A série “Juventude Vendida”, que está sendo gravada em João Pessoa, é uma obra de ficção baseada em uma premiada série jornalística homônima exibida na TV Correio, afiliada da Rede Record, na Paraíba. A série que inspirou a ficção foi produzida pela emissora, conduzida pelo jornalista Wendell Rodrigues e sua equipe, e teve como objetivo abordar a questão da exploração sexual infanto-juvenil no Nordeste brasileiro. A série foi exibida em seis episódios e apresentou histórias fortes, ampla pluralidade de fontes e um nível profundo inédito no jornalismo nordestino.
Para realizar a série jornalística, a equipe da emissora participou de treinamentos com alguns dos principais especialistas do Brasil no tema, com a finalidade de tratar o assunto de forma cuidadosa e respeitosa, evitando a revitimização das crianças e dolescentes. Segundo Wendell, foram 90 dias para produzir, apurar, investigar, viajar, gravar, editar e veicular. A equipe de reportagem liderada à época por Wendell teve como produtores Kátia Dumont e Webster Alves; os editores de imagem foram Amilcar Lima, Danilo Campos e Davi Onofre; os cinegrafistas Flávio Melo e Mazureik Muniz; e, o assistente Ewerton Lima. “Tenho total convicção que a série especial foi forte, didática e transformadora. E que, por meio dela, a sociedade ficou mais vigilante sobre a exploração sexual infanto-juvenil”, disse Wendell.
Momentos marcantes — Durante o trabalho de investigação, a equipe viajou por várias regiões do Brasil e descobriu uma forte rede de exploração sexual que atuava em diversas localidades. Essa rede explorava meninas de 12, 13 e 14 anos, trocando a virgindade delas por dinheiro e/ou presentes. A série teve uma grande repercussão, ganhando vários prêmios. Um dos principais foi o primeiro lugar nacional na categoria telejornalismo do Prêmio Anamatra – um dos mais importantes do Brasil na área de Direitos Humanos. “Esta é a série mais premiada da história do jornalismo paraibano, e um dos trabalhos mais premiados do Brasil. Foram sete ao todo, incluindo premiação internacional. Esses reconhecimentos foram importantes, especialmente, porque deram visibilidade ao tema”, acrescenta. “Por isso, é com muita alegria que recebi a notícia de que nosso trabalho inspiraria uma obra cinematográfica. Quanto mais pessoas se engajarem nessa causa, menos violência teremos e mais protegidas estarão as nossas crianças e adolescentes”, destaca Wendell.
A diretora de Jornalismo da TV Correio / Record TV na Paraiba, Paula Gentil, disse estar orgulhosa
com o alto nível de produção da série. “ Os investimentos que estão sendo feitos no setor com atores locais estão aquecendo a economia do segmento. Aguardem que a série está imperdível”, disse Paula.
Além de Wendell Rodrigues, série jornalística contou com Produção: Kátia Dumont e Webster Alves; Edição de imagem: Amilcar Lima, Danilo Campos e Davi Onofre; Cinegrafistas: Flávio Melo e Mazureik Muniz; Assistente: Ewerton Lima; Edição e Pós-produção: Maria Cristina Dias.
Logo após a exibição da série na televisão, a policia realizou várias operações e promoveu mais que 10 prisões; o Ministério Publico do Trabalho ajuizou ações contra vários denunciados das reportagens com pedido, inclusive, de reparação por dano moral coletivo; o Ministério Público da Paraíba reuniu bares, restaurantes, hotéis e similares para firmar termos que obrigaram os estabelecimentos a exigir a identificação de jovens no acesso às suas dependências; além disso, a série foi exibida em eventos da magistratura, do Ministério Público, escolas e universidades.
Da realidade ao cinema – “Juventude Vendida”, a série de ficção, tem produção da Idé Productions, de São Luís (MA), e a Mills Audiovisual de Comunicação como produtora associada. A produção vai movimentar cerca de 50 profissionais da capital paraibana, sendo 95% das pessoas envolvidas entre atores, produtores e técnicos. A série também deve injetar R$ 1,2 milhão na economia local.
Sinopse – A obra conta a história de um encontro e da difícil construção de laços de solidariedade e afeto entre duas almas perdidas num mundo violento. O caminhoneiro Jorge é atormentado pela perda precoce de sua esposa, e a adolescente Cauane luta para sobreviver trocando dinheiro por sexo, pelas estradas do interior. A obra será lançada no segundo semestre deste ano com a primeira janela de exibição na TV Correio/Record TV.