Os trabalhadores da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), conhecida como ‘Grupo Coteminas’, estão pedindo socorro às autoridades competentes para que pressionem a empresa a pagar os salários que já estão atrasados há mais de três meses e com irregularidades nos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Na Paraíba, a empresa possui mais de 500 (quinhentos) funcionários que estão sem remuneração há mais de 90 (noventa) dias. Muitos dos quais, já começam a desenvolver problemas de saúde por não conseguirem pagar contas para manutenção da própria casa e, consequentemente, não assumirem outra ocupação laboral por causa dos ditos problemas de saúde.
O Grupo Coteminas é responsável por 20% do consumo nacional de algodão e além das instalações na Paraíba, tem fábricas em Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Norte, bem como unidades na Argentina e até nos Estados Unidos (USA). Também possui marcas como as famosas Santista, MMartan, Artex e Casas Moysés, mas, mesmo assim vem sofrendo uma crise que já se arrasta há muito mais de um ano e segue piorando. No período, já houve férias coletivas, salários em atraso e, até, demissão em massa, em praticamente, todos as instalações do grupo no Brasil.
Os trabalhadores na Paraíba já recorreram a abordagens diretas aos seus respectivos superiores na empresa, ao Ministério Público do Trabalho (MPT), ao Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado da Paraíba (Sinditêxtil), a Central Única dos Trabalhadores da Paraíba (CUT-PB) e até a parlamentares da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), mas, até o momento, nenhuma solução foi apresentada para o problema que se agrava a cada dia. No pátio lateral da empresa, localizada às margens da BR-101, no KM 92, placas confirmam que a Coteminas instalada em João Pessoa está inserida em programas de incentivos fiscais e benefícios do Governo do Estado da Paraíba e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
A imprensa nacional noticiou que a empresa chegou a contabilizar uma receita líquida de vendas, em 2022, no valor de R$ 409,9 milhões, no Brasil. O número, porém, foi 31,8% menor do que o registrado em 2021.
Ainda de acordo com informações divulgadas, no mês de outubro deste ano, a Coteminas, fechou um acordo com a gigante chinesa Shein no valor de US$ 20 milhões (cerca de R$ 100 milhões) para tentar reverter a situação.
Em contato com a redação do @portaldacapital, um funcionário que não quis se identificar disse que além da depressão, também desenvolveu síndrome do pânico por medo de cobradores baterem à sua porta por causa de dívidas já acumuladas por causa das falhas nos pagamentos do seu salário.
O funcionário disse que os trabalhadores não sabem mais a quem recorrer porque não houve, até o momento, nenhuma sinalização de acordos definitivos, mas, sim, apenas promessas não cumpridas e acúmulo de atrasos nos pagamentos.
A redação do @portaldacapital, tentou, sem sucesso, contato com a Coteminas instalada na Paraíba e, portanto, deixa espaço aberto para que representantes da empresa possam, caso desejem, se manifestar sobre o assunto.
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