O Governo do Estado foi contemplado com duas novas máquinas de teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB). Os equipamentos, enviados pelo Ministério da Saúde, fazem parte da fase de expansão do diagnóstico da tuberculose na Paraíba, resultado da estruturação da rede estadual, uma parceria da Secretaria de Estado da Saúde (Ses) com o Laboratório Central da Paraíba (Lacen-PB).
O teste rápido molecular para tuberculose é automatizado, simples, rápido e de fácil execução nos laboratórios. Ele detecta simultaneamente, em apenas duas horas, o Mycobacterium tuberculosis (bactéria causadora da tuberculose) e a resistência ao medicamento rifampicina (RIF), a principal droga utilizada no tratamento da tuberculose, o que permite maior agilidade no diagnóstico e no início do tratamento.
Até o momento, o Estado dispunha de três máquinas: no Hospital Complexo Hospitalar Clementino Fraga; no laboratório da Unidade Básica de Saúde (UBS), em Mandacaru, ambos na capital, e no laboratório do Centro de Referência em Tuberculose e Hanseníase, de Campina Grande. As duas novas máquinas seguem para a Policlínica de Sousa (em funcionamento desde o dia 6 de setembro) e para o Laboratório Municipal de Patos (já enviado pelo Ministério da Saúde e com previsão de chegada até o final de outubro).
“Com a chegada dos novos equipamentos, todas as quatro macrorregionais de saúde do Estado farão o teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB). Sendo assim, as amostras para diagnóstico de resistência não precisarão ser enviadas para a capital, diminuindo a perda de tempo no tratamento do usuário”, explicou a chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da Ses, Lívia Borralho.
A máquina traz a oportunidade de um diagnóstico rápido e de qualidade, que leva ao tratamento também mais rápido e eficaz. “Com o teste rápido, o profissional sabe exatamente o tipo de tratamento que o paciente não vai responder”, disse Lívia Borralho, que completou orientando que o equipamento tem três indicações de uso: investigação de tuberculose em possíveis casos novos, em populações vulneráveis (profissionais de saúde, pessoas vivendo com HIV/Aids, pessoas privadas de liberdade, pessoas em situação de rua, indígenas, contatos de TB drogarresistente – TBDR) e casos de retratamento, ou seja, os indivíduos que abandonaram o tratamento e querem recomeçar.
“Mesmo com a utilização do equipamento novo, vão continuar acontecendo outros exames, como as baciloscopias, a cultura de escarro e teste de sensibilidade, o que garante uma maior segurança nos resultados, no diagnóstico precoce e na assistência ao paciente durante todo o tratamento”, disse.
Na prática – Primeiro é feita a preparação da amostra de escarro. “A coleta deve ser feita com qualidade, – de 5 a 10 ml – sem saliva, sangue, resíduos de alimentos ou qualquer coisa que dificulte a análise. Se a amostra for inconsistente, a realização dos exames e seu desempenho podem ficar prejudicados e, consequentemente, vão precisar ser refeitos. Cada cartucho custa 18 dólares, não podemos desperdiçar”, orientou Lívia Borralho.
Em seguida, é feita a introdução da amostra preparada no cartucho e depois a inserção do cartucho no equipamento.
Dados – Em 2017, foram notificados 871 casos de tuberculose. Entre eles, 82,1% (714 pessoas) são casos novos e 17,9% (157 pessoas) casos de retratamento, ou seja, indivíduos que abandonaram o tratamento antes e decidiram voltar.
Dos 871 casos notificados este ano, 620 são de tuberculose pulmonar (confirmados em laboratório), onde o paciente tem potencial capacidade de transmitir a doença – com 15 dias de tratamento adequado, não há mais chance de transmissão. Destes 620 casos, 9,5% fazem parte da população privada de liberdade, 6,1% são de coinfecção TB-HIV e 1,2% estão na população em situação de rua.
Tuberculose – A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. A pessoa com tuberculose expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o.
Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica também favorece o estabelecimento da tuberculose.
Entre os sintomas, estão: tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; emagrecimento acentuado.