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Ausência de senadores para votação ameaça destino de Aécio no Senado

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Ao menos dez senadores estão ausentes do Congresso nesta terça-feira (17), data marcada para a sessão de plenário que deveria decidir o destino do senador Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de medidas cautelares do Supremo Tribunal Federal (STF) como suspensão do mandato e recolhimento domiciliar noturno. Denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, o tucano pode continuar fora do cargo ou retornar às atividades, a depender do tratamento que os parlamentares darão ao Ofício 70/2017, por meio do qual o STF ratifica a decisão de sua Primeira Turma em relação a Aécio e submete o entendimento ao Senado. De acordo com o Congresso em Foco, quanto mais baixo o número de presenças, pior para Aécio, uma vez que ele precisa de pelo menos 41 votos para se manter no posto.

Aécio está afastado desde 26 de setembro e, além da suspensão de mandato e da restrição de liberdade, está proibido de viajar para o exterior e conversar com outros investigados. Na decisão da última quarta-feira (11) que reiterou seu poder de aplicar medidas cautelares, mas com palavra final conferida ao Congresso, o STF na prática manteve a suspensão do mandato do tucano. E, por outro lado, permite que o Senado possa reverter esse resultado. Mas, a depender do quórum de pouco mais de 40 senadores na Casa, Aécio corre o risco de se manter afastado, mesmo tendo sido considerada a possibilidade de adiamento.

No entanto, a hipótese foi afastada pelo vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), depois de reunião de líderes. “Não há que se falar em adiamento. Essa sessão está marcada há muitos dias”, disse o tucano, pouco antes de ser reunir com o o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), no gabinete da Presidência do Senado. Pouco antes da reunião, o próprio Eunício falou sobre o que ficou decidido.

“Estamos com a matéria [caso Aécio] como primeiro item da pauta. Está em regime de urgência e, portanto, eu vou dar sequência à votação”, declarou o peemedebista, informando que 45 senadores já haviam registrado presença, quando são necessários ao menos 41 para iniciar a votação. Eunício disse ainda que a votação será aberta, na linha do que decidiu o ministro do STF Alexandre de Moraes – preocupados com uma possível derrota de Aécio, aliados do tucano chegaram a aventar a possibilidade de votação secreta, o que provocou pronta reação de parlamentares e setores da opinião pública.

Nos bastidores, senadores realizam diversas reuniões para discutir a situação do colega – acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, delator da JBS preso por violar os termos de sua delação premiada. Joesley gravou a conversa com Aécio, que emprega linguagem chula e xingamentos para criticar diversas autoridades. Aliado do presidente Michel Temer (PMDB), que também foi gravado por Joesley fora da agenda e por isso foi denunciado por três crimes, Aécio é considerado pelo Planalto como peça-chave da manutenção do PSDB na base aliada.

A movimentação dos parlamentares tem o cuidado de não aprofundar uma crise ainda grave com o Judiciário. Ontem (segunda, 16), Eunício recebeu Temer na residência oficial da instituição. O empenho pessoal do presidente incluiu o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), aliado de primeira hora de Aécio na política mineira e, agora, nacional. O PSDB está reunido, a portas fechadas, para tentar encontrar uma saída para o impasse – o adiamento da votação é considerado um erro por senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Ana Amélia (PP-RS).

“É muito raro o Senado alcançar o quórum de 81 senadores. A ausência de um, dois, três ou quatro parlamentares não pode ser razão para o Senado adiar uma votação que ele próprio marcou. A votação do dia de hoje, dia 17, foi marcada pelo Senado, inclusive como um ultimato para o Supremo. O Senado adiar seria passar um papel no mínimo constrangedor”, ponderou Randolfe.

São necessários ao menos 41 votos para que a decisão do STF seja revertida e Aécio volte ao mandato. Mas, caso isso não ocorra, até mudanças na Constituição são consideradas por senadores para evitar que um deles seja impedido de exercer suas funções por imposição da corte. O próprio Cássio Cunha Lima disse ao Congresso em Foco que a questão já está na pauta. “O Supremo interpreta, o Congresso redige. Poderemos, sim, redigir a interpretação que foi dada pelo Supremo sem problema algum”, observou o tucano, outro aliado de Aécio, alvo de diversos inquéritos no STF e um dos principais investigados na Operação Lava Jato.

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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