Quando o som da sirene é apontado, os profissionais do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, ficam em alerta, porque sabem que vêm casos de urgências e emergências a caminho. Diariamente, dezenas de pessoas dão entrada na emergência dessa unidade de saúde e vão para a área Vermelha ou Amarela, onde os pacientes são classificados como graves ou gravíssimos. O atendimento tem que ser ágil e preciso, pois o risco de morte é iminente.
O diretor geral, Laecio Bragante, explicou que, apesar dos termos urgência e emergência serem parecidos e muito usados na área da saúde, as palavras possuem conceitos e demandam de atendimentos divergentes quando se trata de serviço médico em hospital. “A principal diferença entre esses dois estados é que Emergência apresenta ameaça imediata para a vida do paciente, enquanto a Urgência é uma ameaça em um futuro próximo, que pode vir a se tornar uma emergência se não for solucionada”, frisou.
De acordo com a coordenadora de Enfermagem da Emergência, Amanda Trindade, a população da região metropolitana de João Pessoa pode ter muito orgulho e tranquilidade com o atendimento de urgência local. “Temos uma equipe pronta e preparada para atender os casos mais complexos de emergências e urgências, com excelência, rapidez e humanização, em tempo hábil para salvar vidas. Nossa equipe sempre está atualizada, pois investimos em treinamentos contínuos, por meio da educação continuada do hospital”, ressaltou.
Faz parte da Emergência do Hospital de Trauma as áreas Vermelha e Amarela. Segundo a enfermeira do acolhimento, Anna Bozzano, que realiza a classificação de risco nos pacientes, casos classificados como vermelhos são considerados graves, por isso, não podem esperar. “Os principais casos que passam nessa área crítica são vítimas de politraumatismo, acidente vascular cerebral, traumatismo crânio encefálico, parada cardíaca, afogamentos, intoxicação exógena, arma de fogo, arma branca, hemorragias e etc”, completou.
A equipe da Área Vermelha plantonista é composta por dois enfermeiros, três técnicos de enfermagem, um fisioterapeuta e várias especialidades médicas. Ela possui boxes individuais com estrutura semelhante à de uma UTI, tem a capacidade de atender até cinco pacientes simultaneamente, mas com disponibilidade de vários leitos reservas, que possuem ventiladores mecânicos para dar suporte a múltiplos pacientes graves, caso necessite.
Amanda ressaltou que a área vermelha, local de primeiro atendimento de todos pacientes críticos, está equipada com monitores cardíacos, desfibriladores, ventiladores mecânicos, bombas de infusão e instrumental para procedimento de emergência. Além de uma sala de procedimentos, em que é possível realizar cateterismo, drenagem torácica e traqueostomias.
Para a enfermeira que atua na Vermelha há cinco anos, Francinne Xavier, é preciso ter um olhar bem amplo para identificar as particularidades de cada paciente. “Somos o primeiro contato, vamos ver o primeiro olhar do paciente. Mesmo com uma grande quantidade de pessoas, que circulam nessa área como profissionais do Samu, bombeiros e da casa, é preciso um olhar rápido, investigativo e humanizado para entender o paciente e agilizar o processo do atendimento, que é crucial”, salientou.
Francinne lembra que um dos momentos mais emocionantes que ela vivenciou foi salvar a vida de uma criança, que estava engasgada com uma uva. “Foi uma grande vitória, toda a equipe ficou bastante feliz. Eu não me vejo em outro lugar a não ser nesta emergência, são várias vítimas salvas ao longo dos anos, conseguimos reverter situações consideradas impossíveis, isso já é motivo para continuar a missão”, ponderou.
Amanda Trindade explica que a área Amarela dá continuidade ao trabalho da Vermelha. “É aquele paciente que pode ser potencialmente grave, não pode ir para casa e vai precisar de observação contínua da equipe. Caso ele permaneça mais tempo internado, ele vai para uma enfermaria, acompanhado pelo especialista e com o familiar”, explicou.