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PGR apresenta recurso ao STF e pede restabelecimento de ação contra Cabo Daciolo

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou, nesta segunda-feira (1º), embargos de declaração contra o acórdão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que extinguiu a ação na qual o deputado federal Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos (Cabo Daciolo – Patriota/RJ) é acusado de formação de quadrilha. Por considerar haver omissões a serem corrigidas, Dodge aponta necessidade de modificação do acórdão e do restabelecimento do processo para que seja apurada a suposta conduta criminosa do parlamentar durante a greve da Polícia Militar e dos Bombeiros do estado da Bahia, em 2012, informa publicação do MPF.

De acordo com decisão monocrática do relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, confirmada pela Primeira Turma do STF em 25 de setembro, ficou declarada a extinção da punibilidade de Cabo Daciolo. A medida foi tomada com base na Lei 13.293/2016, que prevê no artigo 1º anistia a militares que “participam de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e condições de trabalho”.

No entanto, a procuradora-geral esclarece que o artigo 2º da referida lei diz que a anistia abrange os crimes previstos no Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001/1969) e na Lei de Segurança Nacional (7.170/1983), mas não inclui os crimes definidos no Decreto-Lei 2.848/1940, do Código Penal, e as demais leis penais especiais. “A edição da Lei 13.923/2016 não deve repercutir no crime de quadrilha praticado pelo réu, pela singela razão de que a associação criminosa sob exame se deu para a prática de condutas criminosas não anistiadas, nos termos de expressa ressalva legal”, afirmou.

Dodge lembrou que a denúncia oferecida originariamente pelo Ministério Público do Estado da Bahia narra que o grupo criminoso integrado pelo acusado foi voltado justamente à prática de crimes comuns, como a ocupação da sede do Poder Legislativo Estadual, intimidação à população civil, roubo de veículos, paralisação forçada de serviços públicos de transporte coletivo e dano ao patrimônio público e particular.

No documento, a procuradora-geral frisa que os fatos investigados nesta ação são distintos daqueles apreciados na Ação Penal (AP) 927, quando se avaliava a anistia aos militares envolvidos na paralisação de 2012. “A hipótese fática descrita nestes autos é distinta daquela versada na AP 927, mostrando-se omisso o acórdão embargado, com a devida vênia, sob dois aspectos: o primeiro, no sentido de apreciar a distinção entre a presente ação e a AP 927 e o segundo, na medida em que não se pronunciou sobre os demais crimes do Código Penal, objeto de instigação”.

Entenda o caso – Em março de 2012, o policial militar Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos foi denunciado juntamente com outras 11 pessoas, por incitação pública de policiais militares à prática de crimes como dano e roubo qualificados, estelionato contra a Associação dos Policiais e Bombeiros do estado da Bahia (Aspra/BA) e por ludibriarem pessoas que fizeram depósitos em contas do grupo criminoso pensando que fossem da entidade; também pesam sobre os denunciados acusações de peculato por equiparação em função da malversação ou dilapidação do patrimônio da Aspra/BA. As condutas delitivas ocorreram de 31 de janeiro a 11 de fevereiro de 2012, período da greve da PM e do Corpo de Bombeiros da Bahia.

Os 12 acusados foram denunciados à 2ª Vara Criminal da Comarca de Salvador, foram citados e apresentaram respostas à acusação. O processo foi separado em função de uma das denunciadas, Jeane Batista de Sousa, ter apresentado incidente de insanidade mental. Três testemunhas de acusação foram ouvidas, mas em função da impossibilidade de nomeação de defensor para o ato, determinou-se nova oitiva. Antes que isso ocorresse, Cabo Daciolo foi diplomado deputado federal, o que declinou a competência para o STF. A pedido da PGR, o processo foi desmembrado e o tocante aos demais denunciados – por não terem prerrogativa de foro – retornou para a 2ª Vara Criminal de Salvador. O parlamentar, investigado na Ação Penal 927, pediu a extinção da referida AP e foi atendido.

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CCJ do Senado irá debater projeto que permite mais controle em licitações

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A Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) aprovou na última semana projeto de lei que dá a estados, municípios e Distrito Federal mais abertura para exigirem das empresas vencedoras de licitações a adoção de regras para coibir irregularidades (PL 4687/2023).

O texto tem parecer favorável do relator, senador Efraim Filho (União Brasil), e agora segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Atualmente, a Nova Lei de Licitações (Lei 14.133, de 2021) determina que os editais públicos prevejam a adoção de programas de integridade pelas empresas vencedoras nos casos de contratos de grande vulto — aqueles cujo valor é estimado em mais de R$ 239 milhões. O que o projeto aprovado pela CTFC faz é permitir que os estados, os municípios e o Distrito Federal exijam a adoção de programas de integridade em licitações de valor inferior ao previsto na lei federal.

