A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) através do secretário do Meio Ambiente, Welisson Silveira, informou, durante a ‘Audiência Pública’ para discutir a proposta de ‘engorda da Orla’ de João Pessoa, Capital da Paraíba, nas dependências da ALPB (Assembleia Legislativa da Paraíba), acerca da existência de um documento que comprovaria que o dito projeto teria sido autorizado e pago ainda durante a gestão do então prefeito Luciano Cartaxo, que hoje é deputado estadual pelo PT e um dos maiores críticos da obra que ele atribui ao seu principal adversário político e atual prefeito da Capital paraibana, Cícero Lucena (PP).
De acordo com o secretário o documento confirmaria que Cartaxo teria contratado os serviços da empresa ‘Acquatool’ ainda no ano de 2014, durante a sua gestão enquanto prefeito com o objetivo de proteger a falésia do Cabo e proporcionar também a ‘engorda’ da Orla pessoense.
De acordo com Silveira, a empresa teria sido vencedora de uma licitação e, portanto, teria sido assinado um contrato no valor de R$ 470.000,00 (quatrocentos e setenta mil reais) com a PMJP para a execução da obra.
A empresa teria apresentado um projeto que consistia em três intervenções, sendo elas:
1. Construção de quebra-mares;
2. Engorda da faixa de areia;
3. Enrocamento do sopé da falésia.
Ainda segundo as informações, o projeto traria a justificativa de que as intervenções teriam que ser realizadas na sequência apresentada, uma vez que as duas primeiras tinham o objetivo de diminuir a força das ondas. Porém, isso não teria sido feito e por reconhecer a importância de seguir o cronograma (quebra-mares, engorda e enrocamento), o próprio TCE-PB (Tribunal de Contas do Estado da Paraíba) teria decidido emitir um alerta para que a PMJP cumprisse o cronograma das obras conforme o projeto executivo.
Porém, o então prefeito Cartaxo teria subvertido a ordem licitando apenas o enrocamento (colocação de pedras no sopé da barreira), obra que teria sido licitada e executada pela empresa COMTERMICA que teria recebido quase R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) pelos serviços.
Discórdia
O ponto de discórdia política veio à tona quando o atual prefeito Cícero Lucena teria ventilado a intenção de realizar a obra e Cartaxo decidiu rebater dizendo que a administração municipal iria gastar R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões) apenas com a ‘engorda’ da Orla pessoense, apontando ao mesmo tempo a ideia como sendo um projeto desnecessário para o momento, sem revelar acerca da existência de um projeto com avanço considerável que teria sido iniciado ainda na sua gestão à frente da Prefeitura da Capital paraibana.
Na ocasião, o deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB) criticou duramente a fala de Cartaxo e, na sequencia, Cícero, aborrecido, chegou a dizer que acionaria o ex-prefeito na Justiça para que ele explicasse “falsas insinuações” que estaria fazendo em público.
Leia também: ‘Engorda da Orla’: “ele vai soltando coisas da cabeça dele”, diz Hervázio sobre críticas de Cartaxo
Vídeo
O ex-prefeito e atual deputado estadual Luciano Cartaxo, momentos antes do secretário Wellisson informar sobre os documentos que comprovariam que o projeto de ‘engorda’ da Orla pessoense já havia sido contratado na própria gestão do parlamentar, chegou a dizer que “o objetivo principal do prefeito Cícero com esse projeto da engorda de toda orla é exatamente viabilizar a construção de espigões, arranha-céus, em toda beira-mar“. (Confira o vídeo ao final da matéria)
Clique aqui e confira o documento emitido pelo TCE-PB.
Clique aqui e confira a íntegra do projeto de ‘engorda’ da Orla pessoense.
Confira o vídeo: