O deputado federal paraibano reeleito, Wellington Roberto, que é presidente estadual do PL na Paraíba, foi incluído numa lista do UOL, na qual uma banca de heteroidentificação racial contesta a ‘cor/raça’ declarada pelo parlamentar junto à Justiça Eleitoral.
De acordo com as informações publicadas pelo UOL, a dita banca de heteroidentificação racial – método usado para evitar fraudes nas cotas raciais – realizou a análise a pedido do próprio UOL por ser o pleito de 2022 o primeiro em que os partidos foram obrigados, após decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a destinar de forma proporcional às campanhas de candidatos negros o dinheiro dos fundos partidário e eleitoral.
Durante a análise, a banca heteronormativa decidiu contestar a identidade racial de Wellington Roberto, que se autodeclara de cor parda. Porém, o parlamentar paraibano, diferentemente de outros candidatos, inclusive da Paraíba, nunca alterou a sua declaração de ‘cor/raça’ junto à Justiça Eleitoral, nem mesmo após a decisão do TSE em relação a possibilidade de acesso à benefícios financeiros para usufruto durante a própria campanha. (Ver imagens ao final da matéria)
Procurado três vezes pela equipe do UOL, por e-mail e telefone, o paraibano preferiu não responder aos questionamentos da reportagem.
A banca
O trabalho desta banca especifica de heteroidentificação racial foi realizado sob a liderança da doutora em sociologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) Marcilene Garcia de Souza.
Segundo o UOL, a análise seguiu uma portaria de 2018, do antigo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, que regula a checagem racial de cotistas negros em concursos públicos federais.
O procedimento averigua os fenótipos negroides das pessoas, ou seja, os detalhes físicos pelos quais elas são percebidas como negras. Por exemplo: pele escura, cabelos crespos ou encaracolados, lábios e nariz grossos.
O UOL compilou todos os eleitos autodeclarados pretos e pardos no registro do TSE e submeteu a lista a uma banca selecionada por Marcilene e composta por cinco especialistas em heteroidentificação. Todos têm ao menos 4 anos de atuação em universidades e concursos públicos e pediram para não ter a identidade exposta por medo de represália.
Confira imagens: