Neste domingo (7) os eleitores vão escolher aqueles que comandarão os destinos da Paraíba nos próximos quatro anos. Mas qual é o estado que os eleitos vão encontrar em 1º de janeiro de 2019? Quais áreas devem ser tratadas com prioridade? O Jornal da Paraíba listou alguns dos desafios.
Em pesquisa realizada em agosto, o Ibope apontou que os eleitores paraibanos têm como maior preocupação o tradicional tripé: saúde, segurança e educação. Áreas que tiveram avanços nos últimos anos, mas que ainda precisam melhorar, segundo a população estadual.
Na saúde, o estado viu o surgimento de novos hospitais, como o Metropolitano de Santa Rita e o Oncológico de Patos. Por outro lado, o estado conta com apenas 608 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), sendo que destes, 378 são conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa um índice de menos de um leito (0,94) para cada grupo de 10 mil habitantes. Os dados são de uma recente pesquisa divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM )
Uma outra carência da saúde estadual é na rede materno-infantil. A maioria das cidades não possui maternidade e as crianças acabando nascendo fora dos municípios que moram, com os partos sendo concentrados em João Pessoa e Campina Grande.
Crime organizado e homicídios
Na segurança, a Paraíba tem visto um avanço da atuação do crime organizado. Viraram rotina os ataques a banco nos municípios do estado: só neste ano, segundo o Sindicato dos Bancários, foram 53 casos, sendo 30 explosões. Em 2017, foram 81 casos no total.
Esses grupos criminosos, uma espécie de novo cangaço, também têm atacado agências dos Correios. Mais recentemente estabeleceram uma nova prática: a explosão de carro-forte.
Foi justamente uma quadrilha envolvida nesses assaltos que provocou a ação criminosa que mais chamou atenção no ano: a fuga em massa no Presídio de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, em João Pessoa. Noventa e dois presos fugiram do local após um ataque com armas de guerra e a explosão do portão principal. O objetivo era resgatar um preso envolvido justamente numa ação de explosão a carro forte.
Avanços na segurança
Mas a segurança da Paraíba não é feita apenas de problemas. Segundo o Atlas de Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança, houve uma redução de 20,4% na taxa de homicídios entre os anos de 2011 e 2016. O estado passou de 3º mais violento, para 18º.
O índice de homicídios na Paraíba é a segunda menor do Nordeste, com uma média de 33,9 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes. O número é maior apenas do que encontrado no Piauí.
Analfabetismo alto
Outro desafio a ser enfrentado pelos gestores eleitos é o analfabetismo. Em pleno 2018, a Paraíba ainda tem uma população de mais de 500 mil habitantes com mais de 15 anos que não sabem ler nem escrever. O dado é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo os números, houve um crescimento aproximado de 13 mil novos analfabetos entre os anos de 2016 e 2017 , provocando o aumento percentual de 16,3% para 16,5% do total da taxa de analfabetismo em todo o estado.
Estiagem
Quem for eleito também vai precisar buscar soluções para lidar com a estiagem, que prejudica a economia e dificulta a sobrevivência principalmente dos moradores da região do semiárido.
A inauguração do Eixo Leste da Transposição do São Francisco, em março de 2017, ajudou, mas não sanou todos os problemas. Grande parte dos municípios da Paraíba vive em situação de emergência desde 2012, entre eles cidades diretamente beneficiadas pela água do Velho Chico, como Monteiro, Boqueirão e Campina Grande.
A última atualização dessa lista de municípios foi feita por um decreto publicado no começo de outubro.No total, 176 das 223 cidades da Paraíba estão em emergência.