Setenta e duas famílias da zona rural de João Pessoa começaram a véspera de São João em clima de festa. A prefeitura municipal ofereceu um café da manhã junino, no Sítio Ponta de Gramame, para comemorar o sucesso da quebra de milho na localidade. A colheita é resultado do plantio de 720 kg de sementes doados gratuitamente aos produtores, através do programa Eu Posso Semear, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedest). A atividade aconteceu na manhã desta quinta-feira (23).
A comemoração reuniu famílias residentes em Ponta de Gramame, Gramame, Engenho Velho e Sítio Cuiá, atendidas pelo Eu Posso Semear com as sementes de milho. De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Vaulene Rodrigues, o dia foi especial não apenas para os agricultores.
“Muito além de doar sementes, oferecemos todo o suporte técnico, desde o preparo de terra até o pós-venda. Encerrar o ciclo do milho de forma tão bem-sucedida e ver o impacto disso para tantas famílias é uma grande alegria para todos nós. Nosso objetivo é fomentar o trabalho no campo e mostrar para esses produtores que eles podem se estabelecer tirando o sustento da terra”, disse.
Colheita – As sementes foram doadas aos agricultores em abril passado. Por serem de uma variação precoce, o cultivo delas se deu em cerca de 70 dias. Todo o calendário foi planejado pela equipe do Eu Posso Semear, para garantir que a colheita acontecesse a tempo do São João.
O agricultor Francisco Ferreira da Silva estava ansioso pelo momento da quebra de milho. Devido a pandemia, nos dois últimos anos a procura dos clientes foi muito baixa. “Com a volta do festejo, tudo melhorou. E tivemos toda assistência da Prefeitura, o que nos garantiu um produto de qualidade. Estou muito satisfeito”, contou.
A agricultora Maria das Graças, que trabalha no campo há mais de vinte anos, também comemorou a colheita. “Nos anos passados, tínhamos que comprar a semente. Dessa vez, ganhamos. Isso nos trouxe mais lucro, que vai nos permitir investir em outras plantações, não só milho, mas também de macaxeira”, contou.
Vendas – O milho colhido na manhã desta quinta não demorou muito para chegar aos consumidores finais. Isso porque muitas famílias compareceram ao Sítio Ponta de Gramame para garantir a compra do produto logo após a colheita. O movimento por lá teve início por volta das 5h.
O servente Natanael Lé da Silva mora no Colinas do Sul, e foi ao sítio comprar duas mãos de milho, para serem usadas na festinha junina de sua família. “No campo, é garantia de milho novinho, quebrado na hora, o que torna tudo muito mais gostoso. Vou produzir canjica e pamonha, e também comer assado e cozido”, disse.
Resultado – Ao todo, a colheita das sementes doadas vai render aproximadamente 200 toneladas de milho. Para o diretor de Agricultura Familiar e Pesca da Sedest, Adriano Flávio Vasconcelos, o sucesso veio a coroar o trabalho desenvolvido através do Eu Posso Semear. “Os produtores receberam sementes de altíssima qualidade. Com nosso acompanhamento, eles tiveram assistência ao longo de todo o processo, inclusive, a fim de evitar desperdícios da semente no plantio, e do milho durante a pós-colheita, na comercialização”, destacou.
Após a quebra do milho, toda a parte verde da planta pode ser reaproveitada, seja como adubo ou para ração animal, o que gera novas oportunidades de lucro aos produtores. Até o final do ano, está programada a distribuição de mais sementes. A meta é encerrar 2022 com cerca de 400 toneladas de milho colhidas, no total.
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