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Paraíba

Hospital Laureano: MPF e MPPB recomendam que PMJP assuma a regulação dos procedimentos oncológicos

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O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público da Paraíba (MPPB) emitiram recomendação à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa (PB) para que assuma o controle efetivo e integral da regulação de todos os procedimentos relativos à assistência oncológica na rede estadual, abrangendo o Hospital Napoleão Laureano (HNL). Além disso, que atenda imediatamente pacientes em situação de urgência e realize o agendamento de consultas e tratamentos, dentro do prazo legal, para pacientes com câncer que tenham sido identificados sem o devido atendimento.

À SMS, recomendou-se também que se abstenha de destinar emendas parlamentares federais e municipais sem observar a legislação de regência, notadamente quanto à priorização de melhorias efetivas no volume e agilidade de atendimentos/tratamentos para pacientes com câncer, de acordo com o planejamento local do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi recomendado, ainda, que reavalie repasses já realizados para compra de medicamentos, visando evitar pagamentos em duplicidade pela mesma finalidade, assim como agilize a análise das pertinentes prestações de contas. E, por fim, que seja ampliada a transparência desses repasses, possibilitando-se maior debate público das prioridades de aplicação eleitas em planos de trabalho.

Também foi recomendado à Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES) que exerça a coordenação e articulação da rede estadual de oncologia e, ao Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), que monitore a mesma rede, acompanhando medidas de correção de irregularidades apontadas por ele próprio e pela Controladoria-Geral da União (CGU). O objetivo é que as instituições atuem na regularização do atendimento aos pacientes paraibanos que aguardam tratamento de câncer.

Além dos pacientes incluídos na listagem de amostra apurada em inspeção (cerca de 30 pacientes), foi recomendado à SMS que realize a busca ativa e agendamento para outros em situação similar, respeitado o prazo legal de acesso ao tratamento oncológico, sendo que os portadores de Leucemia Mieloide Aguda (10 pacientes) devem obter atendimento em caráter de urgência, no prazo de 48 horas.

A recomendação conjunta do MPF e MPPB, assinada pelo procurador da República José Guilherme Ferraz da Costa e pelo 40º promotor de Justiça da capital, Alexandre Jorge do Amaral Nóbrega, foi expedida no âmbito de procedimento administrativo instaurado pelo MPF com o objetivo de acompanhar o funcionamento da Fundação Napoleão Laureano (FNL), instituição filantrópica mantenedora do HNL, localizado em João Pessoa, único centro de assistência de alta complexidade em oncologia no território paraibano.

Investigações realizadas pelo MPF, MPPB e outros órgãos públicos (Conselhos Regionais de Medicina, Contabilidade e Administração, Denasus, CGU e TCU) revelaram graves irregularidades na gestão da FNL e nos serviços prestados pelo hospital, em meio a uma crise financeira que vem prejudicando seriamente atendimentos em oncologia da população paraibana.

Visando auxiliar a SMS a localizar os pacientes sem o devido atendimento, os autores do documento também divulgaram um formulário para que os pacientes solicitem a inclusão de seus dados em uma lista que será encaminhada àquela secretaria para o devido agendamento, conforme a recomendação. Acesse aqui o formulário.

Inspeção

No dia primeiro deste mês, o MPF e o MPPB constataram, durante inspeção no HNL,  dezenas de pacientes amontoados em frente ao hospital em situação desesperadora, sem acesso à marcação de consulta com oncologista clínico, alguns aguardando há meses. A pacientes em urgência hematológica não fora informada sequer data de agendamento de consulta, nem perspectiva de início de tratamento, por alegada limitação de teto financeiro. Além disso, os pacientes que não obtêm ficha de atendimento para marcação de consulta, dentro de certo número de vagas, são simplesmente dispensados sem qualquer registro.

Relatório de auditoria do Denasus já havia apontado diversas irregularidades na fiscalização do contrato com o HNL, recomendando medidas corretivas, entre as quais a realização da devida regulação de acesso pela SMS. No entanto, tal orientação não foi cumprida integralmente e ficou-se sem controle efetivo da real demanda e tempo de espera para início do tratamento dos pacientes oncológicos paraibanos, considerando o prazo legal (máximo de 60 dias).

Em relatório de auditoria mais recente, realizada após alertas do MPF, a CGU relatou que a SMS não forneceu as informações solicitadas sobre a referida regulação, configurando obstrução aos trabalhos do órgão no desempenho regular de suas atribuições de fiscalização. O MPF e o MPPB tiveram, então, de realizar inspeções in loco para identificar a demanda reprimida, confirmando assim a falta de regular fluxo para agendamento de consultas com oncologistas clínicos.

