Nos acompanhe

Paraíba

Oficina de empoderamento feminino transforma vida de mulheres em sofrimento mental

Publicado

em

Estimular a capacidade criativa e produtiva de mulheres em sofrimento mental. Esse é o objetivo da oficina de empoderamento feminino, desenvolvida por profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Gutemberg Botelho, mantido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de João Pessoa. O grupo iniciado há pouco mais de um ano já reúne 25 mulheres usuárias do serviço e deu origem ao projeto ‘Bem Me Quero’, de economia solidária.

Na oficina, as participantes fazem pinturas em tecidos que são utilizados para a produção de ecobags (bolsas ecológicas). O material produzido é posto à venda, contribuindo para a geração de renda e transformando a autoestima dessas mulheres.

De acordo com a diretora-geral do Caps Gutemberg Botelho, Ana Karina Almeida, a oficina surgiu a partir da vontade de trabalhar questões psíquicas paralelamente ao empoderamento feminino. “A ideia inicial era construir com essas mulheres em sofrimento mental algo que elas pudessem produzir e vender para gerar renda”, afirmou.

Além de Ana Karina, a oficina é coordenada pela psicóloga Gisela Oliveira e a assistente social Máglia Gondim, ambas servidoras do Caps. “No início, só tínhamos os tecidos, os pinceis, as tintas e a vontade de fazer algo. Quando começamos, as usuárias não conseguiam sair da ideia da arte pronta, de reproduzir um desenho já existente e que elas só pintariam. A partir daí, pensamos que poderíamos estimular o oposto disso, com a arte livre, de forma que elas possam se expressar sem limitações”, explicou a psicóloga.

Em meio à resistência para expressar o seu emocional, a arte surge para essas mulheres como um instrumento terapêutico, que possibilita a abertura para um mundo um pouco diferente do que elas viviam. “Elas estavam tão presas em reproduzir outros desenhos e pintar o que já estava pronto que achavam que não conseguiriam se expressar livremente”, destacou a assistente social.

Selma Valentim participa do grupo desde o início e contou que a terapia tem a ajudado muito a se reconhecer mais capaz. “Eu não gostava de pintar até que conheci a pintura abstrata e estou aprendendo aos poucos. Já vendi algumas bolsas com minhas pinturas e isso faz me sentir melhor, fazendo essas pinturas bonitas com as meninas”, disse.

Outra participante do grupo é Ana Afonso, que também começou a pintar após o ingresso na oficina. “Faço minhas pinturas nos momentos em que estou mais angustiada, chorando muito. Aqui a gente conversa, brinca e pra mim é prazeroso fazer as pinturas. Também faço em casa. É uma terapia pra mim, quando acordo chorando é a primeira coisa que faço depois de tomar café”, disse.

O grupo é formado por mulheres de várias faixas etárias, entre 20 e 60 anos, e busca enfatizar para elas a questão da autonomia. “Tentamos mostrar que elas conseguem fazer e então percebemos mudanças na autoestima. Quando elas viram os primeiros trabalhos prontos, ficaram encantadas. Algumas dessas mulheres foram institucionalizadas ou sofreram violência doméstica durante muito tempo. Uma das usuárias tem atraso cognitivo, dificuldade e não se comunicava, então trouxemos ela pra esse grupo e hoje ela já se comunica, se arruma e descobriu sua própria maneira de pintar”, ressaltou a psicóloga.

Bem Me Quero – Todas as ecobags do projeto ‘Bem Me Quero’ utilizam as pinturas feitas durante as oficinas de empoderamento feminino e economia solidária. As bolsas são produzidas com tecido de brim, algodão cru, tinta e aviamentos. Parte do material é doado pela rede municipal de saúde, como o tecido reaproveitado do excedente das costuras dos hospitais e a tinta doada pela SMS.

O restante do material como pincel, algodão e aviamentos são comprados com parte do dinheiro arrecadado, assim como o pagamento para a costureira das bolsas. Os valores das bolsas são acessíveis e são atribuídos de acordo com o gasto do material utilizado para a produção.

