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Siro Darlan: Proibir e repreender o uso de drogas são políticas fadadas à violência

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Repressão e criminalização ao uso de drogas, estigmatizar minorias, a falta de um plano nacional de segurança e de mais educação para o combate aos malefícios que a droga pode trazer. Esses foram alguns dos assuntos tratados em debate promovido em conjunto pela Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) e a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na manhã desta sexta-feira (23), em que discutiu-se a ‘Segurança pública no Brasil e políticas sobre drogas: o que fazer?’. Quem explanou o tema foi o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) Siro Darlan (ele é natural da Paraíba), em audiência pública presidida pelo deputado estadual Jeová Campos (PSB) e secretariada pelo vereador Marcos Henriques (PT).

“Estamos criminalizando substâncias químicas, enquanto que a doença é a dependência química. É sobre isso que temos que militar. Acabar com o proibicionismo e debater nas escolas e meios de comunicação quais as consequências de se consumir drogas, desmistificando alguns mitos que nos mantêm na ignorância”, afirmou Siro Darlan.

Segundo o expositor, na Dinamarca, “o país mais feliz do mundo”, um menino de 3 anos já sabe o que é sexo. Lá, aos 10 anos, as crianças são educadas para saberem como usar todos os preservativos e evitarem gravidez precoce além de doenças. “Aqui [Brasil] tudo é transformado em pecado por causa da ignorância que patrocinamos. Da mesma forma que se faz com as drogas, toda vez que criminalizamos a saúde, nos demos mal. Foi assim com as pessoas com lepra, HIV ou ainda condicionando à prisão e ao afastamento aqueles com problemas mentais”, elencou Siro Darlan.

O palestrante também alertou para a falta de compromisso com políticas públicas que combatam as desigualdades sociais. Ele frisou que, “habitantes de comunidades, em sua maioria, pobres, negros e nordestinos são etiquetados e estigmatizados como criminosos” e que “estereotipar é o verdadeiro crime que se deve combater”. Siro Darlan argumentou que a realidade tem mostrado que, por maior que seja a repressão, sempre haverá quem compre, queira correr o risco de produzir e de vender drogas. Além disso, ele observou que os mortos por esse sistema são rapidamente substituídos.

“Decorrente disso, o proibicionismo é uma política fadada baseada em guerra, na qual geram-se riscos e danos, um dos maiores, a violência”, afirmou o magistrado, comentando que, ao contrário das drogas ilícitas, com a produção, venda e consumo de álcool e tabaco, a questão é diferente. “É daí que surge a criminalidade, do proibicionismo. Poderíamos apontar que antes do álcool e da nicotina muitos já teriam provado outras drogas, usadas diariamente, como a cafeína e o açúcar. Temos que acabar com a hipocrisia. Só existe arma porque o mercado é ilegal na produção da maconha. E as armas se fazem necessárias em razão da ausência de regulamentação e da impossibilidade de alcance aos meios legais”, atentou o desembargador Siro Darlan.

O magistrado também defendeu que o proibicionismo às drogas também se traveste de “proteção à saúde” ao dar o exemplo do que acontece em Portugal há 11 anos, tempo em que o comércio e uso de drogas foi legalizado no país ibérico. “Lá, se alguém é flagrado com o volume superior de droga do que o autorizado, é encaminhado a um centro de saúde onde será sondado se necessita de algum tratamento, se o uso de drogas lhe causa prazer ou dano a terceiros, e terá a opção de escolher se precisa de tratamento numa perspectiva de que a autolesão recai sobre si mesmo”, relatou.

Participantes

Dentre os demais participantes da solenidade, o procurador da República dos Direitos do Cidadão na Paraíba, José Godoy, defendeu que são pertinentes todos os debates possíveis em diversas linhas, como em educação, saúde e economia, além da necessidade de se construir um plano nacional de segurança.

“Quanto mais você pensa em reprimir, mais a droga ficará cara. Temos que fazer campanhas contra o uso e investir em programas de acolhimento. Só no sistema penitenciário brasileiro gastam-se R$ 2.400,00 por preso, em média. Seria uma economia de R$ 6 bilhões por ano, caso o investimento fosse em outras frentes”, informou Godoy. Ele defendeu que o debate tenha várias matizes, além de foco nas dificuldades regionais em manter a segurança nas diferentes localidades, elencando quais instituições poderão colaborar com o trabalho.

