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Paraíba

MPPB e outras instituições recebem protocolo da ONU sobre feminicídio

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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) promoveu, na tarde desta quarta-feira (23), uma reunião com representantes do Judiciário, de órgãos governamentais e do Movimento de Mulheres para discutir o protocolo latinoamericano elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre feminicídio. Segundo dados apresentados pela ONU, em 2013, a Paraíba possuía a sexta maior taxa de homicídios de mulheres do país.

Ficou deliberado que a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba fará a interlocução com órgãos e instituições e com a ONU Mulheres para que o grupo de trabalho interinstitucional estude o protocolo, apresente suas sugestões e elabore o termo de adesão e compromisso para a implementação das diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar as mortes violentas de mulheres, na Paraíba. A secretaria também ficará responsável por organizar as reuniões do grupo. O próximo encontro deverá acontecer no prazo de 30 dias.

A reunião foi coordenada pelo procurador de Justiça Valberto Lira, coordenador do Núcleo de Políticas Públicas do MPPB. Participaram as promotoras de Justiça que atuam na Promotoria de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica da Capital, Rosane Araújo e Dulcerita Alves, e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias Cíveis e da Família, Elaine Cristina Alencar. Também estiveram presentes representantes do Poder Judiciário, da Delegacia da Mulher, do Movimento de Mulheres da Paraíba e da Secretaria de Estado da Mulher.

O protocolo latinoamericano sobre feminicídio foi apresentado pela consultora da ONU Mulheres, no Brasil, Aline Yamamoto, que iniciou sua fala destacando os marcos legais e a trajetória internacional e regional dos direitos humanos das mulheres, como a Convenção de Belém do Pará de 1994 (que tratou, pela primeira vez, da prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher); a condenação do Estado brasileiro pela omissão e negligência em relação à violência doméstica contra a mulher, no caso Maria da Penha e Lei 13.104/2015, que alterou o artigo 121 do Código Penal para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, bem como o artigo 1° da Lei 8.072/1990 para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.

Segundo Yamamoto, o protocolo já está sendo implementado em pelo menos dez unidades da federação e em instituições como o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por exemplo. Lá, já foram elaboradas recomendações e diretrizes, orientando seus membros a como atuarem nos casos de mortes violentas de mulheres. Além de material de caráter orientador, o protocolo da ONU prevê a realização de cursos de capacitações para as pessoas envolvidas nesse processo.

Dados alarmantes

A consultora da ONU apresentou dados estatísticos que revelam a gravidade da violência contra as mulheres no Brasil e no mundo. “Os dados revelam que uma em cada três mulheres, no mundo, já sofreu algum tipo de violência sexual praticada por parceiro ao longo de sua vida; que 40% dos assassinatos de mulheres foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros e que os mais altos índices de feminicídio estão na América Latina”, disse.

No Brasil, embora 8% dos homicídios tenham como vítimas pessoas do sexo feminino, o que chama a atenção dos pesquisadores é que 50% dessas mulheres foram mortas por familiares e 33%, por ex-parceiros. Em 2015, foram registrados 4.621 assassinatos de mulheres no país, sendo que 65% das vítimas eram negras. A consultora da ONU Mulheres destacou que apenas 10% das mulheres vítimas de violência denunciam os casos.

O protocolo elaborado pela ONU para o enfrentamento do feminicídio também foi norteado por pesquisas que analisaram laudos cadavéricos, ações penais públicas, sentenças e acórdãos judiciais. Os estudos evidenciaram que o feminicídio é um crime de ódio, que aparece na forma cruel como as mulheres são assassinadas. Também mostraram que a tese da legítima defesa da honra para justificar a violência e a morte de mulheres ainda não desapareceu dos tribunais e que muitas ações penais reproduzem estereótipos que reforçam o machismo e banalizam a violência contra a mulher. “Precisamos respeitar o direito à verdade, à justiça e à memória das vítimas. O conceito de feminicídio surgiu em 1970 para reconhecer o contexto estruturante da violência contra a mulher. O Estado tem o dever de intervir porque todas essas mortes são evitáveis”, disse.

