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Paraíba

Os sinais de renascimento do Centro Histórico de João Pessoa – Marcus Alves

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Marcus Alves – VirtuPB

O centro histórico de João Pessoa vive atualmente um momento único. Estou pensando em um tipo de ação que começou a ganhar novos contornos no ano passado e que pode abrir novos caminhos para aquele território – que sofreu certo abandono, público e privado há algumas décadas. O deslocamento da riqueza econômica do Centro não é uma condição exclusiva da cidade de João Pessoa. Foi um fenômeno experimentado em muitas cidades fruto, inclusive, de um processo de globalização intenso e que deixou muitas marcas. Aqui também vivenciamos uma descentralização e a vida produtiva se deslocou para novos territórios. Em nosso caso, as praias e a região sul – sobretudo as Mangabeiras e os Bancários -, foram os principais beneficiados por esse movimento. Aliados a estas áreas, podemos pensar também os dois eixos urbanos que são as Av. Epitácio Pessoa e Beira Rio, cujas residências foram se transformando em fachadas comerciais, lojas, escritórios e oficinas de serviços.

Essa vida econômica nestes territórios não foi inventada agora. Não é uma atividade produtiva nova que veio se agregar em João Pessoa. Tinha na verdade uma origem primeira que repousava em muitas esquinas e dobras urbanas do Centro Histórico, que pelo menos até os anos de 1990 era o lugar por excelência de sua maior expressão. Quem nasceu e viveu em João Pessoa entre os anos de 1950 e 1990 seguramente tinha como experiência citadina corriqueira uma volta ao Centro para resolver seus problemas domésticos e ou políticos. Quando os nossos pais diziam “vamos ao Centro” era uma garantia de passeio, de uma aventura, pela Duque de Caxias, Praça João Pessoa, Rua da República ou Beaurepaire Rohan, que por economia linguística e desinformação, nos acostumamos a chamar apenas de B. Rohan.

Esses locais tinham o brilho do consumo que hoje respousa em shoppings e redes de supermercados. Um consumo que foi se ausentando do Centro.  Tal deslocamento gerou um aspecto de depressão econômica e cultural do Centro e o levou às condições que conhecemos em nossos dias: prédios abandonados, falta de vida social e econômica. Diria, sem medo de errar, que quase duas gerações desconhecem as riquezas arquitetônicas e históricas do território que deu vida e sentido à cidade de João Pessoa.

Mas, espero, que isso esteja em vias de mudar – dado que vamos nos acostumando, de forma lenta ainda, a ver atividades acontecendo neste território. Tem um aspecto de resistência que permanece no Centro Histórico por conta de atividades de coletivos e pequenas empresas, sobretudo no Varadouro. Apenas para lembrar, o Espaço Mundo conta agora com nove anos de instalação ali. Resiste, junto com vários outros, como a própria Academia Paraibana de Letras e o Centro Cultural São Francisco.

Alie-se a isso o fato de que, mais recentemente, a própria Prefeitura de João Pessoa acordou para o lado histórico da cidade e iniciou um conjunto de atividades chamadas de Anima Centro: na verdade é um processo de integração de equipamentos culturais e arquitetônicos revitalizados pelo poder local. Um roteiro turístico/cultural que parte da Lagoa do Parque Sólon de Lucena, passa pelo Pavilhão do Chá, Casarão 34, Centro Cultural Casa da Pólvora e Hotel Globo.

Equipamentos públicos que vêm mantendo regularmente um conjunto grande de atividades culturais capazes de formar um público novo para o Centro Histórico. Neste domingo (29) terá um show do cantor e compositor Escurinho e o grupo Natureza Viva. Show aberto ao público no Monumento histórico da Pólvora. Lá também vem ocorrendo sucessivas exposições de artes visuais como as de Jurandir Maciel, Samuel Góes, Vanessa Cardoso, Rose Catão, Josenildo Suassuna. No Hotel Globo toda sexta pode-se contar com o projeto Pôr do Sol, com saraus literários e cantos musicais. Lá já passaram performances recentes de Zezita Matos e Jessier Quirino.

