A Maternidade Frei Damião, que integra a rede hospitalar do Estado, em João Pessoa, inaugurou, nesta quinta-feira (10) – Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher –  a Sala Lilás. O ambiente é destinado ao acolhimento de mulheres vítimas de violência sexual que procuram a maternidade em busca de apoio emocional e assistência em saúde. A unidade é referência do Programa de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (PAMVVS), oferecendo cuidado multiprofissional no eixo psicossocial e médico para as vítimas.

O espaço recebeu o nome de Sala Lilás em alusão ao Agosto Lilás, mês dedicado à campanha de conscientização e combate à violência contra a mulher. Na Frei Damião, além do cuidado médico especializado para os casos de violência sexual contra mulheres, há uma equipe especializada em ouvi-la e prestar o suporte emocional necessário. Os demais encaminhamentos acontecem com o acionamento dos demais órgãos envolvidos nesse processo, caso a vítima deseje. A unidade também garante o sigilo das informações e o aborto legal para as gestações oriundas da violência, conforme preconiza a lei.

A diretora-geral da maternidade Frei Damião, Marcela Tárcia, explicou que a iniciativa faz parte da humanização dos fluxos da unidade. “É um ambiente próprio para que essa vítima se sinta acolhida em um momento de fragilidade, para que ela entenda que existe esse lugar exclusivo e seguro onde ela está amparada para lidar com os desafios que essa situação impõe. É importante lembrar que a vítima precisa sentir confiança no serviço que a ampara, com a certeza de não sofrer julgamentos e ter profissionais com habilidade para lidar com esse momento”, ressaltou.

De acordo com a secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Lidia Moura, que também participou da inauguração do ambiente, a Sala Lilás deve ser implantada em todas as unidades que atendem vítimas de violência. “Esse é um grande avanço para a saúde, um grande passo que a Frei Damião está dando, garantindo esse direito de uma maneira muito especial e direcionada, aplicando o protocolo necessário para os casos de violência contra a mulher. Esperamos que, em breve, esse exemplo seja levado para toda Paraíba, uma vez que é uma iniciativa que vai implicar positivamente na vida dessas vítimas”, afirmou.

Os dados do Painel de Indicadores Estatísticos de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, revelam que em 2023 a Paraíba registrou 575 casos de violência sexual. Deste total, 522 vítimas eram do sexo feminino e a maioria delas tinha entre 0 e 14 anos. Neste sentido, garantir um espaço e uma equipe próprios e preparados para lidar com esse momento de violação de direitos é uma ação importante para incentivar as vítimas a procurarem um serviço de referência sem medo de julgamentos, entendendo que esse espaço é feito para elas serem cuidadas, acolhidas e protegidas.