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Entidades sugerem a presidenciáveis revogação da política de armas de Bolsonaro

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Uma lista de dez propostas para a área de segurança pública elaborada pelos institutos Igarapé e Sou da Paz, e que será encaminhada aos presidenciáveis, traz como ponto central a sugestão não de uma nova ação, mas da revogação de todas as normas patrocinadas por Jair Bolsonaro (PL) em relação a armas e munições.

Apesar de ter sido eleito em meio a promessas de revolucionar o combate à criminalidade, o atual governo não promoveu nenhum projeto de destaque na área, a não ser a série de alterações para facilitar o armamento da população —as licenças para armas de fogo dispararam 473% em quatro anos.

Segundo esta matéria publicada pela Folha, o documento dos institutos será acompanhado de resultado de pesquisa encomendada ao Datafolha e que aponta que a ampla maioria da população, 83%, defende que andar armado nas ruas deveria ser permitido apenas aos policiais, militares e outros profissionais de segurança pública.

“As eleições de 2022 combinam dois desafios centrais para o país: além da urgência de propostas que respondam aos reais desafios da população brasileira e garantam os caminhos para um país mais seguro, inclusivo e que reverta a desigualdade de acesso a direitos que afeta principalmente grupos racializados e minorizados, é fundamental reverter os retrocessos que marcaram a agenda de segurança pública nos últimos anos”, diz o documento do Igarapé e do Sou da Paz.

Os institutos defendem a revogação de decretos, portarias e outras normas que facilitaram o acesso a armas e munições e que liberaram a compra de armas como fuzis, a recomposição de uma política de controle e de normas mais duras, além do fim do que chamam de “porte camuflado” concedido a CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

“O que a gente observou nos últimos quatro anos foi um desmonte de uma estrutura que ainda vinha sendo construída. Houve uma desregulamentação geral, disfarçada de desburocratização, mas o que teve foi destruição. Por muitos anos a gente vai lidar com as consequências desse período”, diz Melina Risso, diretora de Pesquisa do Instituto Igarapé

“Foram mais de 40 normas publicadas, é preciso dar um passo atrás, desfazer esse imbróglio, reorganizar toda essa bagunça e voltar a ter uma política de armas mais responsável”, reforça Carolina Ricardo, diretora-executiva do Sou da Paz.

A Folha procurou o Ministério da Justiça e o Palácio do Planalto, mas não houve resposta.

A pesquisa do Datafolha, que entrevistou 2.086 pessoas em 130 cidades, mostra ainda que 63% da população considera que pessoas comuns não poderiam ter acesso a armas iguais ou mais potentes que a de policiais, como fuzis —o patamar é similar (61%) inclusive no grupo que avalia positivamente o governo Bolsonaro.

Em julho, a Folha revelou que um membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) conseguiu obter o certificado de registro de CAC no Exército e comprou duas carabinas, um fuzil, duas pistolas, uma espingarda e um revólver.

Entre os entrevistados pelo Datafolha, 60% disseram ainda se sentir menos seguros sabendo que há pessoas comuns armadas ao seu redor, contra 39% que disseram não se importar.

Pesquisa do Datafolha de maio já havia mostrado que a maioria da população, 72%, discordava da frase: “A sociedade seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência”.

O presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, diz ser consenso entre os especialistas a necessidade de revogação das normas do governo Bolsonaro, estando ainda em debate quais medidas serão necessárias, nesse caso, para elevar o controle e a rastreabilidade de armas e munições, além de saber o que fazer com o que foi comercializado no atual governo.

Lima diz que diretrizes na área de segurança pública apresentadas pelo fórum aos presidenciáveis foram absorvidas em parte pelas campanhas de Ciro Gomes (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A de Bolsonaro não teria dado resposta.

O Igarapé e o Sou da Paz vão apresentar ainda cinco eixos de atuação prioritária aos presidenciáveis: 1) priorizar a redução dos homicídios; 2) enfrentamento ao crime organizado; 3) fortalecimento de corporações policiais orientadas à prestação de serviços à comunidade; 4) prevenção da violência, com prioridade a grupos racializados e minorizados; e 5) proteção da Amazônia e de suas populações.

O Brasil apresentou, em 2021, queda de 6% do número de mortes violentas.

Segundo especialistas, não há fundamento em teses espalhadas em redes sociais bolsonaristas de que esse índice tenha relação com o aumento de armas em posse dos cidadãos, pelo contrário. Quanto mais armas, maior a violência.

Além de a tendência de queda vir desde 2018 e de não ter havido política federal de impacto na área, a segurança pública ainda é majoritariamente uma atribuição dos estados.

O Brasil também registrou em 2021 queda na letalidade policial (-4%) pela primeira vez desde 2013, de acordo com o 16º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Dezesseis unidades da Federação viram suas taxas de letalidade policial caírem entre 2020 e 2021, sendo que uma das quedas mais expressivas foi registrada em São Paulo (30%), onde policiais passaram a usar câmeras acopladas aos uniformes desde o ano passado.

“O estado fez uma escolha política de profissionalizar o uso da força, comprou teasers, que é equipamento menos letal, criou comissões internas para discutir os casos de letalidade dentro da PM. A gente tem uma série de exemplos de como pode melhorar a segurança pública”, diz Carolina Ricardo, que cita ainda ações positivas em estados como Paraíba, Espirito Santo e Pernambuco.

“Ainda que tenha visto alguma redução de homicídios, o Brasil é país que mais mata, a gente tem datas indecentes de violência, muita gente morrendo e baixa taxa de esclarecimento e investigação”, afirma Melina.

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Para construir aliança ampla e eleger Hugo Motta, Arthur Lira se esquiva de debate sobre aborto

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O deputado federal paraibano Hugo Motta (Republicanos) está sendo utilizado como “desculpa” para que o atual presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília, Arthur Lira (PP-AL), possa se esquivar do debate sobre aborto que voltou à tona nesta semana a partir da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe acabar com a prática legal legal no Brasil.

A PEC foi aprovada na quarta-feira (27/11) pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados por 35 votos a 15.

A tática utilizada por Arthur visa manter o apoio do Governo e dos demais quadros políticos que são contra a proposta do fim do aborto legal e que podem prejudicar o projeto de Arthur e Motta.

Atualmente, a Constituição já assegura a todos os brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, mas não há uma definição do momento em que esse direito começa a vigorar.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/12, dos ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO), estabelece, como lembra a Agência Câmara, que o direito à vida será considerado a partir da concepção do feto.

Na prática, o texto proíbe o aborto em casos hoje autorizados em Lei. No Brasil, o procedimento só é permitido em três situações: risco de morte para a gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal (má-formação do cérebro).

A relatora, deputada Chris Tonietto (PL-RJ), havia apresentado parecer favorável à PEC no último dia 13. “A expressão ‘desde a concepção’ é um fato científico, em 1988 não se colocou porque era redundante falar disso”, argumentou a relatora.

Com a decisão da CCJ, a PEC 164/12 seguirá agora para análise de uma comissão especial e, depois, do Plenário da Câmara. Para ser aprovado no Plenário, o texto precisará dos votos favoráveis de pelo menos 308 parlamentares, em dois turnos.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Associação dos Tribunais de Contas e Efraim debatem reformas do processo administrativo

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O presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Edilson Silva, e o vice-presidente de Relações Político-Institucionais, Cezar Miola, participaram de um encontro com o senador Efraim Filho (União Brasil), nesta quarta-feira (27/11), no Senado Federal. Na pauta, o Projeto de Lei 2481/2022, que reforma o processo administrativo, e o PLP 141/2024, que propõe mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal.

A Atricon apresentou uma Nota Técnica contendo sugestões de alteração no texto do PL 2481/2022, que trata da reforma do processo administrativo. As discussões concentraram-se na proteção da autonomia dos Tribunais de Contas, essencial para a independência no exercício do controle externo. Entre as contribuições, a entidade propôs que a Lei do Processo Administrativo (LPA) se aplique, fora do Poder Executivo, somente às funções administrativas não finalísticas (atípicas). Essa sugestão foi incorporada pelo senador Efraim Filho, relator do projeto, ao relatório legislativo.

Efraim destacou o papel da Atricon no aprimoramento do projeto. “Que fique registrado para eventuais debates jurídicos: os Tribunais de Contas foram a entidade que mais se debruçou sobre esse tema, de forma acertada, para se resguardar. […] Em nome da presidência da Atricon, também foi acolhida essa demanda trazida por eles”, informou.

Já sobre as alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, previstas no PLP 141/2024, o objetivo é definir casos em que os valores de parcerias ou contratações firmadas pelo poder público não serão contabilizados no limite de despesas com pessoal.

 

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Comissão aprova projeto que reduz contribuição previdenciária de policial militar inativo e pensionista

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A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (27/11), o Projeto de Lei 1451/23 que restringe a incidência da contribuição previdenciária de policiais e bombeiros militares inativos e pensionistas apenas ao que exceder o teto do Regime Geral de Previdência Social, hoje de R$ 7.087,22.

Em razão da reforma do sistema de proteção social dos militares realizada em 2019, a alíquota da contribuição de ativos e inativos para pensões militares aumentou de 7,5% para 10,5% da remuneração total. Pensionistas de militares, antes isentos, passaram a recolher pelo menos 10,5% do benefício total.

“Faz justiça com os veteranos da Polícia e Bombeiro Militar que tanto contribuíram com a sociedade brasileira, mesmo com o risco da própria vida para pagar previdência só o que passar do teto do INSS, como era antes”, disse o autor da proposta, deputado federal Cabo Gilberto (PL).

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo, já sendo aprovado pelas comissões de Segurança, Previdência, Finanças e Tributação, e agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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