Um levantamento realizado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), referente ao primeiro trimestre de 2024 revelou um dado que demonstra a complexidade e a delicadeza dos casos assistidos pela maternidade. O tempo de permanência das puérperas, que são as mulheres que deram à luz, na Casa da Mãe é em média de três meses. Ou seja, elas ficam residindo no espaço durante 90 dias enquanto os filhos internados fazem tratamento.
A Casa da Mãe, cujo nome oficial é Casa da Gestante, do Bebê e da Puérpera (CGBP) Dr. Flaviano Xavier Guedes, fica em um prédio anexo dentro do próprio complexo do ISEA. O local funciona como uma casa compartilhada com as gestantes, as puérperas ou os bebês que precisam permanecer na maternidade, seja para ter uma assistência mais próxima ou, no caso das mães, acompanharem os bebês internados e, no caso dos bebês, ficarem próximos das mães internadas.
No primeiro trimestre deste ano, mais de 116 mulheres de vários municípios paraibanos foram acolhidas na Casa da Gestante, Bebê e Puérpera. Estas mães acompanham seus bebês que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Convencionais (UCINCO) e no Berçário Intermediário do ISEA.
Após o parto, algumas mães têm a alta médica, mas precisam continuar na maternidade acompanhando a evolução de seus bebês, geralmente os que nascem de forma de prematura (antes das 37 semanas de gestação) e/ou por motivos de patologias e que necessitam ficarem internos para tratamento.
A maioria das mulheres atendidas na Casa da Gestante, Bebê e Puérpera do ISEA são oriundas de outras cidades, mas há também as que são residentes aqui em Campina Grande, que também podem ficar acomodadas na unidade, evitando assim que elas realizem gastos com deslocamentos, hospedagem e alimentação, que são disponibilizados de forma gratuita pelo ISEA. Na CGBP, elas recebem toda a assistência necessária e podem acompanhar de perto o tratamento e a recuperação dos seus bebês.
ACOMODAÇÕES
A Casa da Gestante, Bebê e Puérpera se assemelha a uma casa comum. A unidade dispõe de 20 leitos, distribuídos em cinco dormitórios, contando também sala de acolhimento, de ordenha de leite materno, sala de convivência, cozinha e área de serviço, que servem de acomodações para as gestantes e puérperas. Além da hospedagem e alimentação, as mães recebem todo o suporte de uma equipe formada por enfermeiras, técnicos em enfermagem, psicólogos e assistência social.
TEMPO MÉDIO DE PERMANÊNCIA DAS MÃES
O tempo médio de permanência destas mães varia por cada caso, ou por tempo de prematuridade da criança ou por tipo de patologia existente no recém-nascido. Geralmente, em caso de prematuridade, a média de permanência são de três a quatro meses. Mas já houve caso de uma mãe passar até um ano acolhida na unidade acompanhando o tratamento de seu filho.
Uma das mães que está recebendo assistência na Casa da Gestante, Bebê e Púérpera é a Ahyanna Rafaella Peres Araújo, residente no bairro das Cidades, em Campina Grande. Ela está acompanhando a evolução e sua filha, a Ana Liz, que nasceu de prematuridade extrema, às 28 semanas de gestação.
Ao realizar uma consulta de rotina no setor de Pré-Natal de Alto Risco do ISEA, Ahyanna apresentou hipertensão arterial. Ao ser enviada ao setor de emergência do hospital e após procedimentos de tentativa de estabilização da pressão arterial, a equipe médica optou por realizar um parto cesáreo de urgência para resguardar tanto a vida dela como a da sua bebê. Atualmente, Ana Liz encontra-se internada na UTI Neonatal do ISEA, mas com um quadro evolutivo estável.
“Quando minha filha nasceu, eu também passei três dias internada na UTI Materna e dois dias na enfermaria da Ala das Flores aqui no ISEA, pois a minha pressão, mesmo com os procedimentos realizados, não normalizava. Desde que tive a minha alta, estou aqui na Casa da Gestante para acompanhar de perto a evolução de minha bebê. Os primeiros dias foram muito difíceis para ela e para mim, mas graças a Deus, agora ela está evoluindo bem. Como eu moro distante, agora posso ficar aqui o tempo todo bem pertinho acompanhando a evolução dela”, disse Ahyanna.
REFERÊNCIA OBSTÉTRICA
Com quase 73 anos de história e sendo a maior maternidade pública do estado da Paraíba, o ISEA é referência regional em alta complexidade obstétrica para mais de 170 municípios paraibanos. Somente no ano passado foram realizados na instituição mais de 5.600 partos, sendo a maioria de mães que vieram de outros municípios para terem os seus bebês na maternidade municipal.