Do ponto de vista do poder público, o Anima Centro dá o tom cultural do território. E isso reforça o esforço de resistência dos coletivos e demais instituições públicas e ou privadas instaladas ali. Mas o bom momento do Centro Histórico também repousa sobre uma esperança de mais vida com a proximidade da entrega da Villa Sanhauá e do novo Conventinho. A Villa, um conjunto de 17 residências e seis pontos comerciais, vai forçar ocupação permanente de moradores na região, e claro, trazer mais circulação de gente viva. Isso faz falta ao Centro Histórico. O novo Conventinho deverá abrigar a Biblioteca Municipal da Cidade de João Pessoa e um Centro de Artes e Cultura, confirmando a vocação tradicional dos territórios históricos das capitais brasileiras.

Não vou citar o volume de recursos utilizado nestas obras. As cifras econômicas depositadas nas obras destes equipamentos estão sempre acima dos milhões de reais. Uma vez abandonado um território, recuperá-lo é muito dispendioso. Mas quero chamar atenção para a decisão política do prefeito Luciano Cartaxo em depositar energias, máquinas, homens e mulheres para tocar uma obra física que se desdobra sobre o imaginário da cidade e renova sua simbólica de renascimento.

O poder municipal fez a sua parte em uma área que nenhum governante atuou nos últimos anos. O Centro Histórico de João Pessoa foi, durante décadas, objeto de um discurso político em defesa de uma reforma e revitalização. Ali era estuário de uma economia discursiva que sobrevivia de promessas. Agora, me parece, concretamente, que a ação e a atividade do poder público municipal começaram a tomar posse do território. Vem daí, talvez, o momento especial pelo qual passa o nosso Centro. Que ele seja renascido para a gente nova possa ver o que um dia já viu a gente mais velha.

 

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Leo Bezerra autoriza pavimentação em Paratibe e Muçumagro e destaca avanço do programa em JP

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Redação do Portal da Capital

O prefeito em exercício de João Pessoa, Leo Bezerra, autorizou, nesta terça-feira (26), o início das obras de pavimentação em oito ruas do bairro de Paratibe e uma em Muçumagro e garantiu que o maior programa de pavimentação da história da cidade vai seguir avançando por todos os bairros até que a cidade fique totalmente pavimentada. Só em Paratibe, são 70 vias incluídas, sendo nove já inauguradas, 54 contratadas e outras sete em projeto.

“Nós não prometemos isso na eleição passada e estamos pavimentando 1.508 ruas este ano. Agora, a gente firmou um compromisso, porque quem calçou 1.500 tem credibilidade de dizer que vai calçar 100% de João Pessoa. Com o calçamento de ruas, com o piso tátil, com a calçada, com acessibilidade, e basta ver nos sorrisos, nos depoimentos das pessoas que nos procuram, e as pessoas que estão acreditando na nossa gestão”, afirmou Leo Bezerra.

Investimento em Infraestrutura – De acordo com o secretário de Infraestrutura, Rubens Falcão, já são 1.740 ordens de serviço assinadas para obras em todas as áreas, entre já inauguradas, contratadas e com serviços em andamento. “Esse dado representa R$ 1,2 bilhão”, detalhou o secretário. “Aqui, na Rua Chateaubriand Brasil Neto, as obras de pavimentação seguem o mesmo padrão de todos os bairros da cidade, com infraestrutura completa e acessibilidade para as pessoas com necessidades, porque essa é a marca da nossa gestão”, concluiu.

Fim da espera – Na Rua Chateaubriand Brasil Neto, a comerciante Elisângela Silva Pereira comemorou o anúncio das obras que, segundo ela, irão acabar com problemas que duram 25 anos – tempo em que os moradores convivem com a dificuldade de locomoção, buracos, poeira e acúmulo de água no período chuvoso.

