Nota
Ao longo de quase 30 anos de vida pública, os grandes desafios sempre fizeram parte de minha história. De criança pobre, enfrentando privações e experimentando as dificuldades naturais para estudar e dar um norte à minha existência, até os momentos que marcaram meu ingresso na atividade política, cada conquista foi resultado de muito trabalho e uma fé inabalável em Deus. O apoio da família, certamente, reforçou minha obstinação por fazer o bem, honrar a confiança do povo e lutar pela justiça social, através dos mandatos, com ética e princípios republicanos.4
Leia também:
Irredutível: Maranhão não “abre” para Romero e impasse se mantém na oposição
No atual cenário da política paraibana, os últimos dias têm-me imposto profundas reflexões sobre toda essa carga de valores e responsabilidades. No horizonte, por conta da evolução dos fatos nesse período pré-eleitoral, surgem possibilidades consideravelmente animadoras através de minha participação direta na disputa pelo Governo do Estado.
Num curto espaço de tempo, uma confluência de fatores favoráveis se formou em torno de meu nome como o candidato das oposições. Mais do que uma honra, o reconhecimento público das principais forças oposicionistas do Estado às minhas qualidades de gestor, o respeito à minha biografia e a confiança em meu potencial eleitoral no pleito deste ano já se traduzem, em si, um prêmio que muito me orgulha.
No meu íntimo, porém, existe uma convicção inarredável: por mais sedutoras que sejam as possibilidades, por mais envaidecido que me sinta na atual conjuntura pelas condições oferecidas de concorrer a um cargo extremamente honroso para qualquer homem público da Paraíba, meu dever e compromisso com Campina Grande não me permitem, pela força do ultimato das horas, assumir projetos ao sabor de qualquer ambição pessoal ou pelo estímulo cativante dos aliados.
Minha experiência administrativa em Campina Grande, como prefeito eleito e reeleito, é algo indescritível. Não pelo cargo em si, pelo poder que dele emana ou pela vaidade (justificada) de governar uma das cidades mais singulares do Brasil. É muito mais do que tudo isso.
Meu grau de cumplicidade e respeito a Campina Grande e sua gente cresceu a cada dia nesses dois mandatos consecutivos, principalmente, porque a manifestação de apoio, aprovação e carinho da cidade nunca se limitou aos resultados expressivos e indiscutíveis das urnas. É nas ruas de Campina, nos lares que visito, nos lugares que frequento e no cotidiano da gestão que o calor humano manifestado me renovam as forças para, dia a dia, comprometer cada segundo de minha vida no trabalho administrativo profícuo que desafia a crise econômica, as limitações orçamentárias e os obstáculos terríveis impostos pelo poder central aos municípios brasileiros.
Nesse sentido, diante da dinâmica dos fatos recentes nessa reta final do prazo oficial para desincompatibilização do cargo, sem poder dispor de um tempo suficiente para dialogar com a cidade e seus segmentos sobre um passo tão delicado e complexo, comunico minha decisão de permanecer na Prefeitura, continuando a dividir a responsabilidade da gestão com o companheiro leal, solidário, íntegro e comprometido de alma com Campina Grande: o vice-prefeito Enivaldo Ribeiro.
Nossa história de vida é construída a partir das nossas decisões. Não tenho dúvidas de que esta minha opção por Campina Grande, embora frustre expectativas de aliados a quem prezo por demais, se coaduna com minha trajetória de homem público, que sempre teve na cidade seu porto seguro, seu ponto de partida e chegada, sua própria razão de ser.
Agradeço, mais uma vez, o gesto de confiança e respeito à minha história por parte de todos os que integram as Oposições no Estado e peço a Deus que abençoe a todos nós, permitindo-me contribuir modestamente, como apoiador, com uma chapa que representará, indubitavelmente, o projeto de uma nova Paraíba, com a qual o povo se identificará, por ser livre de radicalismos, da arrogância, da propaganda enganosa e do respeito às instituições.