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Operação Genebra: Justiça condena dois ex-gestores da Cruz Vermelha

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A Primeira Vara Criminal de Brasília condenou Richard Strauss Cordeiro Junior e Douglas Souza de Oliveira, ex-gestores da Cruz Vermelha de Petrópolis, por irregularidades em contrato firmado com a Secretaria de Saúde do DF para a gestão das unidades de Pronto-Atendimento (UPA) de São Sebastião e Recanto das Emas.

De acordo com as investigações, no âmbito da Operação Genebra, houve pagamento de R$ 3,4 milhões, em 2010, sem a prestação do serviço. O valor atualizado ultrapassa os R$ 11 milhões, informa reportagem do Metrópolis.

Com base na denúncia do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), todo o processo foi viciado, já que documentos essenciais teriam sido ignorados no ato da contratação. Também chamou a atenção o fato de não ter sido aberta concorrência pública para que a parceria com a entidade fosse firmada – a Cruz Vermelha de Petrópolis foi contratada por dispensa de licitação.
A sentença foi proferida no último dia 19/4 e assinada pela juíza Ana Cláudia Loiola de Morais Mendes. Os dois também terão que recolher R$ 9.737.187,66, devidamente corrigidos, como valor mínimo para reparação dos danos causados, a serem pagos ao Distrito Federal.

Douglas Souza de Oliveira foi condenado por dispensa ilegal de licitação, peculato e lavagem de dinheiro. A pena total chega a 13 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado; três anos de detenção, em regime aberto, e 60 dias-multa. Ele já está preso desde a deflagração da Operação Genebra, no ano passado.

Richard Strauss Cordeiro Junior foi condenado por dispensa de licitação e uso de documento falso. A pena é de três anos de detenção e quatro anos de reclusão, em regime aberto, e 40 dias-multa. Ele está solto em função de um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Conluio
Segundo afirmou a juíza, na sentença, ambos agiram em conluio, falsificando as atas produzidas na Cruz Vermelha de Petrópolis, promovendo “adequações” estatutárias, “tudo no intuito de atender aos requisitos do certame, que estava eivado de nulidade como claramente exposto no parecer exarado pela Procuradoria-Geral do Distrito Federal”.

Na avaliação da magistrada, a Cruz Vermelha de Petrópolis não reunia os requisitos para executar o contrato, nem ao menos no sentido de qualificar-se como OS no âmbito do DF. “Sequer poderia aqui atuar, pois para tanto necessitaria da aquiescência da filial Brasília, fato não ocorrido, conforme claramente evidenciado no depoimento do presidente desta, e nos documentos acostados aos autos, demonstrando a clara intenção deste de que a Cruz Vermelha não atuasse no gerenciamento de Upas no Distrito Federal”.

A juíza destacou ainda que Douglas Souza de Oliveira atuou, inclusive, na majoração dos valores relativos à “verba de investimento”, demonstrando o conluio havido com os servidores responsáveis pela liberação do dinheiro público, recebendo os valores, e não prestando os serviços, nem os devolvendo ao erário.

“A ausência de prestação de serviços foi confirmada por Douglas em seu interrogatório. Mesmo ostentando a condição de presidente da Cruz Vermelha de Petrópolis, não soube dizer a destinação dada ao numerário recebido da Secretaria de Saúde do DF. Afirmou, ainda, que esteve nesta capital por duas ou três vezes antes da assinatura do contrato, atuando diretamente na contratação fraudulenta, mas conseguiu informar a destinação do dinheiro recebido (R$ 3.463.130,80, valores não atualizados)”.

A Operação Genebra é uma referência à cidade da Suíça, onde a Cruz Vermelha Internacional foi fundada e local em que fica a sede da entidade. A ação foi conduzida pelas promotorias de defesa da Saúde e do Patrimônio Público – 4ª e 7ª , respectivamente.

O processo alvo da sentença trata apenas do ex-presidente e do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha de Petrópolis. Na Justiça, tramitam outras ações envolvendo servidores da Secretaria de Saúde que atuaram na época da assinatura do contrato.

São eles: o ex-secretário adjunto de Saúde Fernando Antunes; Dea Mara Torres, ex-subsecretária de Programação, Regulação, Avaliação e Controle da SES; o ex-secretário de Saúde Joaquim Barros Neto; José Carlos Quináglia e Silva, ex-subsecretário de Atenção à Saúde da SES; Alba Mirindiba Bonfim Palmeira, ex-secretária adjunta de Saúde, além de quatro ex-integrantes do Conselho de Saúde do Distrito Federal: Fátima Celeste, Maria Luzimar, Asenath Teixeira e Flora Rios.

O outro lado

Em nota, a Direção Nacional da Cruz Vermelha Brasileira esclareceu que tem colaborado desde o início com as diligências a respeito de fraude em contrato de saúde com o Distrito Federal. Segundo a entidade, o convênio alvo de investigação foi realizado em junho de 2010, unilateralmente, pela unidade regional de Petrópolis sem anuência do órgão central.

O Metrópoles não conseguiu contato com as defesas dos dois condenados.

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Salário mínimo de 2025 será quantos reais maior que o de 2024? Confira

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Redação do Portal da Capital

Uma projeção recentemente atualizada apontou que o salário mínimo pode chegar a R$ 1.521 em 2025, seguindo a nova fórmula estabelecida pela política permanente de valorização do mínimo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se confirmado, o valor será 7,7% maior que o de 2024, de R$ 1.412 (um acréscimo de R$ 109 ao mês para o trabalhador).