O Protocolo

O protocolo latinoamericano apresentado pela ONU Mulheres sobre o feminicídio é estruturado em duas partes, sendo a primeira mais conceitual, tratando em quatro capítulos da questão de gênero, dos marcos jurídicos nacionais e internacionais e do dever da devida diligência, uma obrigação internacional assumida pelo Brasil. A segunda parte traz cinco capítulos, que mostram a importância que instituições como a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Poder Judiciário têm no enfrentamento desse problema.

Segundo a consultora da ONU, a ideia é que o protocolo seja aplicado a toda e qualquer morte violenta de mulheres. “Estamos falando de mudança de olhares e práticas. O objetivo é promover uma investigação e processamento eficazes dos casos de mortes violentas de mulheres por razão de gênero, de modo a combater a impunidade e o sentimento de descrédito na Justiça”, explicou.

O documento considera feminicídio a tentativa ou a morte consumada de mulheres com indícios de violência (o que abrange não só homicídios, como também suicídios ou mortes aparentemente acidentais), praticada por pessoas com quem a vítima mantenha ou tenha mantido vínculos, relações comunitárias ou profissionais em vários contextos (privados, públicos, tráfico de drogas ou tráfico de mulheres, etc), com o emprego da tortura, sofrimento psíquico e mental, mutilação e desfiguração de partes do corpo associadas à feminilidade, por exemplo. “Cinco mil mulheres são assassinadas ao ano e metade por feminicídio. A cultura da violência e da discriminação precisam ser levadas em consideração nos processos”, defendeu.

O protocolo latinoamericano elaborado pela ONU Mulheres é destinado às Polícias Militar, Civil e Científica, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Judiciário, Defensoria Pública e OAB.

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Presidentes de Tribunais de Justiça de todo o Brasil se reunirão na Paraíba nesta quarta-feira

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O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) receberá os presidentes de Tribunais de Justiça de todo o Brasil para o XIII Consepre (Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil), que será sediado em João Pessoa de 6 a 8 de novembro. O evento será aberto pelo presidente do TJPB, desembargador João Benedito da Silva, na Sala de Sessões Desembargador Manoel da Fonseca Xavier de Andrade, no Palácio da Justiça, às 18h.

A abertura do evento, na quarta-feira (06/11), contará com a presença do desembargador Carlos Alberto França, presidente do Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil e presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.

No dia 07/11, a programação do XIII Consepre segue com uma palestra do ministro Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Outros temas tratados no dia serão o uso da Inteligência Artificial (IA) para desburocratizar, acelerar, dar mais eficiência e precisão a decisões processuais e a consolidação das conciliações no 1º e 2º Graus por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedor Nacional de Justiça, Mauro Campbell, se reunirá com os presidentes dos Tribunais de Justiça para tratar de temas em comum que o judiciário enfrenta em todo o Brasil.

Na sexta-feira (08/11), último dia do Consepre, a programação será aberta pelo ministro Luís Roberto Barroso – presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em seguida a conselheira do CNJ, Renata Gil, falará sobre ‘As mulheres na Justiça e na Sociedade’.

O encontro de presidentes de tribunais tem como objetivo discutir temas relevantes em comum e alinhar as pautas importantes para o judiciário brasileiro. O evento acontece quatro vezes por ano sempre em Estados diferentes. O XII Consepre aconteceu em outubro, em Belém (PA).

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Paraíba adere e Saúde adota novo esquema vacinal contra a poliomielite no Estado

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Redação do Portal da Capital

O esquema vacinal contra poliomielite passa a ser composto, exclusivamente, por uma dose de vacina inativada poliomielite (VIP). O Estado da Paraíba aderiu desde a segunda-feira (04/11) à decisão do Ministério da Saúde em substituir as duas doses de reforço com vacina oral poliomielite bivalente (VOPb), a famosa ‘gotinha’, pela injetável levou em conta as novas evidências científicas para proteção contra a doença. Com o avanço tecnológico, será possível garantir uma maior eficácia do esquema vacinal.

Atualmente, há cerca de 38 mil salas de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em todo o país. A meta do Ministério da Saúde é que a cobertura vacinal alcance 95% até o fim deste ano. Em 2023, a cobertura da VIP foi de 86,5% e a de VOP 78,2%, segundo as informações contidas na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Na Paraíba, os percentuais de imunização foram de 87,70% para a VIP e 77,33% para a VOP.

Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, a mudança é significativa e pode ser observada no mundo inteiro. Países como o Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a VIP.

