Promover o bem estar emocional de mulheres vítimas de violência doméstica ou outras agressões, por meio do fortalecimento da autoestima. Este é o principal objetivo do projeto Maria Transformadora, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e Diversidade Humana de Cabedelo (SEPMDH), anunciado este mês.
A iniciativa vai disponibilizar 30 vagas, e as inscrições podem ser feitas na sede da SEPMDH, localizada à Rua Manoel Araújo do Nascimento, 130. Jardim Brasília, entre os dias 11 e 15 de setembro. O 1º encontro do grupo está previsto para acontecer no próximo dia 18.
A proposta central do projeto é a criação de grupos de apoio para proporcionar o acesso da comunidade à ajuda profissional especializada e a processos de ajuda mútua. A ideia é trabalhar em parceria com organizações locais e profissionais de saúde mental para oferecer suporte completo às mulheres que se encontrem ou já passaram por situações de violência doméstica.
“O projeto foi elaborado para oferecer ao público alvo da SEPMDH um tipo de apoio especializado, por meio de uma liga onde elas se fortaleçam, compartilhem a fé e a força para superar seus traumas e recuperar sua autoestima. Nossa meta é buscar o empoderamento das participantes que, fortalecidas por meio da autoconfiança criada pelo grupo, não venham mais a se submeter a situações degradantes e tampouco aceitem que alguém seja exposto a essa condição”, explicou a secretária da Mulher, Camilla Holanda.
Estruturada para funcionar nos moldes das organizações de ajuda mútua, como o conhecido Alcoólicos Anônimos (A.A), a estratégia do projeto é organizar reuniões, nas quais os momentos de espiritualidade e partilha sejam a tônica dos encontros entre mulheres vítimas de violência ou que estejam em situação de vulnerabilidade, assim como membros da comunidade LGBTQIA+ vítimas de preconceito e outras situações de violação de direitos e dignidade humana.
Os primeiros objetivos da proposta compreendem o acompanhamento psicológico individual e em grupo para mulheres em situação de risco, visando à melhoria da saúde mental e emocional das participantes e a promoção de encontros em grupo para discutir temas relacionados ao bem estar e ao fortalecimento espiritual dos participantes.
O projeto prevê, também, o estabelecimento de parceria com organizações locais que atendem mulheres em situação de risco, e deve funcionar a base de encontros semanais, alternando entre sessões de apoio emocional e atividades de desenvolvimento espiritual. Também serão oferecidas sessões individuais para aquelas mulheres com maior necessidade de acompanhamento.
Dinâmica do projeto – O Maria Transformadora busca a realização de atividades em conjunto com organizações de saúde mental e com outras instituições de apoio a mulheres em situação de risco, bem como a elaboração de materiais educativos e de capacitação para profissionais de saúde, visando a conscientização sobre a importância do apoio espiritual na recuperação emocional.
“Esperamos que esse projeto possa ajudar muitas mulheres em situação de risco, oferecendo um apoio integral e ajudando-as a recuperar a autoestima e a espiritualidade. Além disso, esperamos que o trabalho realizado ajude a conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde mental e emocional das mulheres em situação de risco”, acrescentou Camilla.
Risco e cuidado – O número de mulheres que vivem em situações de risco vem crescendo significativamente, sendo recorrente o número de casos que ocupam espaço na mídia diariamente. Por outro lado, são diversas as políticas públicas para atender as vítimas de violência doméstica, abuso sexual ou emocional, situações paralisantes que impedem muitas delas de avançar, em especial por seu lado psicológico e espiritual estarem abalados.
As ações direcionadas a esse fim se baseiam nos fundamentos da saúde integrativa segundo a qual o ser humano, considerado em sua complexidade, é composto pela tríade “corpo, mente e espírito”. Assim, a prática busca engendrar meios de cuidar do indivíduo como um todo, de forma a alcançar não só a cura, mas também seu bem-estar integral. Medidas que podem ser aplicadas nos casos das violências que, além das cicatrizes físicas, imprimem marcas muito mais profundas e complexas de serem tratadas.