A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) entrega nesta terça-feira (26), o projeto da Vila Sanhauá, no Centro Histórico da Capital. O objetivo é movimentar uma região historicamente ociosa e fomentar a atividade artística e cultural – algo que já será possível observar durante a solenidade de entrega, com a realização de uma exposição que reúne trabalhos de fotografia, esculturas e pintura criadas por artistas, novos moradores do local.
Ao todo serão apresentadas ao público oito mostras, que ocuparão um casarão cada. Os trabalhos são assinados por artistas como Ted Henriquez (pintura, fotografia e xilogravura), Edson Oliveira (pirogravura), Magno Virgílio (fotografia), Ery Nunes (pintura), Renata Cabral (pintura), José Robério (escultura), Estúdio Alumiar, além da ONG Pé de Elefante, com exposição de figurinos e instrumentos do Maracatu.
A curadora da exposição é Lúcia França, que considera o Villa Sanhauá uma das mais importantes obras já realizadas na Capital, viabilizando resgate histórico e cultural de João Pessoa. “Ao mesmo tempo em que se valoriza a história, projeta-se o futuro. E esses artistas que estão recebendo esse patrimônio têm uma responsabilidade, uma missão de tornar o lugar pulsante, além de estimular o comércio local”, disse.
Achado histórico – Durante as obras de reconstrução do Villa Sanhauá um dos trabalhadores encontrou um documento que remete a década de 30 – um jornal com manuscritos de trabalhadores da época, impregnado numa parede, com dizeres sobre o futuro daquela obra. É como se passado e presente estivessem conectados a partir da intervenção, ou seja, a restauração devolve o verdadeiro sentido aos prédios.
O relato é de Ted Henriquez, que além de fotografo e escultor, trabalha com o patrimônio histórico e restauração de documentos antigos. Ele é um dos artistas que irá ocupar o Villa Sanhauá e expor trabalho nesta terça-feira, na inauguração do residencial. “Eu conversei com o trabalhador que encontrou esse documento, vou restaurar e fazer com que ele sirva para contar o passado e o presente dessa obra maravilhosa – é como se fosse uma máquina do tempo. Estou realmente muito entusiasmado com tudo da Villa Sanhauá, até já produzi alguns trabalhos para expor depois da inauguração”, afirmou.
Quem projeta o futuro na Villa Sanhauá com otimismo é Juliana Terra, do Estúdio Alumiar. Ela explica que sua produtora, que conta com uma equipe formada por sete profissionais, desenvolvendo trabalhos de fotografia e audiovisual, agora tem um espaço adequado para realizar as produções. “A gente fazia tudo sem um local físico, cada um desenvolvendo sua parte nos projetos. Conseguimos o edital do Villa Sanhauá, que vai ser fundamental para nosso trabalho, por ser um espaço no Centro da cidade, ligado a área cultural. Pra gente foi perfeito”, garantiu.
Villa Sanhauá – Todo o projeto do Villa Sanhauá, vanguardista no País, foi inteiramente elaborado por técnicos da Secretaria Municipal de Habitação Social (Semhab) e está sendo desenvolvido com recursos próprios da administração municipal, orçado em R$ 4.211.934,00. Os oito casarões comportam 17 unidades habitacionais e seis comerciais, além de um prédio destinado a uma instalação institucional da PMJP. O projeto, que integra todo um planejamento da atual gestão para recuperar o Centro Histórico, já era esperado há mais de 14 anos pela população da Capital.