Um idoso de 71 anos sofreu um infarto e foi resgatado para colocação de um stent no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde – PB Saúde. A transferência aeromédica, entre o município de São Mamede, no Sertão do estado, até o Metropolitano, contou com o uso pioneiro de uma tecnologia inovadora que permite o monitoramento dos sinais vitais do paciente em tempo real durante todo o voo.
“O recebimento, em tempo real, de dados como saturação, pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória, temperatura, entre outros, agiliza a tomada de decisão sobre diagnóstico do paciente, promovendo maior qualidade, velocidade e precisão no atendimento”, disse Wallber Frazão, coordenador de enfermagem do Samu de João Pessoa e enfermeiro emergencista do Metropolitano.
O paciente é um veterinário aposentado que mora com a família em São Mamede. No início da manhã do dia 14 de setembro, ele sentiu dores intensas no peito e procurou um serviço de saúde do município. Ao identificar que ele estava sofrendo um infarto, a equipe acionou o serviço de regulação em saúde do Estado e foi designada a transferência dele para o Metropolitano.
Por causa da distância e da janela de atendimento para casos de infarto, a viagem por terra seria inviável. Imediatamente, foi acionada a equipe do Samu de João Pessoa, que com o apoio do Grupo Tático Aéreo (GTA) da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Sesds), imediatamente levantou voo do galpão no Aeroporto Presidente Castro Pinto, na Grande João Pessoa, até São Mamede.
“O paciente tinha um quadro de infarto agudo do miocárdio, com supra, porém estável, consciente e orientado, não estava precisando de oxigênio, foi transportado sem intercorrência”, disse a médica do Samu Ivane Neiva, que acompanhou o paciente durante o voo.
A tecnologia – Durante todo o percurso, as informações clínicas, sinais vitais e eletrocardiogramas do paciente foram enviadas para a equipe em solo que aguardava a chegada dele no Hospital Metropolitano. O monitoramento foi feito por meio de um sistema desenvolvido por uma parceria entre o Samu de João Pessoa e uma empresa de tecnologia em saúde.
“Na plataforma é possível monitorar os sinais vitais e também fazer um eletrocardiograma do paciente, em tempo real, que pode ser acompanhado por qualquer aparelho com conexão pela internet: celular, tablet, computador, de qualquer lugar do Brasil, através de login e senha. Isso possibilita a discussão do caso do paciente enquanto ele está sendo encaminhado para a unidade de saúde”, explicou Wallber Frazão.
A plataforma já estava sendo usada em fase de testes há seis meses. No início de setembro foi feito o primeiro atendimento em solo. O paciente foi atendido pelo Samu de João Pessoa e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oceania, na capital. Já o segundo atendimento, também em solo, transferiu o paciente para o Hospital Metropolitano. Sendo este último, o terceiro, com o apoio do resgate aeromédico.
De acordo com o diretor de Atenção à Saúde da PB Saúde, Gilberto Teodozio, o uso da nova tecnologia proporciona aos pacientes uma assistência com maior qualidade e segurança. “É muito benéfico para os pacientes e para a equipe envolvida poder contar com o uso dessa nova tecnologia. Antes mesmo do paciente chegar à instituição já era possível saber qual a assistência mais adequada a ser realizada de forma célere. No paciente em questão, a equipe realizou uma angioplastia para colocação do stent, e com a boa recuperação concedemos alta na última segunda-feira (19). É mais um cidadão voltando ao seu convívio familiar, graças ao trabalho de toda uma equipe comprometida em promover saúde com segurança”, frisou.
O Voo – Segundo o tenente-coronel Rodrigo Pimenta, um dos pilotos do GTA e que participou do voo, a viagem durou cerca de uma hora. O helicóptero Acauã 2 pousou no estádio Oliveirão e a equipe do Samu fez o resgate. A viagem de volta até o Hospital Metropolitano durou cerca de uma hora e dez minutos. O voo foi tranquilo e estável, sem intercorrências.
“Conseguimos decolar de João Pessoa direto para São Mamede, sem nenhum desvio na rota, e também da mesma forma de lá até o Metropolitano. O emprego da aeronave faz um grande diferencial. A gente sabe que tem essa janela da vida, então este encurtamento do tempo de viagem faz com que haja uma condição melhor esperada para o paciente”, disse o tenente-coronel.
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