“Quem tem carro, é muito difícil até pra sair de casa com tanto buraco. Nós que temos moto, no caso eu e meu marido, não temos tanta dificuldade com isso, porque passamos em qualquer lugar. Diante de tantos problemas, nós até já fizemos, por conta própria, um nivelamento na rua, o que nem é suficiente para os transtornos. Mas, graças a Deus, agora acreditamos que a rua vai ser pavimentada, finalmente”, afirmou a moradora.

Presença – A solenidade para assinatura da ordem de serviço no bairro Paratibe também contou com as presenças do deputado estadual João Gonçalves, os vereadores Dinho Dowsley, Marmuthe Cavalcanti, Marcelo da Torre, além de suplentes e secretários da gestão municipal.

Confira a relação das ruas que serão pavimentadas, nesta ordem de serviço, com investimento de R$ 2,4 milhões:

Rua Santa Gorete – Muçumagro
Rua Chateaubrian Brasil Neto – Paratibe
Rua Antônio Da Cunha Filho – Paratibe
Rua Aposentado Luiz Leonardo Da Silva – Paratibe
Rua Custódia Nóbrega – Paratibe
Rua Funcionário Alcides Severino Dos Santos – Paratibe
Rua Heleno Francisco Pereira – Paratibe
Rua João Gonçalves Ribeiro – Paratibe
Rua Tenente Berto Luiz Gomes – Paratibe

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R$ 38 mi: Governo Federal descentraliza verba para retomada imediata da Operação Carro-Pipa na PB

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Redação do Portal da Capital

O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) informa que descentralizou nesta terça-feira (26/11) o valor de R$ 38.096.775,00 para o Exército Brasileiro, para realização dos pagamentos da Operação Carro-Pipa, que leva água potável para municípios localizados na região semiárida do Nordeste.

Com isso, o programa poderá ser retomado imediatamente.

Criada em setembro de 2012, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, a Operação Carro Pipa atende atualmente 344 municípios na região do semiárido nordestino em situação de emergência ou calamidade pública com reconhecimento da Defesa Civil Nacional.

Com um papel crucial na vida de milhões de brasileiros que vivem na região do semiárido, a OCP é uma ação emergencial coordenada pelo MIDR e pelo Exército com o objetivo de garantir o acesso à água potável em municípios que sofrem com a escassez hídrica, um problema recorrente nessa região do País.

De 2023 a 2024, mais de 500 municípios foram atendidos. Atualmente, a operação abastece cerca de 34 mil cisternas coletivas, proporcionando acesso à água potável mensalmente para mais de 1,5 milhão de pessoas.

De janeiro a agosto deste ano, o Governo Federal investiu aproximadamente R$ 500 milhões para garantir a execução da OCP. No mesmo período, foram transportados 12 milhões de litros de água para essas comunidades, reforçando o papel da operação na mitigação dos efeitos da seca.

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Por aclamação: Adriano Galdino é reeleito presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba

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Redação do Portal da Capital

O deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) foi reeleito, por aclamação, para o cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na manhã desta terça-feira (26/11), e irá comandar a Casa Legislativa durante o biênio 2025-2026.

A nova eleição ocorreu após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa.

A mudança do Regimento aconteceu depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada de Galdino como presidente da Casa Legislativa fosse oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, à época, a antecipação da dita eleição feriu “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

Na nova votação realizada nesta terça-feira, o único parlamentar ausente por motivos pessoais foi o deputado Wallber Virgolino (PL). Os outros 35 se fizeram presentes e votaram na reeleição de Galdino.

Além de Galdino (presidente), são componentes da nova Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão (1º vice-presidente), Cida Ramos (2ª vice-presidente) e Taciano Diniz (3º vice-presidente), Caio Roberto (4º vice-presidente), Tovar Correia Lima (1º secretário), Eduardo Carneiro (2º secretário), Anderson Monteiro (3º secretário), Jane Panta (4ª secretária), Sargento Neto (1º suplente), Galego de Sousa (2º suplente), Eduardo Brito (3º suplente) e Júnior Araújo (4º suplente), Wallber Virgolino (corregedor parlamentar), Branco Mendes (1º corregedor), Jutay Meneses (2º corregedor) e George Morais (4º corregedor).

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