O Hotel Globo, mantido pela Prefeitura de João Pessoa, através da Fundação Cultural (Funjope), recebeu neste mês a visita de mais de três mil pessoas da Paraíba e de diversas regiões do país. Um dos objetivos do público foi acompanhar a exposição ‘Multiplicidade Poética’, que vai até esta segunda-feira (30), feita pelos artistas visuais Davi Queiroz, Denise Costa e Wilson Figueiredo.
Para o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, o Hotel Globo se consolidou como uma forte referência cultural na cidade de João Pessoa e a alta visitação ao espaço neste período de janeiro também está associada aos projetos que estão sendo desenvolvidos pela Prefeitura e a qualidade das obras que estão expostas. “As pessoas conciliam a natureza, o espetáculo do pôr do sol, com atividades culturais. A programação cultural que a gente está conseguindo construir ajuda a fazer João Pessoa uma referência de arte e cultura”, explicou.
Além dos pessoenses que frequentam diariamente o Hotel Globo, o monumento também recebe visitantes pela primeira vez. É o caso das irmãs potiguaras, Lorena e Luana Antunes, que escolheram o Hotel Globo como destino turístico na tarde deste domingo (29) e se surpreenderam com as peças expostas. “Os monumentos históricos contam muito da história desse lugar, desse povo. Chegando aqui conhecemos um pouco da cidade, do início de tudo, dessa construção, dessas mudanças também que a própria tecnologia ajuda”, disse a universitária Lorena Antunes. “Uma recordação muito simbólica e representativa dessa cidade maravilhosa”, complementou a psicóloga Luana Antunes.
De passagem pela Capital, a carioca Gilmara Moreira aproveitou para conhecer o Centro Histórico de João Pessoa e o Hotel Globo entrou no roteiro. As peças foram destaque durante a visita ao equipamento. “A gente gostou e achou bem criativa essas peças. Essa com arame, de Wilson, achamos fantástica. Observamos que o Davi também produziu bastante durante a pandemia, tem muitas obras também desse período. Tudo muito lindo”, comentou.
O trabalho da premiada artista Denise Costa se aproxima da Arte Naif. A obra dela remete ao primitivismo do ser, às identidades, com um colorido muito bonito e movimento. A ideia é trazer a multiplicidade, da repetição, valorizando a temática feminina.
“A poesia nas artes plásticas a gente tem que resgatar. Ver o lado da vida por um olhar mais sensitivo e perceber ainda o que resta de beleza. E a beleza flui de uma maneira poética. Quando falta essa poesia em nosso dia a dia, a vida perde até o sentido. O Hotel Globo é muito bonito, é um local poético. Não só o pôr do sol, mas a própria estrutura, arquitetura, nos traz uma história, um passado glorioso. A arte está nisso tudo, englobada na sensibilidade em se buscar na humanidade um olhar diferente”, observou Denise.
Já Wilson Figueiredo tem dado uma contribuição efetiva à cultura de João Pessoa, inclusive remontando às brincadeiras da infância no Sertão. Suas obras têm como base o arame com incontáveis formas que projetam na tela um jogo de sombra e luz e que dá uma dimensão diferenciada para suas criações.
“É uma satisfação falar sobre essa exposição. Ao ser convidado já considerei como um presente. Sei da competência do que é produzido através da Funjope. Foram dias, semanas cativantes em termos de apoio e de um ótimo acolhimento por parte de todos. A cada dia tenho a convicção de que realmente renasci com a arte”, observou Wilson Figueiredo.
A exposição também foi uma oportunidade para os artistas venderem o seu trabalho. Davi Queiroz, por exemplo, vive, exclusivamente, da arte e reforça que “o artista produz e quer vender a sua arte”, e complementa que “tudo é muito dinâmico, depois da revolução industrial, o homem é outro. A maneia de lidar com o tempo é outro”, ele que se denomina como o ‘operário da arte’, apresenta esculturas, desenhos e pinturas com múltiplas cores, complementou dizendo ter sido uma boa experiência e que pode colocar os valores bem acessíveis, contribuindo com uma proposta democrática de preço.
De acordo com o coordenador do Hotel Globo, Willian Macedo, são mais de três mil assinaturas no livro de presença, mas já foi constatado mais de 10 mil acessos ao monumento histórico. “A exposição foi um sucesso total. É, até o momento, a que teve mais visitantes. Tanto pela qualidade das obras de artes que estão expostas, também pelos artistas que já vem de uma boa trajetória”, finalizou.