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Quase 70% dos senadores estão sendo investigados pela Justiça

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O quadro é desalentador. O Senado brasileiro virou a síntese da decadência da política. Levantamento feito por ISTOÉ revela que 69% dos 81 senadores possuem alguma pendência judicial. Os números mostram que 56 estão encrencados com a Justiça. Os crimes envolvendo os parlamentares da Câmara Alta são de fazer inveja aos ocupantes de qualquer penitenciária brasileira. Há casos de violência contra a mulher, ocultação de bens, peculato, crimes contra a fé pública, ocupação ilegal de apartamentos funcionais, crimes eleitorais, enriquecimento ilícito, corrupção, lavagem de dinheiro, além de muitos inquéritos derivados das delações premiadas da Odebrecht. O delito preferido dos senadores, no entanto, é a corrupção ou atos de improbidade administrativa: 49 deles respondem por crimes dessa natureza. A maioria, no entanto, se esconde atrás do foro privilegiado e os processos abertos para que possam ser julgados e condenados caminham a passos de cágado, destaca reportagem da IstoÉ.

Desse cenário lamentável, porém, sobressai um dado positivo: os resultados da Operação Lava Jato no processo de saneamento da política brasileira. Afinal, houve um aumento significativo no número de senadores investigados após a deflagração da operação pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Seis senadores, inclusive, já se tornaram réus no Supremo Tribunal Federal: Aécio Neves (PSDB-MG), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fernando Collor (PTC-AL), José Agripino Maia (DEM-RN), Romero Jucá (MDB-RR), Renan Calheiros (MDB-AL) e Valdir Raupp (MDB-RO). Collor foi denunciado por propinas de R$ 26 milhões desviadas da BR Distribuidora. Gleisi, Agripino, Jucá e Raupp se tornaram réus por repasses ilícitos de empreiteiras para suas campanhas eleitorais. Jucá também é investigado em outros 12 procedimentos. Agripino, por propinas na construção da Arena de Dunas, estádio de Natal da Copa do Mundo de 2014. Já Aécio foi acusado por pedir R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS, em março de 2017. O tucano é alvo de mais nove inquéritos, que vão desde propinas para campanhas até fraude na licitação da cidade administrativa de Minas Gerais.

Nem o presidente escapa

A Lava Jato também levou o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), a ser investigado no STF. Delatores da Odebrecht revelaram repasses de R$ 2 milhões a ele. O ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Mello, também em delação premiada, detalhou pagamentos de R$ 5 milhões em despesas de empresas que prestavam serviços à campanha de Eunício em 2014. Quem também está enrolado na Lava Jato é Renan Calheiros (MDB-AL), alvo de pelo menos 15 inquéritos no STF. Ele já é réu por usar recursos ilícitos da construtora Mendes Júnior para pagar a pensão de uma filha. Ainda na Lava Jato, há os casos dos senadores Benedito de Lira (PP-AL), incluído no chamado ‘quadrilhão do PP’ e Edison Lobão (MDB-MA), alvo de quatro inquéritos. José Serra (PSDB-SP) é investigado por fraudes na licitação do Rodoanel Sul.

O senador Telmário Mota (PTB-RR) é dono de um prontuário de corar a face: é investigado por violência contra a mulher. Uma universitária de 19 anos fez a denúncia em 2016 e disse ter sido agredida pelo senador, depois de viver maritalmente com ele por três anos. Na verdade, espancada a chutes e socos, que a fizeram desmaiar. Ele nega a agressão. “Desafio provar”, diz.
Entre os processos por atos de improbidade administrativa, chama atenção os do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). São pelo menos 12 procedimentos contra ele no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por irregularidades na sua gestão como prefeito de Nova Iguaçu, se é que é possível chamar aquela barafunda administrativa de gestão.

Todos os parlamentares citados, por óbvio, refutam as acusações. De qualquer forma, o eleitor precisa ficar atento ao passado dos candidatos. Em outubro, cada brasileiro escolherá dois senadores para representá-los em Brasília. Dos 54 com mandatos terminando neste ano e que pretendem disputar a reeleição, 24 são investigados na Lava Jato. É possível que até a eleição algum deles já esteja condenado pelo STF. Aí viram fichas-sujas. De caras limpas.