Problemas financeiros

Os autores da recomendação destacam que, no município de João Pessoa, as autoridades públicas optaram por não prestar diretamente o serviço de saúde oncológico, preferindo “confiar o tratamento de saúde de mais de 70% dos pacientes portadores de neoplasias malignas a uma fundação privada, repassando-lhe, para tanto, vultosos recursos públicos”. No entanto, o repasse das verbas públicas não tem sido fiscalizado corretamente pelas autoridades de saúde locais.

Apesar de a diretoria do hospital alegar problemas relacionados à limitação de teto financeiro para justificar as falhas no atendimento, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que, entre 2018 e 2022, o Município de João Pessoa repassou recursos federais provenientes de emendas parlamentares à Fundação Napoleão Laureano, por meio de 13 termos de fomento, no valor total de mais de R$ 17,7 milhões. Entretanto, o TCU apontou que o repasse foi feito com descrição genérica dos gastos e sem a desejada transparência. Além disso, somente nos últimos dois anos, foram destinados mais de R$ 12 milhões em emendas parlamentares de origem federal, conforme se observa da relação apresentada pela Secretaria de Saúde Municipal, além de mais R$ 3,5 milhões em emendas parlamentares municipais.

Mesmo com o recebimento desse notável volume de recursos públicos (em acréscimo aos pagamentos regulares do SUS e de outras fontes, como doações da população), além da omissão e atraso no atendimento de pacientes, auditoria realizada pela CGU identificou que o HNL apresenta o maior percentual de óbitos de pacientes oncológicos em internação hospitalar da Região Nordeste. Detectou também que diversos pacientes, para terem acesso prioritário ao atendimento, realizaram pagamentos diretamente ao HNL, inclusive por meio dos Municípios de origem, dando início ao tratamento sem autorização da SMS/JP e violando assim isonomia que deve existir no SUS. A CGU também constatou outras graves irregularidades no local, como erros de medicação, prontuários incompletos e atrasos e interrupções injustificados nos tratamentos.

Prioridades inadequadas

O MPF e MPPB detectaram que, a maior parte dos recursos decorrentes de emendas parlamentares têm sido repassadas pela SMS à FNL para custear folha de pagamento, encargos sociais e outras despesas de caráter administrativo ou de manutenção física, como serviços de engenharia e implementação de sistema de gestão estratégica; compra de equipamentos ou cursos de capacitação, tudo sem cumprimento, em regra, de metas de ampliação de atendimentos, para redução de filas ou agilização de atendimentos.

Mesmo os recursos dessas emendas destinados à aquisição de medicamentos e insumos não foram atrelados à metas de ampliação de número de atendimentos e sequer à realização efetiva de procedimentos, constituindo, na realidade, reforço a pagamentos normalmente já realizados pelo SUS, isto sem o devido controle e sem justificativa suficiente por parte do ente beneficiário em relação aos seus efetivos custos operacionais e conjunto de receitas. Além de receber tais recursos milionários praticamente sem contrapartida de aumento ou agilização de atendimentos, a FNL ainda vem cobrando do SUS o pagamento de pacientes que teria atendido além do teto financeiro, como se nada houvesse recebido em reforço financeiro.

Ações judiciais

O MPF e o MPPB têm apurado os problemas financeiros da Fundação Napoleão Laureano por meio de inquéritos civis, que resultaram em ação judicial proposta pelo MPF junto à Justiça Federal, ainda em 2019, contra a União, o Estado da Paraíba e o Município de João Pessoa. Esta ação, que tem o objetivo de socorrer os pacientes desassistidos pelo HNL, bem como buscar uma solução para uma melhor estruturação da rede oncológica no estado da Paraíba, aguarda decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) quanto ao seu prosseguimento.

Também foi proposta, por ambos os Ministérios Públicos, em outubro de 2020, uma ação civil pública solicitando intervenção judicial com o afastamento imediato de membros da diretoria e do conselho deliberativo da Fundação que mantém o hospital, após as investigações revelarem graves e variadas irregularidades no gerenciamento dos recursos financeiros e na administração do HNL. Esta ação aguarda decisão definitiva quanto a competência para julgamento.

Dentre outras medidas de investigação e orientação, também já foi expedida recomendação conjunta pelo MPF, MPPB e MP junto ao Tribunal de Contas para garantir divulgação no sítio da FNL na internet de dados mais precisos sobre recursos públicos recebidos.

Acesse aqui o formulário para inclusão dos pacientes na lista a ser encaminhada à SMS:

Procedimento Administrativo em tramitação no MPF: nº 1.24.000.000279/2020-96

Ação Civil Pública proposta pelo MPF: TAA nº 0812231-24.2019.4.05.8200

Ação Civil Pública proposta pelo MPF e MPPB: nº 0810457-22.2020.4.05.8200

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Eleição para nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa acontece nesta terça-feira

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Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) deve acontecer nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

No entanto, o parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

 

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Maior evento religioso da PB, Romaria da Penha ocorre neste sábado e deve reunir milhares de fiéis

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A tradicional Romaria da Penha, maior evento religioso do Estado, acontece neste sábado (23/11) em João Pessoa. Em um percurso de caminha com extensão de 14 quilômetros, milhares de fiéis participarão da 261ª edição da festa, que tem como tema “Senhora da Penha, porque ‘somos todos irmãos’, ajudai-nos a viver a fraternidade e a amizade social”.

