A vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose, principalmente das que podem ocasionar as formas graves da doença, como a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa. Garantida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o imunizante faz parte do Programa Nacional de Imunização e é administrado em esquema de vacinação com dose única, o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 12 horas após o nascimento, ainda na maternidade.
Em João Pessoa, todos os hospitais públicos contam com salas de vacinas e já promovem a vacinação dos recém-nascidos no ambiente hospitalar nas primeiras horas de vida. Para os hospitais privados, a Central de Imunobiológico da Prefeitura, a Rede de Frio, conta com técnicos que atuam de forma itinerante e visitam as maternidades realizando essa assistência preventiva e fazendo o encaminhamento aos serviços de referência, quando não foram realizados nas primeiras horas de vida da criança, ainda no hospital.
Em crianças, a tuberculose ocorre com mais frequência nas menores de 5 anos. Bebês e crianças pequenas (especialmente aquelas com menos de 2 anos) correm o risco de desenvolver doenças graves associadas a uma alta taxa de mortalidade. Há também o grupo de pessoas com condições médicas que enfraquecem o sistema imunológico, especialmente aquelas com infecção por HIV, correm maior risco de desenvolver tuberculose.
Maria José, enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), é quem faz os acompanhamentos e garante a assistência dos recém-nascidos em alguns hospitais de João Pessoa. “As vacinas contribuem para estimular o corpo a proteger o organismo e a reagir a vírus e bactérias, provocando imunidade artificialmente induzida, semelhante à doença. Ao nascer, os bebês necessitam de muitos cuidados, pois, não possuem as defesas do corpo necessárias para combater infecções e doenças”, explicou a profissional.
“Quando preciso visitar os hospitais quase que diariamente para administrar as vacinas que protegem contra Hepatite B e BCG nos pequeninos, vejo as mamães, papais e vovós muito apreensivos, pela dor que possa estar sendo causada. Acima de tudo conscientizo sobre o quão é importante saber qual é o papel da vacina, qual a importância desse cuidado nesses primeiros momentos de vida, principalmente. E que, no decorrer da vida, é de fundamental importância fazer o acompanhamento regularmente, com todos os imunizantes que fazem parte do calendário de rotina e com as vacinas de campanhas também em todas as fases da vida – criança, adolescente, adulto e idoso”, completou Maria José.
O professor David Elói Bitencourt, pai do pequeno João, com apenas seis horas de vida, foi quem acompanhou o filho para receber as vacinas e de forma apreensiva, mas sabendo que é importante e necessária essa prevenção. “Sei que deve doer, mas sei também da importância para a saúde e para a vida dele. Papai já disse que vai ficar tudo bem!”, disse o pai do corajoso bebê, que não chorou com a primeira vacina, que é aplicada no bracinho e deixa uma marquinha que muitos carregam no decorrer de toda a vida.
Transmissão – A bactéria causadora da tuberculose pode ser transmitida por gotículas para outras pessoas, através de tosse, espirros ou saliva. Quando uma pessoa respira bactérias da tuberculose, essas bactérias podem se acomodar nos pulmões e começar a crescer. A partir daí elas podem passar através do sangue para outras partes do corpo, como rins, coluna e cérebro.
Aproximadamente um terço da população mundial carrega a bactéria, mas não apresenta sintomas (infecção latente); no entanto, aproximadamente 10% dessas pessoas provavelmente desenvolverão a doença durante sua vida e serão capazes de contaminar outras pessoas.
Os sintomas e sinais de tuberculose podem variar de acordo com a idade, o estado imunológico, a parte do corpo afetada e a gravidade da doença. Os sintomas clássicos da tuberculose incluem tosse crônica (duração de 3 semanas ou mais), presença de sangue ou catarro na tosse, dor no peito, febre moderada, sudorese noturna, fraqueza ou fadiga, redução do apetite e perda de peso.