 

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Nova Okaida: imprensa nacional destaca atuação de organização criminosa que aterroriza o NE

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Redação do Portal da Capital

A imprensa nacional destacou a atuação de uma organização criminosa que aterroriza o Nordeste. Trata-se do grupo autointitulado “Nova Okaida”, originado na Paraíba e que já domina o Estados de Pernambuco e possui atuação no Ceará.

O grupo foi alvo de uma operação especial denominada “Maré Alta” deflagrada, na quinta-feira (28/12), pelas Polícias Civil e Militar.

De acordo com esta matéria publicada pelo Metrópoles, a facção escolheu seu nome como referência à organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda. Apesar da inspiração, a facção brasileira não tem nenhum aspecto religioso.

A Nova Okaida utiliza como símbolo a imagem de Osama Bin Laden, um dos fundadores da Al-Qaeda, inclusive em grupos de membros da organização criminosa na rede social WhatsApp, segundo revelado pela Polícia Civil.

De acordo com a instituição, a Nova Okaida é a maior facção criminosa da Paraíba “É resultado de dissidências das antigas Facções Okaida e Okaida RB, e comanda o tráfico de drogas em todo o estado”, define a Civil.
A quadrilha cresceu em paralelo com sua maior rival, a facção Estados Unidos, criada, também, em meados dos anos 2000. No começo da década, a Nova Okaida dominava bairros de João Pessoa como a Ilha do Bispo, São José e Alto do Mateus. Já os membros dos Estados Unidos estavam presentes nas regiões de Mandacaru, Bola da Rede e Novais

Segundo a tese de mestrado do tenente-coronel da Polícia Militar, Carlos Eduardo Santos, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, os dois grupos se diferenciam pelas tatuagens de seus integrantes. Quem pertence à Okaida marca a pele com palhaços ou com o personagem Chucky Brinquedo Assassino. Enquanto os membros da Estados Unidos tatuam a bandeira dos EUA ou um peixe.

Ao longo dos anos, a Okaida superou sua rival em número e força. Atualmente, a facção Estados Unidos contina a ocupar alguns poucos bairros e pavilhões de cadeias de João Pessoa.

Clique aqui e confira a íntegra da matéria com fotos.

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Plano para assassinar Moraes, Lula e Alckmin impacta mais Congresso que indiciamentos

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Redação do Portal da Capital

A revelação do suposto plano para assassinar Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin teve um impacto no Congresso Nacional maior do que a divulgação dos 37 indiciados pela tentativa de golpe de Estado em 2022, de acordo com deputados e senadores ouvidos pela Folha.

A presença de boa parte dos nomes na lista final da investigação da Polícia Federal já era esperada, mas não a existência de documentos, mensagens e ações de campo que visavam, segundo a investigação, a eliminação física de um presidente eleito e de seu vice, além de um ministro da mais alta corte do país.

Os congressistas ouvidos pela reportagem falaram, em sua maioria, sob condição de anonimato. Eles integram partidos de esquerda e do centrão, que juntos detêm hoje cerca de 80% das cadeiras da Câmara e do Senado.

A avaliação de vários deles é a de que a simples cogitação de usar o aparato estatal para assassinatos de líderes políticos opostos é uma situação inimaginável atualmente no país, só encontrando paralelo na fase mais dura do regime militar encerrado há quase 40 anos.

Caso fosse colocado em prática, dizem, os crimes serviriam ainda como um passe livre para o assassinato de outros políticos no país.

“Quem fez esse ato queria matar a democracia. Quando eles falam em matar o presidente, o vice e a principal figura desse embate hoje [Moraes], eles falam em matar a democracia. Isso é algo inaceitável, como também o assassinato do líder de um Poder”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS).

Na terça-feira (19), a PF deflagrou uma operação autorizada por Moraes que prendeu quatro militares e um agente da Polícia Federal e cuja principal revelação foi a existência, no final da gestão de Jair Bolsonaro (PL), do plano de assassinato.

De acordo com a PF, a trama teria sido autorizada a partir de uma reunião de militares em novembro de 2022 na casa do general e ex-ministro Walter Braga Netto, um dos principais aliados de Bolsonaro e vice em sua chapa na tentativa de reeleição.

