Os acontecimentos registrados ao longo do primeiro turno das Eleições 2022 são fatos dignos de atenção e que corroboram a certeza de que este é um pleito atípico ou que, no mínimo, trouxe situações pouco esperadas.
Em momento recente, a confirmação de apoio por parte do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) a Pedro, um legítimo representante dos ‘Cunha Lima’, seu principal grupo político adversário, com vistas ao segundo turno, pode ser considerada mais uma ‘cereja’ jogada em cima desse bolo ‘bolorento’ eleitoral.
Digo ‘mais uma cereja’ porque essa receita tem recebido várias delas na finalização da guloseima… e posso provar… sem aprovar!
Para tanto, começo relembrando da obsessão quase patológica do ex-governador Ricardo Coutinho (PT) em ser candidato ao Senado a todo e qualquer custo.
Falo em obsessão quase patológica porque, de modo inexplicável, Ricardo chegou ao cúmulo de dizer várias vezes em público que não estava inelegível, mesmo sabendo que a verdade era contrária ao que dizia, por causa de decisões do TRE-PB (Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba) e até do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o caso.
Sem uma explicação que, minimamente, se aproxime da compreensão humana, Ricardo se dispôs a fazer uma campanha que não podia, com um gasto milionário que também não podia (uma vez que por estar inelegível sequer foi autorizado a receber verbas do ‘Fundão’) e viu como resultado um constrangedor terceiro lugar ‘amarrado’ a dívidas de campanha que sabe Deus como irá pagar.
Seguindo o corredor do ‘esquisito’ nos deparamos com a estranha percepção temporal do governador João Azevêdo (PSB) que de tanto demorar a fechar a própria chapa majoritária quase perdeu o ‘timing‘ e a chance de fazer uma boa campanha com nomes, verdadeiramente, competitivos.
Na cola do passar do tempo, ainda testemunhamos a ‘esquisitice’ de, numa terra, cada ano mais ‘Lulista’, ver o próprio Lula não conseguir transferir votos para o candidato a governador que decidiu apoiar no primeiro turno, Veneziano Vital do Rêgo que, por sua vez, terminou o pleito não em segundo ou terceiro lugar, mas, sim, em quarto.
Também vimos a cúpula do diretório estadual petista ir – pasmem! – à Justiça, para impedir que a imagem de Lula não fosse usada pelo candidato João Azevêdo que também estava pedindo voto para o dito Lula ao mesmo tempo em que o próprio diretório bradava aos quatro cantos sobre a importância de eleger Lula e de ampliar ao máximo o palanque lulista na Paraíba.
E, não para por aí.
Vimos também um nível de violência e descontrole absurdos adotados por várias das ditas pessoas que pregam “respeito ao próximo” e usam a ‘fé’ como artifício político.
Vimos um Nilvan Ferreira (PL) amargar uma terceira colocação na corrida ao Governo da Paraíba horas depois de bradar em tom forte que iria “desmoralizar” pesquisas e que estaria no segundo turno das Eleições 2022.
Vimos Bruno Roberto (PL), um bolsonarista que, de dia se apresentava como legítimo e raiz bradando contra o atual Governo da Paraíba, mas que, à noite chegou a participar, pessoalmente, com sorrisos e acenos, do comício do dito gestor estadual lulista contra quem bradava e que já concorria à reeleição.
Vimos comício começar com festa e terminar como caso de Polícia após troca de tapas e acusação de injúria racial em Guarabira.
Vimos tanto o chamado ‘datapovo das motociatas’ como o DataFolha serem desmoralizados pela verdade das urnas.
Pois é… vimos muita ‘vaca desconhecer bezerro’ e tudo isso… foi apenas num primeiro turno eleitoral.
Diante disso a pergunta que faço é: o que será que veremos ainda mais nesse segundo turno???
Aguardemos para saber…