Nesta quarta-feira, 26 de abril, comemora-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, com o objetivo de alertar a população sobre os perigos da doença. Por ser uma enfermidade silenciosa, quando não tratada corretamente, pode causar danos irreparáveis à saúde. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) promove ações rotineiras de combate à doença, que estão sendo intensificadas esta semana com qualificações para os profissionais da Atenção Primária, segmento responsável pelo atendimento das doenças crônicas, por meio do projeto FortaleceRAS, que já existe há mais de dois anos.
Dados do Ministério da Saúde (Vigitel) revelam que na Paraíba há mais de 800 mil pessoas com a doença. A estimativa é que 27,3% da população adulta – sendo 444.770 mulheres e 355.276 homens – tenha hipertensão arterial. De acordo com a gerente das doenças crônicas na Atenção Primária da SES, Kamila Capistrano, a hipertensão é uma das doenças mais prevalentes na Paraíba, mas tem prevenção e combate.
“Com o intuito de combater ou prevenir a hipertensão, estamos capacitando os profissionais. No momento, são os profissionais dos municípios da 1ª Região de Saúde (João Pessoa) e, no próximo mês, vamos expandir para as outras regiões do estado. Nos dias 08 e 09, terá capacitação para fortalecer a promoção à saúde, por meio da alimentação saudável, uma forma de controlar a hipertensão e nos dias 16 e 17, será um encontro com profissionais e gestores”, explicou.
O que é a hipertensão – O cardiologista e diretor de comunicação da Sociedade Paraibana de Cardiologia, Daniel Moura, explica que a hipertensão arterial sistêmica, mais conhecida como pressão alta, costuma ser uma doença silenciosa. Isoladamente, não costuma apresentar sintomas. Eles só decorrem das suas complicações. O diagnóstico é feito por meio da aferição da pressão, que pode ser com aparelhos analógicos ou digitais.
Os fatores de risco da doença são: obesidade, diabetes, idade e algumas doenças renais. “De maneira geral, valores acima de 140x90mmHg são considerados acima da normalidade. Para alguns pacientes, acima de 135x85mmHg já são considerados acima da normalidade. Isso vai depender das comorbidades de cada pessoa”, explicou.
Ele alertou que o tratamento deve ser iniciado a partir do diagnóstico. “Não há necessidade de buscar um cardiologista para começar o tratamento, pois isso deve acontecer o quanto antes”, pontuou. Ele observou que o tratamento começa com medidas comportamentais, a exemplo de atividade física regular, perda de peso, dieta com pouco sal.
O cardiologista adiantou que a maioria dos casos necessita de remédio. “Em pacientes com valores mais altos de pressão podemos lançar mão de duas drogas, já no começo do tratamento”, falou. E observou que, mesmo com o remédio, a pressão pode subir. “A medicação controla, parcialmente, e pressão, temos que lembrar, é feita para oscilar, de acordo com a necessidade. Esforço físico, estresse, medo, ansiedade e dor são situações em que a pressão poderá subir, temporariamente, mesmo utilizando as medicações corretamente”, disse.
Daniel Moura ressaltou ainda que a hipertensão é uma doença crônica e que demandará um controle constante com ajustes das medicações. Eventualmente, pode haver necessidade de diminuir ou suspender o tratamento medicamentoso, porém não há um tempo exato para que isso ocorra. É importante manter o segmento regular para realizar essa avaliação.
Infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e necessidade de hemodiálise, são todas complicações da hipertensão não tratada e, “quanto pior o controle da doença, maior o risco dessas complicações”, enfatizou.
Dados da hipertensão na Paraíba
Hospitalização
Período: 2018 a fevereiro de 2023
Ano |
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2018 |
2019 |
2020 |
2021 |
2022 |
2023 |
977 |
873 |
554 |
688 |
606 |
74 |
Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)
Óbitos por Hipertensão na Paraíba
Período: 2018 a março de 2023
Ano |
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2018 |
2019 |
2020 |
2021 |
2022 |
2023 |
1187 |
1250 |
1502 |
1701 |
1718 |
293
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Fonte: SES-PB/GEVS/SIM.