De acordo com a diretora-geral do Caps Gutemberg Botelho, todo o gerenciamento do dinheiro arrecadado com a venda das bolsas segue as diretrizes da economia solidária e geração de renda. “Após o pagamento dos custos dos produtos, o lucro é dividido igualmente entre as participantes do projeto”, explicou Ana Karina Almeida.

“Existe um grupo que administra o valor arrecadado com a venda das bolsas, auxiliado pelas orientadoras do grupo. Tudo é conversado e pactuado com elas. Além disso, estamos buscando melhorias para o grupo como um curso de costureira para que elas próprias façam as costuras das bolsas”, completou.

Parceria – Para se desenvolver dentro das diretrizes da geração de renda, o ‘Bem Me Quero’ conta com o apoio de outros projetos parceiros. Um deles é o ‘Janela Aberta’, projeto de extensão da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que envolve uma equipe multiprofissional e busca abordar o tema da loucura articulado com as iniciativas de arte, cultura e geração de renda. O projeto contribui com direcionamentos e orientações ao grupo de empoderamento feminino e, em contrapartida, o Caps recebe estudantes extensionistas para a prática dentro do serviço de saúde mental.

O grupo também recebe o apoio do EcoParaíba – Centro Público Estadual de Economia Solidária, espaço localizado no bairro de Tambaú para abrigar empreendimentos econômicos solidários selecionados por meio de edital de chamada pública, contemplando os segmentos do artesanato, agricultura familiar, finanças solidárias e catadores de resíduos sólidos. Neste espaço, as ecobags são expostas ao público para a venda. As bolsas também são vendidas em eventos voltados para saúde mental.

Caps Gutemberg Botelho – No Caps Gutemberg Botelho são atendidos pacientes adultos com transtornos mentais graves e persistentes. Para ter acesso ao atendimento, a família ou o próprio paciente pode procurar diretamente o serviço ou ser encaminhado por alguma unidade de saúde da família (USF).

No centro, os pacientes recebem acompanhamento médico e psicológico, além de participar de oficinas, grupos terapêuticos, atividades esportivas e culturais que propiciam a integração em um ambiente social e cultural junto às famílias. O Caps Gutemberg Botelho está localizado na Avenida Minas Gerais, nº 409, no Bairro dos Estados.

Confira imagens:

Continue Lendo

Paraíba

Expectativa: deputados devem reconduzir Adriano Galdino à Presidência da ALPB em Sessão nesta 3ª

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) acontecerá nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a Mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

O parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da Presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

Além de Galdino são componentes da atual Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão, Cida Ramos e Taciano Diniz, Fabio Ramalho, Tovar Correia Lima, Eduardo Carneiro, Anderson Monteiro, Jane Panta, Sargento Neto, Galego de Sousa, Eduardo Brito e Júnior Araújo.

Continue Lendo

Paraíba

Na 4ª: Jampa Innovation Day acontece em JP com presença de especialistas nacionais e internacionais

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recebe, pela primeira vez, o ‘Jampa Innovation Day’, por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e Sistemas (PPGEPS) e com parceria da ONZE19 Innovation Lab, RIS Potencializadora de Negócios e Projetos, We.Ease, e com o patrocínio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ). O evento ocorrerá no dia 27 de novembro, das 8h às 18h, no IlhaTech, situado na rua Sandoval de Oliveira, 22, Torre, João Pessoa/PB.

Os interessados em participar do evento devem ficar atentos: toda a comunidade acadêmica tem acesso gratuito até o dia 26 de novembro, mas estão com as últimas vagas para resgate de ingressos. Para garantir o ingresso, basta acessar o site oficial do evento e utilizar o e-mail institucional no momento da inscrição. Já para a comunidade externa, os ingressos possuem valores variados, que podem ser consultados no mesmo link.

O encontro tem como objetivo capacitar a comunidade universitária, empreendedores e líderes corporativos, abordando temas essenciais como inovação aberta, transferência de tecnologia, desenvolvimento e internacionalização de startups, e inovação socioambiental, trazendo ao palco especialistas nacionais e internacionais para um dia de networking e aprendizado de alto nível.

O Jampa Innovation Day destaca-se não apenas como um espaço para a troca de experiências enriquecedoras entre startups, empresas e instituições acadêmicas, mas também pelo seu compromisso com o impacto social. Todo o lucro arrecadado com a venda de ingressos será destinado à ONG Milagres do Sertão, contribuindo para a transformação das condições de vida de comunidades na Paraíba.

Para mais informações sobre a programação, cronograma do evento e organizadores, acesse a página do Jampa Innovation Day, bem como o perfil do evento no Instagram.

Continue Lendo

Paraíba

Paraíba registra, neste ano, 1.544 nascimentos prematuros a menos que em 2022; veja

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Neste ano, a Paraíba registrou 5.427 nascimentos prematuros, um número inferior aos 6.971 registrados em 2022. A campanha Novembro Roxo, que visa a conscientização sobre a prematuridade, tem como tema em 2024 ‘Cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares’. No Brasil, 1 a cada 10 nascimentos ocorre antes das 37 semanas, colocando o país entre os dez com maior índice de partos prematuros no mundo. Em 2022, foram registrados 303.447 nascimentos prematuros, e os dados preliminares de 2023 indicam uma leve redução, com 303.144 casos. Até o momento, em 2024, foram notificados 245.247 partos prematuros.

Visando promover uma rede de apoio às famílias, o Ministério da Saúde lançou, em setembro último, a Rede Alyne, que atua para qualificar o cuidado materno-infantil e garantir atendimento integral às mulheres e recém-nascidos em todo o Brasil.

A prevenção do parto prematuro é essencial para a redução da mortalidade infantil e depende, principalmente, de um pré-natal de qualidade ofertado pela Atenção Primária à Saúde (APS), com acompanhamento contínuo pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e encaminhamento à atenção especializada se detectada uma gestação de risco. Quando o nascimento prematuro ocorre, é fundamental que esses bebês recebam cuidados e acompanhamento rigorosos para reduzir a morbimortalidade neonatal.

De acordo com a coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sonia Venancio, políticas públicas e protocolos bem estruturados são essenciais para proporcionar um cuidado de qualidade: “Com assistência neonatal qualificada, é possível melhorar as condições de saúde desses bebês, promovendo um início de vida mais seguro e saudável, o que impacta positivamente também as famílias e a sociedade como um todo”.

Embora muitos bebês prematuros se desenvolvam bem, o parto antes das 37 semanas pode expor o recém-nascido a diversas intercorrências devido à imaturidade de seus órgãos e sistemas. As principais complicações incluem dificuldades respiratórias, problemas cardíacos, gastrointestinais, de imunidade, oculares, auditivas e imaturidade no sistema nervoso central.

As principais causas para um bebê nascer de forma prematura envolvem condições maternas, gravidez na adolescência, histórico de parto prematuro, gravidez múltipla, estilo de vida que favoreça o parto prematuro, como o uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, cuidados pré-natais inadequados e infecções. A realização de exames do pré-natal, como de imagem e de sangue, permite a identificação precoce de condições de saúde materna e fetal que podem ser tratadas para evitar complicações. Em situações de alto risco, como hipertensão e diabetes gestacional, o monitoramento especializado é essencial para reduzir o impacto dessas condições sobre a gestação.

Ações

A Rede Alyne oferece suporte a estados, municípios e ao Distrito Federal, com recursos direcionados para fortalecer o pré-natal, o atendimento durante a internação e o acompanhamento no pós-alta – essenciais para a prevenção de complicações associadas à prematuridade. O programa também promove o fortalecimento dos serviços de alto risco para gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade, que são os Ambulatórios de Alto Risco (Agar), bem como oferece incentivo financeiro para os ambulatórios dos bebês egressos de UTI Neonatal (A-SEG).

Outra iniciativa do Ministério da Saúde é o envio de assessores técnicos aos territórios para apoiar e monitorar as práticas de saúde, além de garantir a execução das políticas, como no caso da estratégia do Método Canguru – cuidado humanizado ao recém-nascido que fortalece o vínculo entre mãe e bebê e reduz complicações comuns em bebês prematuros e ou de baixo peso.

Continue Lendo