A nova alíquota do ICMS para o gás de cozinha vai elevar o preço do botijão de gás de cozinha na Paraíba e em todos os outros Estados brasileiros a partir do próximo mês de abril de 2023. O valor do botijão de 13 quilos será elevado em até R$ 7,51. O produto tem, comprovadamente, grande peso no orçamento das famílias de menor renda.
A alíquota foi definida pelos Estados na última semana, mais precisamente, na sexta-feira (23/12).
A comercialização do produto no Estado da Paraíba, de acordo com as informações divulgadas pela Folha, sofrerá um aumento de R$ 1,96 (um real e noventa e seis centavos). O Estado que sofrerá o maior aumento é o Rio de Janeiro, onde a alíquota subirá 85% após a adoção dos novos valores. Em outros 11 estados e no Distrito Federal, a alta será superior a R$ 5 por botijão, que hoje custa, em média, R$ 108,73.
A definição de uma alíquota única nacional foi determinada por lei aprovada pelo Congresso Nacional em março, revendo a política tributária sobre os combustíveis no país. Além de estabelecer um valor nacional, a lei determina que o ICMS passe a ser cobrado em reais por litro ou quilo, dependendo do produto.
Na sexta, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) definiu que a alíquota unificada para o gás de cozinha será de R$ 1,2571 por quilo, superior à maior alíquota cobrada atualmente, de R$ 1,2267, no Acre.
Assim, todos os estados terão aumento de preços. Na média nacional, a alta será de R$ 4,16 por botijão de 13 quilos, o equivalente a 4% do preço final do produto. O percentual final de aumento, porém, vai depender de outros componentes de preço quando a elevação do ICMS entrar em vigor.
Com a alíquota maior, a arrecadação dos estados e do Distrito Federal com a venda de botijões de 13 quilos subirá quase 40%, ou R$ 1,8 bilhão, segundo contas do Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP (gás liquefeito de petróleo).
Considerando o aumento de impostos também no produto vendido em outros vasilhames ou a granel, a arrecadação adicional será de R$ 2,6 bilhões,
O presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Melo, diz que as empresas são favoráveis à simplificação tributária, mas consideram “inaceitável e inacreditável, do ponto de vista da essencialidade do GLP, que as unidades federativas tenham optado por adotar um valor acima do maior valor nacional atual”.
A menor alta será no Acre, de R$ 0,40 por botijão. Rio, Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, São Paulo, Tocantins. Amapá, Rondônia, Roraima e Maranhão terão alta superior a R$ 5 por botijão.
Estado |
Aumento do ICMS, em R$ por botijão de 13kg |
RJ |
7,51 |
MS |
7,49 |
BA |
7,44 |
RS |
6,76 |
DF |
6,74 |
SE |
6,72 |
GO |
6,33 |
SP |
5,78 |
TO |
5,50 |
AP |
5,34 |
RO |
5,18 |
RR |
5,07 |
MA |
5,04 |
ES |
4,15 |
MT |
3,76 |
PR |
3,24 |
PE |
2,92 |
CE |
2,65 |
AL |
2,55 |
SC |
2,06 |
PB |
1,96 |
RN |
1,73 |
PA |
1,71 |
MG |
1,64 |
PI |
1,49 |
AM |
1,08 |
AC |
0,40 |
A escalada do preço do botijão após o período mais crítico da pandemia derrubou as vendas do produto nos últimos dois anos, mesmo com a distribuição de auxílio para compra do produto por famílias de baixa renda.
Entre janeiro e novembro de 2022, foram vendidas 4,6 milhões de toneladas de gás em botijões de 13 quilos, volume 3,1% inferior ao registrado em 2021, quando o mercado já havia experimentado queda de 3,9% nas vendas no mesmo período.
Na sexta, o Confaz definiu também a alíquota unificada do ICMS sobre o diesel, que será de R$ 0,9456 por litro. Também neste caso, a decisão terá impacto sobre o preço final do produto, já que a alíquota média hoje é de R$ 0,620 por litro.
Considerando o preço médio atual do diesel S-10, R$ 6,48 por litro, o setor espera aumento médio no Brasil de 5% no preço final.
As novas alíquotas foram definidas após acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), que encerrou uma série de questionamentos judiciais da lei que unificou o ICMS sobre os combustíveis. Apenas a gasolina ficou de fora do acordo, por não ser entendida pelos estados como um produto essencial.