A montagem da estrutura do 35° Salão do Artesanato Paraibano já está nos momentos finais. O evento, que nesta edição vai homenagear a cultura indígena, ocorre de 13 de janeiro a 5 de fevereiro na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa – período em que Capital registra um grande fluxo de turistas por conta das férias.
Ao todo, serão 3,6 mil metros quadrados de área, dos quais mais de 1,6 mil metros quadrados serão destinados ao estandes, que vão expor as mais diferentes tipologias: renda renascença, brinquedos populares, metal, madeira, macramê, crochê, entre outras. Produção artesanal de 400 artesãos selecionados por meio de edital de chamamento público de todas as regiões do estado.
A primeira-dama da Paraíba e presidente de Honra do Programa de Artesanato Paraibano (PAP), vinculado à Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde), destacou a importância do momento para o artesanato. “O Salão ocorre num momento muito especial, somando dois públicos: os paraibanos que apreciam as suas raízes e o grande fluxo de turistas das mais diversas partes do País e do mundo. Além de cultura, é ocupação e geração de renda”.
“Mais uma vez, o governador João Azevêdo cumpre a promessa feita ainda na primeira gestão, a de trazer o Salão de volta à orla. Essa era uma reivindicação dos nossos artesãos e artesãs, que foi atendida e que continuará sendo nesta gestão”, continuou a primeira-dama Ana Maria Lins.
Pela primeira vez, o Salão vai homenagear a cultura indígena, representada principalmente pelas etnias Potiguara e Tabajara. Como as demais tipologias são oriundas de outros países, a produção artesanal indígena é considerada uma das mais genuínas. Por isso a homenagem do Governo do Estado a essa cultura foi recebida com um sentimento de justiça feita e de satisfação pelos indígenas.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, falou da expectativa para a realização do 35° Salão do Artesanato Paraibano. “Com as medidas necessárias adotadas para conter o coronavírus e, principalmente, com a vacina, estamos deixando tempos difíceis para trás. Por isso, não tenho dúvida alguma de que este será um dos melhores Salões que já tivemos. Estamos empenhados para que a população se sinta acolhida, representada, quando for apreciar o nosso artesanato”, comentou.
O indígena da etnia Potiguara, Iremar dos Santos, de 44 anos, participa do Salão do Artesanato desde as primeiras edições, mas só agora viu a cultura dele homenageada. “Nós recebemos essa homenagem com muita satisfação, com muita alegria. Agora a gente está sendo visto com outros olhares. Era isso que a gente queria: que o Governo do Estado tivesse um olhar diferenciado para nós, artesãos indígenas”, comemorou.
O sentimento de emoção é compartilhado também pelo indígena Marcelo Marciano Francisco, de 26 anos. “A gente está muito feliz com essa homenagem. A nossa cultura vai receber divulgação, as pessoas vão entender mais sobre nós, vamos ser mais respeitados”, observou.
Mergulho na cultura indígena – Com uma área de mais de 3,6 mil metros quadrados, a 35ª edição do Salão do Artesanato Paraibano vai propor uma verdadeira imersão na cultura indígena, com uma cenografia projetada sob medida.
Rosemildo Jacinto, arquiteto responsável pela ambientação, adiantou alguns detalhes do projeto. “A fachada a gente está trabalhando com a marcação do grafismo, usado hoje em dia nas aldeias na pintura de corpo. Tivemos essa referência para imprimir nas lonas da fachada principal”, explicou.
“Além disso, estamos trazendo alguns elementos cenográficos, como duas canoas que são utilizadas pelos indígenas na atividade da pesca, e também a montagem pelos próprios indígenas de duas ocas e elementos do cotidiano deles”, prosseguiu o arquiteto.
A ambientação do espaço vai contar ainda com um corredor sensorial, onde o visitante será recebido com músicas da cultura indígena usadas na dança do toré, além de alguns incensos de ervas conhecidas pelos indígenas há centenas de anos, entre outros detalhes.
O também arquiteto Gustavo Vaz destacou que todo o projeto foi pensado para surpreender quem for prestigiar o Salão. “Temos o desafio de fazer algo não repetitivo, claro, mas tendo em mente de que tem de ser um circuito onde os visitantes passem por todas tipologias, dando oportunidade igual de divulgação e comercialização a todos os artesãos”, ressaltou.
Brasilidade ‐ O artesanato indígena é a mais pura expressão da produção artesanal brasileira. Ele está presente em praticamente todas as etnias, já que os indígenas utilizam a habilidade para confeccionar utensílios e adornos.
A maioria dos produtos é elaborada com materiais retirados da própria natureza e que estejam em abundância na região. Cestaria, cerâmica, entalhe em madeira, montagem de bijuterias com sementes e penas são os mais produzidos a partir da técnica de trançados em fibra.
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