Mensagens e documentos apreendidos com os investigados mencionam um orçamento para a operação —R$ 100 mil— e a impressão por duas vezes, no Palácio do Planalto, de um planejamento esquemático dos assassinatos que incluía as etapas da operação, os armamentos que seriam utilizados e os riscos envolvidos.

O documento denominado “Planejamento – Punhal Verde Amarelo” teria sido criado pelo general de brigada da reserva Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência da República.

As investigações apontam ainda, com base em outros vários indícios, que militares do Exército com formação nas Forças Especiais, chamados “kids pretos”, se mobilizaram de fato no dia 15 de dezembro de 2022 nas imediações de endereços onde estariam Moraes com o objetivo de prendê-lo, sequestrá-lo ou assassiná-lo. A operação acabou sendo abortada, aponta a PF.

Já na quinta-feira (21), foi divulgada a lista dos 37 indicados pela trama golpista de 2022, sendo que 25 são militares. O relatório final da PF sobre o caso está sob sigilo.

A divulgação do plano de assassinato e os indiciamentos feitos pela PF reforçaram no Congresso a oposição ao projeto que pretende anistiar os participantes dos ataques golpistas às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, e também a oposição à ideia de perdoar o próprio Bolsonaro, hoje inelegível até 2030 devido a condenações na Justiça Eleitoral.

O argumento é o de que é preciso haver uma punição dura caso fique comprovado o planejamento de assassinato dos líderes políticos, situação que não combina com perdão ao 8 de janeiro ou com uma nova elegibilidade de Bolsonaro.

O PL da Anistia foi colocado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em uma comissão especial, mas até agora ele não abriu a possibilidade de os partidos indicarem os integrantes nem esclareceu que atitude pretende tomar —se vai acelerar o processo e colocar o tema em votação ainda neste ano, se vai enterrá-lo (há pedido do PT por arquivamento) ou se vai deixar a definição para seu sucessor.

Lira tem pela frente quatro semanas de trabalho no Congresso antes do recesso e do fim do seu mandato. Em fevereiro, quem deve assumir o posto é Hugo Motta (Republicanos-PB).

A lista dos 37 indicados tem o presidente de um partido, Valdemar Costa Neto, que dirige o PL de Bolsonaro. Valdemar chegou a ser preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo no âmbito da apuração da tentativa de golpe, em fevereiro. Desde então, não pode manter contato com Bolsonaro.

Clique aqui e confira a íntegra da matéria com fotos na Folha.

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Justiça marca Audiência Pública para decidir sobre relação de motoristas e plataformas digitais

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Redação do Portal da Capital

O ministro Edson Fachin, relator do recurso que trata da relação entre motoristas e plataformas digitais de transporte, divulgou nesta quinta-feira (28) a relação das entidades admitidas para participar da audiência pública marcada para os próximos dias 9 e 10/12 e a ordem dos trabalhos.

O evento poderá ser acompanhado ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

O ministro Fachin é relator do Recurso Extraordinário (RE) 1446336, com repercussão geral reconhecida (Tema 1.291), em que a Uber do Brasil Tecnologia Ltda. questiona decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que reconheceu vínculo de emprego entre a empresa e um motorista. Segundo a plataforma, há cerca de 10 mil processos semelhantes em trâmite na Justiça do Trabalho.

Dos 92 pedidos de habilitação, o relator deferiu 58, e cada expositor terá 10 minutos para fazer sua manifestação. O STF não custeia o traslado nem a hospedagem dos participantes das audiências públicas que promove. Por isso, os custos deverão ser arcados pelas próprias pessoas físicas ou instituições habilitadas.

Na segunda-feira (9/12), a audiência pública será realizada das 8h30 às 12h30 e das 14h às 17h30. Na terça (10/12), das 9h às 12h30. A participação poderá ser presencial ou por videoconferência. O público e a imprensa poderão acompanhar os debates na Sala de Sessões da Primeira Turma do STF, mas o número de presentes será limitado à capacidade do local.

Clique aqui e confira a íntegra do despacho com a programação da Audiência Pública

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