A adaptação escolar costuma ser um momento difícil para muitas famílias. A união de sentimentos e sensações, que vão desde o entusiasmo pelo desenvolvimento das crianças até o receio pelo desconhecido, pode gerar desconforto nos primeiros instantes das crianças que estão começando na fase escolar. Pensando nestes momentos equipes da Secretaria de Educação da Prefeitura de Campina Grande desenvolveram ações com objetivo de facilitar o processo de acomodação dos alunos novatos, especialmente os que estão pela primeira vez na escola.
Na Rede Municipal de Educação de Campina Grande as aulas começaram na quinta-feira da semana passada, 15 de fevereiro, com a equipe pedagógica já trabalhando na adaptação das crianças. São ações que vão desde o acolhimento no ambiente escolar até a comunicação constante com as famílias, a fim de reforçar orientações necessárias para garantir aos pais e filhos a segurança neste período.
O objetivo é garantir uma adaptação saudável e sem traumas, mantendo equipes para auxiliar pais e filhos numa transição segura e amparada. Para Amanda Laurentino, psicóloga da Rede, é muito comum que nos primeiros contatos com as unidades escolares as crianças sintam um impacto mais intenso.
“Para as crianças é tudo novo. Elas estão acostumadas a estar com as famílias, em sua casa, em seu lar. Os horários são diferentes. Então quando chegam numa instituição precisam acordar cedo, ficar longe da família, das suas casas, de tudo aquilo que eles já conhecem, isso acaba gerando um sofrimento muito grande. O choro é muito comum nesses primeiros dias até que se acostumem com a nova rotina”, ressaltou.
Ainda de acordo com a psicóloga, há pontos fundamentais que podem auxiliar neste período de transição.
“A orientação para os pais é conversar com as crianças, normalizar a vinda para a creche, já que toda criança vai passar por esse processo. É preciso conscientizá-las de que elas vêm, mas que as famílias vêm buscá-las no horário correto e que elas vão voltar para casa. É fundamental transmitir segurança. É importante não tratar a vinda à creche ou à escola como punição, pelo contrário, é tornar o processo algo agradável”, orientou.
Amanda destacou algumas medidas para fortalecer esse processo. “Aqui na Rede, por exemplo, nós dividimos as crianças em dois turnos. Isso permite o fortalecimento de vínculos das crianças com as professoras e com a equipe escolar. Nossa equipe consegue ter um contato mais próximo com os alunos e isso acelera a adaptação”, pontuou.
De acordo com a gestora da Creche Soraya Magnólia, Juliana Gerônimo, o tempo para a adaptação escolar, geralmente, varia conforme a personalidade da criança. Em geral, a adaptação pode durar entre alguns dias a meses.
“Não há uma regra, cada criança tem o seu tempo, dependendo da necessidade de cada uma. O que se sabe é que ela tende a ser mais fácil e mais rápida se houver contribuição por parte da família. Por isso mantemos sempre esse contato direto com os responsáveis por nossos alunos para estreitar os laços”, acrescentou Juliana.
Atenção às necessidades individuais
Angélica de Castro, mãe de Ryan, 03 anos, aluno atípico da Creche Soraya Magnólia, afirmou que a atenção às especificidades do filho fez toda a diferença durante o processo de adaptação no ambiente escolar.
“Apesar de no primeiro momento não ter chorado, Ryan estava um pouco receoso. Afinal, era tudo novo, um ambiente novo. Para ele foi um pouco difícil por ser uma criança atípica. Com o tempo ele se entrosou. Hoje gosta da escola. O diferencial foi o fato de eu sempre ter a escola como aliada. Sempre conversei com a gestão sobre as necessidades de Ryan, então essa relação entre família e escola foi fundamental”, declarou.
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