A Tardezinha Inclusiva, que compõe o projeto Somos Capazes – Inclusão pela Arte, levou, nesta quinta-feira (9), um grupo de 100 crianças autistas para uma tarde divertida e inclusiva no Game Station, do Manaíra Shopping. O evento, realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Associação Paraibana de Autismo (APA), Grupo Tá BLZ, organização sem fins lucrativos AC Social e Game Station, mostra que as crianças atípicas só precisam de estímulo e atenção para se sentirem incluídas de fato.
O diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, diz que é uma alegria grande para os que fazem a Funjope e a Prefeitura de João Pessoa poder desenvolver ações como esta, que fazem parte do projeto Somos Capazes, de inclusão social pela arte, que completa dois anos.
Ele lembra que a Fundação realiza a Tardezinha Inclusiva mensalmente, realizou piqueniques inclusivos na Bica e no Parque Solon de Lucena, também levou as crianças para interação social na Estação Turma da Mônica, que fica no Shopping Liv Mall e, agora, conta com essa parceria do Game Station, no Manaíra Shopping.
“É um trabalho que estamos dialogando há alguns meses e hoje deu tudo certo. Mais de 100 crianças puderam ter uma tarde de brincadeiras e diversão com suas famílias, num ambiente acolhedor, e elas se sentem muito integradas. Isso é gratificante para todos nós. Só temos a agradecer à APA, ao grupo Tá BLZ, sobretudo, à equipe do Game Station pela acolhida”, acrescenta.
A presidente da APA, Hosana Carneiro, também comemora. “Este evento é uma certeza de que a inclusão realmente começa a acontecer. Um espaço como o Manaíra Shopping ficar exclusivo para nós e as pessoas com necessidades especiais, totalmente gratuito, é um trabalho que vem a partir da Tardezinha Inclusiva, uma extensão do nosso projeto. Isso prova que estamos no caminho certo, fazendo uma inclusão bem feita porque trabalhamos com amor e por amor”, afirmou.
Ela conta que é gratificante perceber como as crianças e seus familiares ficaram felizes. “Vi muitos sorrisos hoje, muitas alegrias e muitas pessoas que, inclusive, nunca tinham participado de um evento como esse. Nós acolhemos 100 crianças, famílias, mães, pais em um ambiente onde tiveram um momento de recreação e, para nós, é uma alegria sem tamanho”.
Nik Fernandes, uma das coordenadoras do evento, afirma que a evolução das crianças a partir do projeto Somos Capazes, do qual a Tardezinha Inclusiva faz parte, é visível. “As mães me dizem que esses momentos têm sido motivo de transformações na vida dessas crianças porque, geralmente, a criança autista é fixa em algumas coisas e não gosta de mudanças. Começamos a perceber que esses passeios especiais têm acrescentado muito e transformado a vida delas e, é claro, também das famílias. Elas têm a necessidade de vivenciar algo novo”, observa.
Estar no barulho e junto com outras crianças tem funcionado como uma terapia cultural. Os autistas, que são muito repetitivos, estão aceitando o novo, o que é avaliado como um passo muito grande. “A Tardezinha é um quebra-cabeça no qual pensamos em como encaixar melhor o amadurecimento da criança. A Tardezinha fixa acontece todo mês, mas percebemos que elas estão mais felizes ainda com esses passeios em locais diferentes, mostrando que podem ter essa mudança sem tanto sofrimento. Essa aceitação tem nos surpreendido, mostrando que eles estão se abrindo e isso move todos que estão ao seu redor”.
Além da Tardezinha Inclusiva, que acontece mensalmente no Centro Cultural de Mangabeira, as crianças já participaram do Piquenique Inclusivo, de sessão de cinema, foram até a Estação Turma da Mônica e também estiveram no Imagineland, onde fizeram uma apresentação especial.
Famílias – Para as famílias que participaram desta Tardezinha especial, foi um momento inesquecível. “Foi maravilhoso. Muito bom mesmo. Todos nos divertimos. Eu acho que esses momentos são bastante positivos. Meu filho Nawan, de 5 anos, é autista e percebo que ele está se soltando bastante depois que começou a participar da Tardezinha”, afirmou a estudante Nathália Malaquias dos Santos.
O próprio Nawan fez questão de contar como foi o passeio. “Eu gostei do passeio. Me diverti muito e brinquei. Gostei muito do avião e da moto”, afirmou. Para a mãe, a cada passeio e a cada Tardezinha Inclusiva, o garoto vem se superando. “Ele sabia falar, mas sempre foi muito fechado. Brincando com outras crianças e interagindo ele melhorou bastante. Agora só tenho motivos para comemorar”, elogiou.
Para a coordenadora de RH, Glauce Cavalcanti, mãe de Peterson, de 26 anos, que é cadeirante, os eventos sempre são muito produtivos. “Foi um passeio com muita alegria, inclusão, acolhimento, diversão, só coisas boas. Para ele, é muito importante participar. A exclusão não existe só em relação ao autista, mas para todas as pessoas com deficiência, mas, aos poucos, vamos criando essa consciência social”, afirmou.