A segunda edição da Medical Cannabis Fair acontece na próxima quinta (4) e sexta-feira (5) no Expo Center Norte, em São Paulo, com 80 estandes e 100 marcas medicinais e industriais do setor no Brasil e da América Latina. Como no ano passado, em paralelo, os organizadores mantiveram o Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal, que reúne 70 palestrantes (clique aqui para ter acesso ao line up).
“Fazer a primeira edição de qualquer evento é fácil. Difícil mesmo é consolidá-lo com uma segunda edição”, diz o empreendedor Daniel Jordão, mentor e sócio da feira. “A Medical Cannabis Fair e o Congresso Brasileiro dobraram de tamanho este ano.”
O público, conta a Folha, terá a oportunidade de entrar em contato com novos medicamentos, tecnologias farmacêuticas, equipamentos de laboratório, sistemas de cultivo e serviços financeiros, entre outros. “Estamos mostrando a importância do setor para a sociedade e quebrando preconceitos”, diz Jordão. Segundo ele, o evento tem atraído pessoas de fora do setor interessados a investir em um novo mercado, que começa a crescer no país. “Para você ter uma ideia, fui procurado por um fazendeiro octogenário, do centro-oeste, que quer plantar cânhamo.”
No Brasil é ilegal o cultivo, mesmo do
cânhamo, que é uma
Cannabis com quase zero de THC (Tetrahidronabidiol, substância derivada da planta com efeito psicoativo). Mas o setor está ansioso por mudanças, que com a eleição de Lula para presidente, o país passa a ter um ambiente mais propício. Durante o governo de Jair Bolsonaro iniciativas importantes tomadas dentro do Congresso não foram adiante. Por exemplo, o
PL 399-2015, aprovado em 2021, que regula o cultivo e o comércio do cânhamo para fins medicinais e industriais ainda espera a vez para entrar na pauta.
Este ano o senador Paulo Paim (PT-RS), registrou o PL 80/2023, que pede a distribuição da Cannabis medicinal pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o país. A iniciativa foi tomada poucos dias depois que o governo de São Paulo aprovou a mesma medida para o estado paulista.
O evento será internacional. Entre os países que participam estão África do Sul, Alemanha, Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Espanha, Estados Unidos, Geórgia, Guatemala, entre outros, que apresentarão soluções para o uso medicinal da Cannabis para diferentes necessidades patológicas, além de serviços para profissionais de saúde e novos negócios industriais.