“O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência mundial e está substituindo as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as nossas crianças”, explica Gatti.

O esquema vacinal anterior contemplava a administração de três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço da VOP, a ‘gotinha’, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A partir de hoje, será necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses.

Desta forma o esquema vacinal passa a ser:

  • 2 meses – 1ª dose;
  • 4 meses – 2ª dose;
  • 6 meses – 3ª dose;
  • 15 meses – dose de reforço.

Coberturas vacinais 

A nova estratégia para uso do imunizante injetável é mais um passo para garantir que o Brasil se mantenha livre da poliomielite. O país está há 34 anos sem a doença, graças à vacinação em massa da população.

O Brasil tem se destacado positivamente no avanço das coberturas vacinais. Após enfrentar declínios desde o ano de 2016, em 2023 o país reverteu a tendência de queda de 13 dos 16 imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação. E a vacinação contra a poliomielite no país é uma das causas do resultado positivo.

O Zé Gotinha vai se aposentar?

O famoso personagem Zé Gotinha, criado nos anos 1980, é o símbolo da luta contra a poliomielite e, além disso, foi usado para alertar sobre a prevenção de doenças imunopreveníveis. Mesmo com a mudança, ele continuará atuando em prol da vacinação e da vida.

“O Zé Gotinha não vai desaparecer, pelo contrário, ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI. Ele ajuda a promover não só o SUS, mas promover a vida, promover a vacinação”, reforça o diretor do DPNI.

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Governo Federal fará investimento milionário para reforço da Atenção Primária de Saúde na Paraíba

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O Governo Federal irá investir R$ 854 milhões para fortalecer a Estratégia da Saúde da Família (ESF). Ao todo, o Ministério da Saúde credenciou um total de 2.363 novas equipes da Saúde da Família (eSF) em 561 municípios brasileiros. Desse total, 12 serão no Estado da Paraíba. Cerca de R$ 130 milhões vão ser entregues neste ano e R$ 724 milhões em 2025.

ESF é um eixo prioritário para a expansão, qualificação e consolidação da Atenção Primária à Saúde no Brasil. A iniciativa possibilita o aumento da cobertura, do acesso e da qualidade do atendimento aos usuários, especialmente naqueles municípios de maior vulnerabilidade.

Com o novo credenciamento, os municípios são autorizados a receber os incentivos federais de implantação e custeio das equipes de Saúde da Família (eSF). No entanto, conforme a Portaria GM/MS nº 5.610, de 23 de outubro de 2024, mesmo com a autorização formalizada, os gestores municipais têm até dezembro de 2024 para cadastrar as equipes no Sistema Nacional de Cadastro de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) para finalizar o processo, sob pena de descredenciamento.

“As portarias estão dentro do planejado pelo Ministério da Saúde para fortalecer e expandir a estratégia de Saúde da Família, a saúde bucal do Brasil Sorridente. Essas medidas possibilitam que os municípios efetivem essas equipes e passem a receber o custeio federal, de modo que, com isso, possamos atingir a meta de 80% de cobertura da saúde da família até 2026, e dentro da perspectiva de uma saúde da família com mais adequação ao tamanho da população e que consiga promover um cuidado integral e com ações no território”, destacou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço.

A região que possui o maior número de novos credenciamentos, influenciada pela quantidade de solicitações e pelo porte populacional dos municípios, foi a Sudeste (1.263), seguida pelas regiões Nordeste (476), Norte (323), Sul (187) e Centro Oeste, com 117 novos credenciamentos.

Composição das equipes

As equipes de Saúde da Família (eSF) são compostas por, no mínimo, um médico, um enfermeiro, um auxiliar e/ou técnico de enfermagem e um agente comunitário de saúde (ACS). Podendo também fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os profissionais de saúde bucal, como cirurgião-dentista, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.

Em abril deste ano, o Ministério publicou um novo modelo de Financiamento Federal da Atenção Primária à Saúde, instituído pela Portaria GM/MS nº 3.493, de 10 de abril de 2024, que traz a nova metodologia de cofinanciamento federal do Piso de Atenção Primária à Saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). A nova regra visa aperfeiçoar a distribuição de recursos federais, promovendo maior eficiência e equidade na alocação de recursos para a atenção primária em todo o território nacional.

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