emenda que cria mais cargos comissionados nesta Casa. Retirando-se essa emenda, que possamos votar o projeto de resolução e, aí, sim, extinguir funções comissionadas se existir exagero. Podemos debater isso sem problema. Mas não vamos usar esse jeitinho, esse atalho, esse escape. Acho que está na hora de cumprirmos uma obrigação básica de ouvir, respeitar e obedecer um sentimento de País”, destacou o deputado.
Pedro disse ainda que os políticos têm uma dívida com a população, que espera um gesto. De acordo com o deputado, a metade da população do País não tem saneamento básico. “Nós temos um objetivo a ser cumprido que é de alfabetizar o País. É um drama social imenso e, por uma questão de bom seno, por uma questão de sensibilidade pública, caberia a esta Casa fazer um esforço para reduzir o custo desta máquina, e, no encerrar de uma Legislatura, fez o contrário, criou mais cargos comissionados”, disse.
O deputado destacou ainda que era até favorável ao projeto de resolução, mas com uma reordenação. “Se era para acabar com funções comissionadas, que não se aproveitasse para se criar cargos comissionados, mais emprego aqui dentro. Emprego temos que criar em creche. Emprego, temos que criar em posto de saúde, em hospital; não em uma máquina pública. O cidadão brasileiro não aguenta mais financiar, custear um objetivo principal de satisfazer a nós mesmos”, afirmou.
Hostilização – Diante da aprovação da matéria, Pedro confessou que os políticos não têm nem como reclamar da hostilização que acontece na rua. “Eu confesso que eu tenho dificuldade de revidar, muita dificuldade. Eu procuro fazer a minha parte. Eu me empenho em um trabalho, com o melhor da minha energia, com todo o meu critério de correção, mas, quando alguém se indigna com o que a política apresenta hoje, eu confesso que tenho dificuldade de responder, de revidar, porque nós falhamos. E falhamos muito”, admitiu.
Pedro explicou ainda que o PT tentou acabar com três funções comissionadas para criar dois cargos comissionados e que a Diretoria-Geral da Casa, acertadamente, protegendo o regramento que está em vigor, barrou essa tentativa que cria, por óbvio, cargos comissionados, sendo que nem sempre é necessário aumentar despesa. “Pois bem, o PT, Partido dos Trabalhadores, inconformado, vem agora se valer desse projeto de resolução para apresentar essa emenda que não pode ter a concordância do Plenário desta Casa por uma questão de bom senso, de concordância com o sentimento de País”.
Economia – Durante o discurso, o deputado paraibano aproveitou para fazer um reconhecimento público ao esforço do presidente Rodrigo Maia, que tem feito muito esforço para a redução do custo da Casa. “Eu aproveito para dar conhecimento ao Plenário de que, de todos os órgãos públicos, esta Casa é o que tem o menor percentual de crescimento orçamentário de um ano para outro. Isso é fruto da condução da Presidência do Deputado Rodrigo Maia, que tem compromisso com este tema. Nós devolvemos, sim, um montante expressivo para o Poder Executivo, fruto do compromisso desta Casa também”, revelou.