Um programa de integridade é o conjunto de mecanismos e procedimentos internos que uma empresa deve adotar para coibir irregularidades na execução de contratos, incluindo códigos de conduta, auditorias e incentivo a denúncias.

Efraim Filho incluiu no projeto a previsão de vigência imediata da lei. O relator afirmou concordar que cabe a cada ente federado, considerando sua própria realidade, estabelecer o valor mínimo adequado dos contratos a partir do qual o programa de integridade deve ser exigido.

Fonte: Agência Senado

 

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“Desperdício de dinheiro público”, diz Cabo Gilberto sobre festival de música do G20

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O deputado federal, Cabo Gilberto (PL), apresentou requerimento ao Ministério da Cultura para obter mais informações o critério de escolha dos artistas que participaram do festival de música organizado pelo Ministério com a ajuda da primeira-dama Janja.

Apelidado de “Janjapalooza”, o festival Aliança Global Festival Contra Fome e a Pobreza foi promovido no Rio de Janeiro durante encontro do G20 e contou com 29 artistas. Para bancar o evento, o Ministério da Cultura recebeu o apoio das estatais Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Itaipu e Petrobras.

“O desperdício de dinheiro público realizado pelo Ministério da cultura, em um momento de grave crise econômica, é um verdadeiro desrespeito aos cidadãos que arcam com a alta carga tributária do país”, disparou Cabo Gilberto.

 

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Escala 6×1: especialista aponta setores que poderão ser mais afetados pelas mudanças propostas

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Os debates sobre a Proposta de Emenda à Constituição que pretende reduzir a carga horária de trabalho de 44 para 36 horas semanais seguem em evidência no Congresso Nacional. Após o número mínimo de assinaturas de parlamentares ser atingido, o texto já pode tramitar. As discussões sobre os formatos de escala já tiveram início, mas é importante questionar um ponto: afinal, que setores serão mais afetados por essa medida?

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Economistas de São Paulo, Carlos Oliveira Jr., a mudança afeta, sobretudo, os segmentos que funcionam de forma contínua, como áreas do setor de Comércio, por exemplo. Além desses, o especialista destaca áreas do setor de Serviços que também utilizam a escala 6×1 para manter as operações todos os dias da semana, como hotéis, restaurantes, padarias, transporte e logística.

Ele também considera algumas profissões específicas. “Operadores de caixa, repositores de supermercado, balconistas, trabalhadores de limpeza, segurança, profissionais de saúde, enfermeiros, técnicos de enfermagem, funcionários de transporte, pessoal que dá suporte em nível de tecnologia, em banco e atendimento também”, pontua.

Empregos nos setores mais afetados

De acordo com o Brasil61, dados da Pesquisa Anual do Comércio de 2022 do IBGE – divulgada neste ano, revelam que 10,3 milhões de pessoas estavam empregadas em empresas do setor de Comércio em 2022. Desse total, 7,6 milhões atuavam no varejo e 1,9 milhão no atacado. Quanto ao setor hoteleiro, de eventos e turismo a soma é de 3,7 milhões de profissionais, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).

Escala 6×1: uma nova era ou risco para as relações trabalhistas?

Oliveira Jr. afirma que a proposta apresenta alguns pontos positivos para o empregado, como mais horas de descanso, por exemplo, mas ele também enxerga desafios para empresas que vão precisar elevar despesas, o que pode ser repassado ao consumidor final.

“Ela [empresa] tem que contratar mais pessoas para ocupar esse período. E aí vai elevar os custos. Pode impactar com relação a preço, como varejo, hospitalidade, onde a contratação de novos trabalhadores ou pagamento de horas extra pode ser um desafio financeiro. Para empresa de menor porte, a mudança pode ser inviável, pois, além do custo adicional, há o desafio de adaptar escalas e gerir equipe maior”, explica.

Salário dos setores mais afetados

Ainda de acordo com o IBGE, a média salarial do setor de Serviços foi de 2,3 salários mínimos mensais, em 2022. Ao se considerar o salário mínimo daquele ano, o valor total equivale a R$ 2.787,60. Em relação ao Comércio, a remuneração chegou a uma média de 2,4 salários mínimos.

A proposta conta com, pelo menos, 171 assinaturas de deputados para começar a tramitar. A mudança pode ter forte impacto sobre os direitos trabalhistas no Brasil, que são historicamente protegidos por uma legislação robusta.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já estabelece um limite para a jornada semanal de trabalho de 44 horas, com um descanso mínimo de 24 horas consecutivas. Embora a CLT permita certas flexibilizações — como escalas alternativas de trabalho e pagamento por hora. Mas para Barbosa, o cenário mais drástico da mudança, caso a PEC venha a ser aprovada, seria o aumento da informalidade e do desemprego.

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