O terceiro molar, comumente chamado de dente do siso, é o último dente a erupcionar — em média entre 15 a 21 anos do paciente. Por ser um órgão residual, ele pode simplesmente não aparecer, mas também pode causar transtornos e incômodo, caso não haja prevenção e acompanhamento. “O dentista deve identificar em Raio-X panorâmico, geralmente, para visualizar o siso dentro da mandíbula e orientar se tem espaço para o dente erupcionar, ou se está numa direção correta, se há lesão ou algum fator que indique a remoção cirurgicamente, ou só acompanhamento”, destaca Taís Cristina da Rosa, especialista e proprietária da Odontogalerie.
Taís explica que o siso foi muito importante quando o ser humano tinha uma alimentação mais carnívora, advinda das caças, mas que hoje muitas pessoas já não têm mais os sisos. “Na nossa sociedade com a introdução de alimentos prontos, macios e até mesmo vegetais, deixamos de ter a necessidade do terceiro molar. Quando a pessoa não tem o germe do terceiro molar, não tem problema nenhum, mas se ele não aparece na boca, o dentista solicita panorâmica para orientar o paciente”, explica.
A “demora” para erupcionar acontece porque, segundo Taís, é preciso ter espaço na boca para ele. “Com o crescimento dos maxilares, há espaço para o terceiro molar”, conta. Já uma erupção errada pode ocasionar problemas e dores. “Na direção errada, contra o segundo molar, por exemplo, pode causar a reabsorção do segundo molar, ou cárie, muitas vezes sem sintomas, podendo até mesmo ocasionar a perda do segundo molar que é um dente importante para a mastigação e equilíbrio oclusal”, ressalta.
Outro problema comum, quando não há prevenção é a pericoronarite, que é uma infecção nos tecidos ao redor do dente, causando dores fortes na mandíbula. “Dependendo da gravidade pode até impedir a abertura da boca, causar cistos, tumores, e infecções sistêmicas bem graves”, detalha Taís. Para evitar esses problemas, Taís indica controle periódico com o dentista, escovação criteriosa e exames de Raio-X quando houver necessidade.
Sinais de erupção — De acordo com a especialista, a gengiva pode ficar “inchada”, vermelha ou até mesmo doer. Às vezes causa mau hálito. “Indicamos a extração quando o dente do siso está mal posicionado, pressionando o segundo molar, numa posição que dificulta ou impossibilita a higienização dele, ou quando não tem espaço nos maxilares pra ele. Também quando se observa lesão no dente, o dentista vai poder indicar se há a necessidade de removê-lo e qual a melhor época para extraí-lo”, aponta.
A extração geralmente é realizada em consultório, com anestesia local. A técnica e o tempo de cirurgia depende muito da posição do siso, da abertura bucal do paciente e do cirurgião que irá realizar o procedimento. “É importante fazer com um cirurgião capacitado e treinado, e num ambiente com toda a biossegurança que uma cirurgia exige. O pós operatório é normalmente de uma semana, período que se tira os pontos (entre 7 e 14 dias)”, completa.
Mitos e verdades sobre o siso
1 — O siso pode afetar o alinhamento do sorriso?
Mito. Ele não tem força para empurrar os dentes, pode até pressionar o segundo molar, mas este não se movimenta por causa disso. “O apinhamento dos dentes anteriores inferiores principalmente coincide com a época que o siso erupciona, e as pessoas têm a impressão que isso causou, mas é só uma coincidência de época”, destaca Taís.
2 — Eles podem abrigar conjuntos de células-tronco?
Verdade. As células da polpa dos sisos, podem abrigar células-tronco.
3 — Todos precisam ser retirados?
Mito. Se está em função, bem posicionado, com dente antagonista tocando e o paciente consegue higienizá-lo, não tem nenhuma necessidade de remoção. “Sempre temos que avaliar o custo-benefício biológico quando optamos pela extração ou não de um dente do siso”, complementa.
4 — Estão sujeitos à cárie mesmo antes de erupcionar por completo?
Verdade. Muitas vezes o paciente nem percebe que o último molar está “rasgando” a gengiva, como está atrás do segundo molar é mais baixo que este, a escova não chega até ele, mas o alimento e as bactérias chegam, fazendo com que elas tenham o ambiente perfeito para sobreviverem e se multiplicarem. “Outro fator agravante é a gengiva que fica em cima do dente, e mesmo o paciente caprichando na escovação, ela acaba retendo os alimentos embaixo dela, e as bactérias aproveitam”, conta Taís.
5 — É preciso esperar a eclosão completa para a extração?
Mito. Em algumas situações, isto nunca vai acontecer. “O que esperamos é que a raiz esteja com pelo menos 2/3 dela formada, antes disso o dente aparece no raio x como uma ‘bolinha’, o recomendado é esperar as raízes estarem quase formadas”, diz.
6 — A extração tardia envolve mais complicações?
Verdade em partes. Segundo Taís, isso depende do estrago que o dente causou, para evitar as complicações que citamos anteriormente, opta-se pela extração preventiva (antes do siso prejudicar o segundo molar), ou causar alguma lesão nos maxilares.
7 — Os sisos são mais sensíveis e suscetíveis à cárie que os demais dentes?
Verdade em parte. Diante dos fatores elencados como dificuldade de higienização, e correta remoção da placa, podem ser mais suscetíveis à cárie, mas quanto à dieta cariogênica, ele tem o mesmo risco que os outros.
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