Programação

Os eventos começam às 16h30, com a Carreata de Nossa Senhora da Penha. A imagem da santa será conduzida do Santuário da Penha, localizado no bairro da Penha, até a Igreja Nossa Senhora de Lourdes*, no Centro da cidade.

A Romaria tem início às 22h, partindo da Igreja de Lourdes em direção ao Santuário da Penha. A caminhada, que atrai devotos de diversas cidades e estados, deve terminar por volta das 3h30, com a celebração de uma missa campal presidida pelo arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson.

Caminhada de fé

A Romaria da Penha é uma manifestação de fé que atrai pessoas de todas as idades, reunindo famílias, grupos de oração e comunidades paroquiais. Os fiéis caminham em oração e cânticos, muitos carregando velas ou imagens da santa, criando um ambiente de emoção e devoção.

O evento, que acontece há décadas, é considerado uma das maiores expressões de religiosidade popular do país e celebra a intercessão de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Santuário e símbolo de proteção para os fiéis.

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Sudene aprova liberação de recursos do FDNE para parques eólicos da PB e RN

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A Sudene autorizou o pagamento de novas parcelas de financiamento, através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), para os parques eólicos Ventos de Santa Tereza 01 e Serra do Seridó II, IV, VI, VII e IX.

No total, a Diretoria Colegiada da autarquia aprovou o desembolso de R$ 70,8 milhões do fundo regional para estes empreendimentos que estão instalados no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

“O FDNE é um dos principais instrumentos de financiamento para a energia renovável na nossa área de atuação, atraindo investimentos para o setor. Nos últimos anos, quase que a totalidade dos recursos do fundo foi destinada ao financiamento de implantação de parques de energia solar e eólica, contribuindo para o papel de destaque que o Nordeste tem na transição energética”, afirmou o superintendente Danilo Cabral. Ele frisou que o Fundo é administrado pela Sudene e operado por instituições financeiras parceiras.

A empresa Ventos de Santa Tereza 01 investiu R$ 249,4 milhões no parque eólico de geração de energia no município de Pedro Avelino (RN). Desse valor, R$ 143,1 milhões foram financiados pelo FDNE, com projeto aprovado em 2022, dos quais já haviam sido liberados R$ 67,7 milhões.

A última aprovação foi referente à segunda parcela do financiamento. O projeto tem potência instalada de 41,3 MW de energia e vai gerar 90 empregos diretos e indiretos quando estiver em operação plena.

Os cinco parques eólicos Serra do Seridó, localizados no município de Junco do Seridó (PB), somam um investimento total de R$ 832,5 milhões, dos quais R$ 239 milhões são do FDNE.

Os valores liberados na última reunião da Diretoria Colegiada correspondem à quarta parcela do financiamento – no total, serão R$ 15,7 milhões. Essas unidades são da multinacional EDF Renewables e fazem parte do Complexo do Seridó, composto por 12 parques eólicos, que entraram em operação em julho do ano passado e têm capacidade total instalada de 480 MW.

O agente operador desses financiamentos é o Banco do Brasil. A Sudene conta com quatro instituições financeiras como agentes operadores do FDNE, além do BB. São elas Caixa Econômica Federal , Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Sicredi Evolução, Banco do Nordeste (BNB) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca a importância do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para a região e reforça que a contratação de novos agentes operadores “fortalece a política de democratização de acesso ao crédito e contribui para uma maior interação com o setor produtivo, uma vez que essas instituições estão mais próximas da realidade local. “Essa ação está em sintonia com a aposta da Sudene em um diálogo mais efetivo que tenha, como consequência, a atração de novos negócios e a geração de emprego e renda”, afirmou.

Em fevereiro, foi assinado um protocolo de intenções para que o Banco do Estado de Sergipe (Banese) também passe a operar os recursos do FDNE. Para o diretor de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire, esse é um caminho para “democratizar os fundos regionais, que é uma orientação do Governo Federal, contribuindo para uma maior divulgação desse importante instrumento de ação, que é o fundo, e ampliando o acesso ao crédito”.

Heitor Freire falou sobre a importância do FDNE para o desenvolvimento regional. “Esse é um importante instrumento para a atração de investimentos para os 11 estados da área de atuação da instituição, com taxas bastante atrativas. Para 2024, há a disponibilidade de R$ 1,1 bilhão”, disse o gestor.

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