Segundo esse cálculo, que usa as últimas projeções da inflação para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referência para o reajuste do piso salarial e de benefícios sociais, e para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

As estimativas utilizadas para o cálculo foram divulgadas, na última segunda-feira (18/11), pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.

Poém, a estimativa oficial do governo é um pouco inferior. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, que estima receitas e despesas do governo federal para o ano seguinte, o valor do mínimo projetado é de R$ 1.509. O texto foi encaminhado ao Congresso Nacional em agosto e aguarda aprovação dos parlamentares. É necessário que ele seja votado antes do fim do corrente ano.

Esse valor apresentado na peça orçamentária representa um aumento de 6,87% em relação ao piso deste ano (um acréscimo de R$ 97 ao mês).

Vale destacar que os valores projetados para o próximo ano ainda são estimativas e podem mudar. Isso porque o piso salarial oficial apenas será conhecido em 10 de dezembro, quando serão divulgados os dados da inflação e do INPC referentes a novembro.

Clique aqui e leia a matéria completa no Metrópoles.

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TAC liderado pelo MPF-PB conquista duas categorias no ‘XII Prêmio República’, sediado em Brasília

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Redação do Portal da Capital

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) “MPF/PRPB Preamar: Conhecimento técnico-científico aplicado ao gerenciamento costeiro integrado (GCI)” foi o grande destaque do XII Prêmio República, promovido pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A iniciativa venceu nas categorias “Promoção de direitos fundamentais” e “Prêmio da Sociedade”, em cerimônia realizada no último sábado (23/11), no Centro Internacional de Convenções, em Brasília.

O TAC, liderado pelo Ministério Público Federal na Paraíba (MPF/PB), contou com a colaboração de especialistas e gestores de diferentes áreas. Entre os envolvidos na elaboração e execução da boa prática estão o coordenador do TAC, procurador da República João Raphael Lima Sousa; o procurador regional da República e cooperador da iniciativa, Marcos Antônio da Silva Costa; o servidor do MPF, Danillo José Souto Vita; o coordenador-geral do Projeto Preamar, professor da UFPB Cláudio Dybas da Natividade; a pesquisadora da UFPE, professora Tereza Cristina Medeiros de Araújo; o perito do MPF em Geologia, Fábio Murilo Meira Santos; a coordenadora da restauração dos ambientes coralíneos do Preamar, professora Karina Massei; o pesquisador e coordenador de Logística do Preamar, Marcéu Oliveira Adissi; o diretor-presidente da Cinep, engenheiro Rômulo Polari Filho; o engenheiro civil da Cinep, Henrique Candeia Formiga e a reitora do IFPB, professora Mary Roberta Meira Marinho.

O TAC Preamar foi desenvolvido com o objetivo de proteger o litoral paraibano, enfrentando os desafios da erosão costeira e promovendo o uso sustentável dos recursos marinhos. A boa prática estabeleceu diretrizes rigorosas, como a obrigatoriedade de estudos prévios antes de qualquer intervenção na costa, com supervisão de um painel técnico composto por prefeituras locais, órgãos ambientais, universidades e o próprio MPF. O compromisso foi firmado por todas as prefeituras do litoral paraibano e pelo governo do Estado da Paraíba, garantindo a implementação de soluções integradas e baseadas em evidências científicas​.

O procurador da República João Raphael comemorou a premiação e ressaltou a relevância do trabalho conjunto: “É uma honra ver o TAC Preamar reconhecido em duas categorias no Prêmio República. Este projeto reflete o poder da colaboração interinstitucional e a importância de unir ciência e compromisso público para a proteção de nosso litoral. Essa conquista é uma vitória para toda a sociedade paraibana e um estímulo para continuarmos investindo na sustentabilidade de nossa costa,” destacou​.

O XII Prêmio República, que contou com a participação de 137 iniciativas de todo o Brasil, é um dos maiores reconhecimentos nacionais às boas práticas do Ministério Público Federal. Com a vitória, o TAC Preamar reafirma seu papel como modelo de inovação e gestão eficiente na área ambiental.

Confira a íntegra do TAC firmado com os municípios litorâneos na Paraíba.

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Partido do MBL será de direita e não aceitará bolsonaristas, diz futuro presidente

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O Missão, partido que o MBL está criando, deve operar seguindo uma lógica de movimento, diz o futuro presidente da legenda, Renan Santos.

“Teremos militantes nos comandos diretórios, e uma ideia clara de quem queremos no partido. Se for bolsonarista, está fora”, diz Santos, que também é coordenador nacional do MBL.

Em congresso neste sábado (23/11) da entidade, criada há dez anos, ele anunciou que já foram coletadas as assinaturas necessárias para a formação da legenda, que estão em processo de validação pelo Tribunal Superior Eleitoral. A expectativa é que o partido nasça em 2025 e dispute eleições para o Congresso, governos e Presidência no ano seguinte.

De acordo com esta matéria da Folha, o MBL, surgido durante as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), deve continuar existindo, mas mais concentrado em atividades de formação de quadros.

O Missão, segundo Santos, será um partido situado no campo da direita, mas sem entrar em especificações ideológicas. “Não vamos nos definir como liberais ou conservadores”, afirma. Em alguns pontos, a legenda defenderá o papel do Estado, inclusive a adoção de políticas industriais, tema mais associado à esquerda.

O partido também será pragmático na sua ação política. Admitirá coligações com outras legendas e usará recursos públicos dos fundos partidário e eleitoral.

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