O promotor de Justiça Márcio Gondim, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), não pensa que o comércio de drogas deve ser regulamentado nem que abolir o uso sejam soluções. “Devemos pensar em causa e efeito, além de investir em educação”, opinou, reforçando que “deve-se prender quem violar a lei”. Já para um representante do Conselho Municipal de Políticas Antidrogas, a educação também é o melhor meio de se combater as drogas, principalmente a do seio familiar, partindo da conscientização.

Deputado e vereadores opinam

Para o deputado Jeová Campos, é curioso que, apesar do combate e repressão terem aumentado, é difícil entender o motivo pelo qual a sociedade consome mais droga. “Como a polícia vai conseguir coibir o crime numa sociedade onde há o aumento do desemprego, das desigualdades?”, questionou o parlamentar.

Para Marcos Henriques (PT), existe certa incapacidade num sistema excludente, que é incapaz de garantir o bem-estar dos cidadãos a ponto de se questionar quais os caminhos para realizar a segurança. “Simplificar, dizendo que apenas polícia e cadeia são soluções é cair no erro. Não adianta apontar efeitos sem combater as causas. As raízes da criminalidade não estão nas favelas nem nas periferias. Quem recebe dinheiro do tráfico está no Congresso, possui influência sobre o comando da polícia. Sinto falta de não produzirem leis para combater os crimes de colarinho branco. A guerra do crime e do tráfico deve ser feita combatendo-se as causas e não os efeitos”, opinou.

“Jamais será a solução a liberdade ao uso de drogas. Vamos ter que permitir que outros crimes sejam liberados? Não acredito que usar algo com o intuito de só fazer mal a si mesmo seja o correto. A impunidade será a mãe da reincidência sempre. A lei deve ser cumprida com rigor”, afirmou o vereador Carlão (PSDC). Além dos parlamentares que usaram a palavra, o vereador Bosquinho (PSC) também participou da solenidade.

O evento fez parte do projeto da CMJP ‘Diálogos da Democracia’, ciclo de debates iniciado ano passado, em função dos 70 anos de reinstalação do Legislativo Municipal. Na ocasião, o desembargador Siro Darlan recebeu da Casa Napoleão Laureano um diploma por participar do evento.

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Expectativa: deputados devem reconduzir Adriano Galdino à Presidência da ALPB em Sessão nesta 3ª

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Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) acontecerá nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a Mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

O parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da Presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

Além de Galdino são componentes da atual Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão, Cida Ramos e Taciano Diniz, Fabio Ramalho, Tovar Correia Lima, Eduardo Carneiro, Anderson Monteiro, Jane Panta, Sargento Neto, Galego de Sousa, Eduardo Brito e Júnior Araújo.

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Na 4ª: Jampa Innovation Day acontece em JP com presença de especialistas nacionais e internacionais

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A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recebe, pela primeira vez, o ‘Jampa Innovation Day’, por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) e com parceria da ONZE19 Innovation Lab, RIS Potencializadora de Negócios e Projetos, We.Ease, e com o patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ). O evento ocorrerá no dia 27 de novembro, das 8h às 18h, no IlhaTech, situado na rua Sandoval de Oliveira, 22, Torre, João Pessoa/PB.

Os interessados em participar do evento devem ficar atentos: toda a comunidade acadêmica tem acesso gratuito até o dia 26 de novembro, mas estão com as últimas vagas para resgate de ingressos. Para garantir o ingresso, basta acessar o site oficial do evento e utilizar o e-mail institucional no momento da inscrição. Já para a comunidade externa, os ingressos possuem valores variados, que podem ser consultados no mesmo link.

O encontro tem como objetivo capacitar a comunidade universitária, empreendedores e líderes corporativos, abordando temas essenciais como inovação aberta, transferência de tecnologia, desenvolvimento e internacionalização de startups, e inovação socioambiental, trazendo ao palco especialistas nacionais e internacionais para um dia de networking e aprendizado de alto nível.

