O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu se averbar suspeito para julgar um processo envolvendo o ex-governador Ricardo Coutinho (PT).
No processo, Coutinho pede julgamento do pedido que fez através de seus advogados de defesa para suspender os efeitos de sua inelegibilidade declarada ainda no ano de 2020 por ocasião de condenações nos processos referentes aos casos do Empreender PB, PBPrev, Fiscal e AIJES.
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O ex-governador decidiu apostar alto na reversão da sua condição de inelegível e apresentar-se à Paraíba, por conta e risco, como pré-candidato ao Senado Federal mesmo tendo sido condenado a oito anos de perda de seus direitos políticos e estar, portanto, legalmente impedido de disputar as Eleições 2022.
A pressa de Ricardo se dá pela proximidade do prazo final para registro de candidaturas, com vistas ao próximo pleito, que se encerra no dia 15 de agosto.
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Terceirização
De acordo com informações de bastidores, Ricardo Coutinho estaria disposto a terceirizar a sua candidatura caso não consiga se livrar dos diversos problemas judiciais que enfrenta até o prazo final estipulado pela Justiça Eleitoral para registro de candidatura. Nesse caso, um dos nomes cogitados seria do da própria esposa, Amanda Rodrigues.
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Segundo os comentários, o ex-governador estaria depositando toda confiança na sua militância, a mesma que o acompanha fielmente e o colocou em 6º lugar na disputa para o comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) em 2020, apesar de todos os escândalos e prisões decorrentes da Operação Calvário que, através de investigações, descobriu o desvio de um montante superior aos R$ 130 milhões dos cofres públicos paraibanos durante sua gestão enquanto governador da Paraíba.
Problemas
A possibilidade de uma candidatura de Amanda, no entanto, enfrenta problemas porque, ainda no mês de agosto de 2021, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), reunido em sessão ordinária, reprovou as contas do Fundo Empreender/PB, no período em que ela esteve à frente da gestão.
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A decisão se deu face às irregularidades apontadas pela auditoria, reiteradas em parecer ministerial, entre as quais, o elevado número de inadimplência em relação aos empréstimos concedidos, falta de transparência e de controle da efetividade na aplicação dos recursos. Cabe recurso.
De acordo com outras informações que também circulam pelos bastidores da política paraibana, outros dois nomes, já estariam na lista de possibilidades de Ricardo, porém, ambos só seriam revelados aos ’45’ do 2º tempo’.