A declaração do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) de que pretende retomar o diálogo com o senador José Maranhão para discutir as eleições deste ano foi bem recebida pelo presidente do MDB na Paraíba. Durante visita do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, às obras de triplicação da BR-230, nesta segunda-feira (05), o senador comentou a possibilidade de discutir o assunto com o PSDB, mas frisou que não enxerga problemas em ter mais de uma candidatura no grupo, informa reportagem da jornalista Tahis Cirino, do Blog do Gordinho.
“Eu tomei conhecimento dessa declaração de Cássio Cunha Lima, que, aliás, não me surpreende porque nós temos conversado. Acho que todos os políticos da Paraíba precisam conversar”, disse o emedebista. Maranhão acrescentou que vem defendendo a adoção de atitudes que correspondam à unidade programática. “Evidente que cada candidato, cada líder, tem seu partido, mas, acima dessa legenda, estão os interesses da Paraíba”, explicou.
Na ocasião, Maranhão lembrou a obra de duplicação da BR-230 ainda durante seu governo e destacou que luta por algo ‘acima e além da política’. “O que estou vendo hoje me deixa muito feliz. Projetos como este unem toda a bancada, têm consenso da bancada”, disse, acrescentando que a rodovia serve a toda a população paraibana. Sobre as forças políticas do Estado, contudo, o consenso ainda parece distante. O próprio parlamentar reconhece que ainda será necessário muita conversa para se chegar a um resultado final. “Está muito cedo para falar se vai ter ou não consenso, mas estamos numa situação privilegiada porque a oposição tem três potenciais candidatos. A oposição está de parabéns porque tem vários nomes que se fazem respeitar por sua história, passado, coerência e trabalho”, enalteceu.
Questionado se essa indefinição poderia fortalecer o projeto político socialista no Estado, o emedebista preferiu não opinar. “Eu não sei. Acho que o eleitorado da Paraíba é bastante esclarecido e maduro para ter coerência de escolher. É melhor que o povo da Paraíba tenha mais de uma opção em todos os campos. Não sei se acontecerá no campo do Governo, mas pode acontecer também. O certo é que o povo é que fará a escolha”.
O senador ainda teceu uma crítica ao grupo das oposições e avaliou que as decisões estão sendo tomadas por partidos. “Eu coloco em xeque essa questão da oposição, porque, até agora, dos partidos que estão fazendo oposição ao governo, não houve consenso ou uma reunião para constituir um grupo de oposição. Somos isoladamente partidos que estão na oposição, mas não há um reunião que defina os rumos a serem seguidos por esse grupo político. A escolha deve ocorrer e pode convergir para uma única candidatura, como também não. Eu acho que a oposição pode ter mais de um candidato e não há mal nenhum nisso”, opinou.