O Jampa Innovation Day destaca-se não apenas como um espaço para a troca de experiências enriquecedoras entre startups, empresas e instituições acadêmicas, mas também pelo seu compromisso com o impacto social. Todo o lucro arrecadado com a venda de ingressos será destinado à ONG Milagres do Sertão, contribuindo para a transformação das condições de vida de comunidades na Paraíba.

Para mais informações sobre a programação, cronograma do evento e organizadores, acesse a página do Jampa Innovation Day, bem como o perfil do evento no Instagram.

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Paraíba registra, neste ano, 1.544 nascimentos prematuros a menos que em 2022; veja

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Neste ano, a Paraíba registrou 5.427 nascimentos prematuros, um número inferior aos 6.971 registrados em 2022. A campanha Novembro Roxo, que visa a conscientização sobre a prematuridade, tem como tema em 2024 ‘Cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares’. No Brasil, 1 a cada 10 nascimentos ocorre antes das 37 semanas, colocando o país entre os dez com maior índice de partos prematuros no mundo. Em 2022, foram registrados 303.447 nascimentos prematuros, e os dados preliminares de 2023 indicam uma leve redução, com 303.144 casos. Até o momento, em 2024, foram notificados 245.247 partos prematuros.

Visando promover uma rede de apoio às famílias, o Ministério da Saúde lançou, em setembro último, a Rede Alyne, que atua para qualificar o cuidado materno-infantil e garantir atendimento integral às mulheres e recém-nascidos em todo o Brasil.

A prevenção do parto prematuro é essencial para a redução da mortalidade infantil e depende, principalmente, de um pré-natal de qualidade ofertado pela Atenção Primária à Saúde (APS), com acompanhamento contínuo pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e encaminhamento à atenção especializada se detectada uma gestação de risco. Quando o nascimento prematuro ocorre, é fundamental que esses bebês recebam cuidados e acompanhamento rigorosos para reduzir a morbimortalidade neonatal.

De acordo com a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sonia Venancio, políticas públicas e protocolos bem estruturados são essenciais para proporcionar um cuidado de qualidade: “Com assistência neonatal qualificada, é possível melhorar as condições de saúde desses bebês, promovendo um início de vida mais seguro e saudável, o que impacta positivamente também as famílias e a sociedade como um todo”.

Embora muitos bebês prematuros se desenvolvam bem, o parto antes das 37 semanas pode expor o recém-nascido a diversas intercorrências devido à imaturidade de seus órgãos e sistemas. As principais complicações incluem dificuldades respiratórias, problemas cardíacos, gastrointestinais, de imunidade, oculares, auditivas e imaturidade no sistema nervoso central.

As principais causas para um bebê nascer de forma prematura envolvem condições maternas, gravidez na adolescência, histórico de parto prematuro, gravidez múltipla, estilo de vida que favoreça o parto prematuro, como o uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, cuidados pré-natais inadequados e infecções. A realização de exames do pré-natal, como de imagem e de sangue, permite a identificação precoce de condições de saúde materna e fetal que podem ser tratadas para evitar complicações. Em situações de alto risco, como hipertensão e diabetes gestacional, o monitoramento especializado é essencial para reduzir o impacto dessas condições sobre a gestação.

Ações

A Rede Alyne oferece suporte a estados, municípios e ao Distrito Federal, com recursos direcionados para fortalecer o pré-natal, o atendimento durante a internação e o acompanhamento no pós-alta – essenciais para a prevenção de complicações associadas à prematuridade. O programa também promove o fortalecimento dos serviços de alto risco para gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade, que são os Ambulatórios de Alto Risco (Agar), bem como oferece incentivo financeiro para os ambulatórios dos bebês egressos de UTI Neonatal (A-SEG).

Outra iniciativa do Ministério da Saúde é o envio de assessores técnicos aos territórios para apoiar e monitorar as práticas de saúde, além de garantir a execução das políticas, como no caso da estratégia do Método Canguru – cuidado humanizado ao recém-nascido que fortalece o vínculo entre mãe e bebê e reduz complicações comuns em bebês prematuros e ou de baixo peso.

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