O número de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de devedores acelerou no último mês de setembro e apresentou alta de 9,39% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O avanço no volume de empresas devedoras foi puxado, principalmente, pela região Sudeste, cujo crescimento foi de 17,16% na comparação anual. Nas demais regiões também houve alta na quantidade de empresas inadimplentes, mas em patamares menores: 4,60% no Sul; 4,38% no Centro-Oeste; 2,78% no Nordeste e 1,83% no Norte.
Os dados são do Indicador de Inadimplência da Pessoa Jurídica apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Na comparação mensal, isto é, entre agosto e setembro de 2018, o indicador teve uma alta mais modesta, de 0,56%.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, as dificuldades econômicas persistem, mesmo com o fim da recessão e, o cenário de desemprego elevado e de queda do faturamento das empresas continua afetando a capacidade de pagamento tanto das empresas quanto da população. “No início do ano, esperava-se uma recuperação mais forte da economia, mas isso não se concretizou. O desemprego ainda segue bastante elevado, o que limita o consumo e, em consequência, o faturamento das empresas e a própria capacidade de solvência das empresas”, explica o presidente.
Volume de dívidas em nome de pessoas jurídicas cresce 7,25% em setembro; maior parte dos empresários deve para empresas do ramo de serviços
O volume de dívidas em atraso no nome de pessoas jurídicas também acelerou em setembro, com alta de 7,25% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados do indicador ainda mostram que o setor de serviços, que engloba bancos e financeiras, foi o ramo credor que registrou o maior crescimento da inadimplência de pessoas jurídicas, apresentando variação de 9,4%. Em seguida vem a indústria (5,7%) e o comércio (2,2%). Considerando as empresas devedoras, a maior parte atua no comércio (46%), seguida do ramo de serviços (40%) e indústrias (9%). Já quando se leva em conta o setor credor, ou seja, aqueles que deixaram de receber, o destaque fica por conta das empresas do setor de serviços, que respondem sozinhas por 70% do total de dívidas. Logo em seguida aparecem as empresas do comércio (17%) e indústrias (12%). Na média, cada empresa inadimplente possui duas dividas registradas no banco de devedores.
Recuperação de crédito aumenta 3,0% em 12 meses, resultado puxado pela região Sudeste
O número de empresas que conseguiu recuperar crédito no acumulado de um anoapresentou alta de 3,0%. A alta foi puxada pela região Sudeste, onde o volume de quitação de dívidas das empresas cresceu 13,8% nos últimos 12 meses. Por outro lado, todas as demais regiões apresentaram quedas, como Nordeste (-7,9%), Norte (-5,7%), Sul (-5,7%) e Centro-Oeste (-0,3%).
O levantamento aponta ainda que do total de empresas que saíram do cadastro de devedores mediante pagamento, a maior parte (45%) atua no setor de comércio. Outras 41% são do setor de serviços e 9% estão no ramo da Indústria.
Metodologia
O Indicador de Inadimplência das Empresas sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação. Baixe o material completo emhttps://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos